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5/23/2006

Obrigado "São" Carlos Vinagre



É muito difícil a gente dizer adeus para àquelas pessoas que se quer bem.
Carlos Vinagre é uma delas.
O conheci há muitos anos quando ainda engatinhava no jornalismo e ele já era bamba no ofício.
Anos mais tarde me tornei amigo dele como professor – ele criou duas escolas, a mais famosa foi a Elias Viana, na Travessa Caldeira Castelo Branco – e como político, já que, por algum tempo, fui repórter de cidade e cobria, vez por outra, a Assembléia Legislativa; e ele um parlamentar de escol, ou seja, um dos poucos políticos sérios e honestos que conheci... tanto que foi fiel a um só partido, o MDB e posteriormente o PMDB, cuja ficha de filiação a de nº 1.
Bom esposo, bom pai e um avô coróco com os netos.
Carlos Vinagre era muita coisa: um notável anfitrião, advogado, filósofo, historiador, jornalista e procurador do MP - trabalhou como promotor em Maracanã - e professor de História e Geografia. Chegou a lecionar em mais de 20 escolas.
Anos mais tarde fomos nos reencontrar na Academia Paraense de Jornalismo que juntamente comigo, Donato Cardoso e outros excelentes companheiros, ajudou a fundar.
Carlos Vinagre era o editor responsável pelo jornal O Estado -­ que eu já reportei neste espaço – desde o início, há 17 anos.
Aconteceu algo, envolvendo a lembrança de nosso pranteado morto, que eu gostaria de contar para todos os que prestigiam o Jornal do Feio.
Hoje após ouvir atentamente o Ronald Pastor, no Jornal da Manhã – Rádio Cultura FM -, falar das qualidades de Carlos Vinagre, fui trabalhar na Prefeitura de Belém.
Antes passei pelo salão nobre da Assembléia Legislativa para dizer Tchau ao amigo, e fazer algumas orações diante do seu corpo inerte.
Atravessei a rua e me entreguei às atividades. Lá por volta do meio dia o César, do setor de informática, veio até à minha mesa e disse sem jeito: “Feio... o teu computador, não mais tem jeito, levou farelo" – o PC que eu trabalho, um pouco antigo... acho que data dos tempos do Dr. Hélio Gueiros, nove a 10 passados, pifou há uma semana e foi levado para a Cinbesa; faltava um HD... foi comparado... mesmo assim pifou – . E ele continuou: "Como vamos resolver esse problema... ah, tive uma idéia: eu tenho em casa um PC usado, mas não tanto como esse teu, com um HD de 20 MB... eu posso dispor dele... vou te emprestar até a Prefeitura comprar um novo. Podes usá-lo como quiseres e eu posso trazer amanhã..aceitas?”
E eu ia dizer que não, ora!
Nesse momento o Hamilton Pinheiro, que é o responsável pela minha seção e a que tudo assistia, disse em tom de blague: “Olha aí companheiro...o São Carlos Vinagre fazendo milagre!... Tu foste dizer adeus pra ele e ele retribuiu o teu gesto no ato: ganhastes um computador semi-novo para trabalhar”
É pertinente.
Muito mais quando perguntado, o César disse que teve a idéia na hora....sem mais e nem menos.
Horas depois, o Edílson, que trabalha com César, me trouxe uma proposta para aquisição de um computador incrementadíssimo que iria facilitar enormemente o meu trabalho.
Passei a proposta para o Departamento de Administração; e, ao que parece, vou ganhar mesmo uma máquina nova cheia de recursos.
Para mim esse dia será inesquecível.
Obrigado amigo, confrade e colega Carlos Vinagre.
Mesmo depois de morto você continua o mesmo camarada de sempre e ajudando às pessoas.
Que Deus em Sua Infinita Bondade O receba com as honras que merece.
Paz à boníssima alma.

Aldemyr Feio

5/21/2006

Jornal do Feio. 30 dias no ar



Hoje o Blog do Feio completa 30 dias no ar.
Surgido de uma sugestão do meu irmão Ricardo
De São Paulo – que, primeiramente me inscreveu no Orkut – para que criasse um espaço para escrever o que bem entendesse.
O Blog teve a acolhida gentil e simpática do Google.
E às 12:00 do dia 21 de abril surgia no universo da internet – Jornal do Feio - este um aqui como diz o Comendador Raymundo Mário Sobral.
Resolvi dar um norte para este espaço: Pessoal, Icoaraci, Outeiro, Cotijuba e arredores, - onde convivo toda a minha menos os 15 anos que passei no Rio de Janeiro -, Prefeitura de Belém, que me acolhe há 19 anos, além de variedades eventuais.
Abri espaço, também para quem desejar escrever, expor as suas opiniões, mas... sem exageros.
No e-mail de apresentação que enviei a todos os componentes da minha lista de amigos, eu disse:
“Cedi à tentação e criei o meu proprio blog, que está no AR desde ao meio dia de hoje, sexta-feira, 21.
Gostaria que vc me prestigiasse acessando-o e participando com notícias, notas, comentários, críticas e sugestões.
O Jornal do Feio, como se chama, ñ é meu.
É todos os amigos.
Disponham.”
E como continua sendo de todo o mundo.
Nesses 30 dias, poucos comentários e um monte de acessos, além dos e-mails que recebo falando do Blog. De tudo quanto é lugar.
De onde concluo que tem paraense e icoaraciense em todo o mundo.
Isso é bom.
Vamos em frente, Com o apoio de todos, claro.
Os e-mails são os mesmos:

aldemyrfeio@belem.pa.gov.br ou aldemyrfeio@oi.com.br

5/18/2006

"Vila Sorriso" sitiada

Caro Aldemyr.
Gostaria que você denunciasse o afronta cometido contra a orla de nossa querida "Vila Sorriso". Uma empresa de navegação "cercou" com todas as forças disponíveis o contorno do rio, as proximidades da primeira ponte, desde sua área original (supostamente verdadeiramente adquirida) até a cabeceira da ponte. Criou um verdadeiro paredão, uma "coisa horrosa"!
Outra agressão ao patrimônio de nossa "Vila Sorriso", que me causa enorme constrangimento, é a destruição da mureta da segunda ponte, simplesmente, por alguém construiu um estabelecimento comercial atrás da ponte, já existente há muitos anos, e quando percebeu que sua loja ficaria escondida pelas muretas da ponte, simplesmente, derrubou um vão da mureta da ponte. Um absurdo.
Amigo, gostaria que você verificasse pessoalmente os fatos aqui relatados. Aguardo seu pronunciamento.
Abraços

Raimundo Teófilo Moura dos Santos

5/13/2006

Feliz Dia das Mães,Telma



O que tinha que ser


Porque fostes na vida
A última esperança;
Encontrar-te, me fez criança;
Porque já eras minha.
Sem eu saber sequer:
Porque sou teu homem
E tu, minha mulher.

Porque tu me chegaste,
Sem me dizer que vinhas,
E tuas mãos foram minhas...
Com calma;
Porque fostes em minh’alma
Como o anoitecer...
Porque fostes o que tinha que ser!...

©©©©©©©

Poesia de Vinícius de Moraes
Música de Antônio Carlos Jobim


♥ Com essa poesia quero homenagear uma mulher especial- a mãe, a irmã, a amiga, bela, gente, a melhor companheira que um homem poderia ter - que nesses últimos 19 anos me atura.

Obrigado, Telma você existir.

5/07/2006

Escola Bosque ressurge altaneira

Pinçado da coluna de Hélio Gueiros – Diário do Pará - de hoje:
“Quando prefeito, por inspiração e realização da professora Therezinha Gueiros, implantei a chamada Escola Bosque no Outeiro, que ganhou fama e notoriedade não só no Brasil como no estrangeiro...Mas, ao deixar o comando da Prefeitura, a Escola começou a atravessar crises sérias e praticamente foi destruída. Saqueada, praticamente. Roubaram quase tudo: equipamentos, aparelhos de laboratório, ar condicionado, chegando quase ao desaparecimento. Agora, no governo Duciomar Costa, a área está sendo recuperada. Não está sendo fácil nem barato mas Therezinha conseguiu apoio especial do prefeito e espera dentro de mais algumas semanas reinaugurar o grande educandário. Ela fez 10 anos em 26 de abril passado. Não deu para ser reapresentado nesse dia mas é possível que, no próximo 26 de maio, haja a reentrega da importante restauração que é decisiva para o avanço da educação na área das ilhas de Belém”.
Para quem como eu viu a Escola Bosque nascer e viver o seu apogeu, é uma alegria muito grande vê-la ressurgir das cinzas como Fênix da mitologia, com o mesmo esplendor de antanho.
Muito Obrigado Dr. Hélio.
Valeu Duciomar.
Como valeu!!!
Comigo fazem coro os moradores do Outeiro. onde servi por quase seis anos, e os leitores deste blog.

5/04/2006

Doze anos sem Paulo Carvalho


Nesta quinta-feira, 5 de maio, se estivesse vivo, o jornalista Paulo de Souza Carvalho estaria aniversariando. Paulo - o nosso Magrão - que completou 12 anos de falecimento no passado dia 9 de fevereiro, foi um grande mestre e companheiro. Falar desse homem, é falar da própria história do jornalismo paraense. Dos 65 anos de vida, mais da metade foi dedicado à atividade de Gutemberg. Ele foi o responsável pela formação de uma legião de profissionais, que atuam nos mais diferentes campos do jornalismo e da publicidade no Pará. Com o seu jeito carinhoso e ao mesmo tempo exigente, emprestava o melhor de si para ajudar os que iniciavam nas lides de imprensa.
Foi assim no Imparcial Esportivo, cuja secretaria ocupava, revezando ora com Ossian Brito, ora com Thomaz Nunes: no Flash, onde teve passagem rápida, cobrindo as ausências daHelena Cardoso; e na Folha do Norte, na função múltipla de redator /revisor/ “penteador de telegramas” da Asapress, Transpress, DPA, Ansa e UPI (alguns vinham em inglês e espanhol e ele tirava de letra!) e por vezes editor, pois sabia de cor todos os corpos (comuns, cerifados e itálicos), das linotipos da velha oficina das Folhas, principalmente da APL, uma máquina que fazia títulos dos corpos 48 até 120, usados normalmente na página literária do Eliston Altmann, publicada aos domingos na capa do 2º caderno. Paulo Carvalho permaneceu na Folha até o seu fechamento.
Bom papo e boêmio – não raramente, após o fechamento da edição da Folha, Paulo Carvalho se reunia com alguns companheiros no “Bar do Espanhol” – a poucos metros do prédio do jornal, quase na esquina da 1º de Março – para tomar umas cervejas, acompanhados de "tira-gostos" feitos especialmente para ele na base do peixe “escabeche”. Os participantes dessas cervejadas eram especiais. Paulo Carvalho sabia escolher as suas companhias.
Romântico, apreciava a boa música, principalmente as criações de Vinícius de Moraes, como por exemplo, “Eu sei que vou te amar” e “Samba em Prelúdio”. Um mês antes de falecer, nas horas ociosas da redação do Jornal Popular - seu último jornal -, ou mesmo num barzinho próximo, na Rua 28 de setembro, ele ainda curtia (e cantava) essas músicas, acompanhado pelo cartunista Marco Bleuris D’ Queiroz, ao violão.
Autodidata, Paulo Carvalho conseguiu superar-se. Entendia o vernáculo como nenhum outro titulado em letras. Até jocosamente seus companheiros o apelidavam de “dicionário ambulante”. Consta, e isso não é folclore, que de certa feita, residindo no Rio de Janeiro, arrumou uma confusão com Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, autor do Dicionário da Língua Portuguesa, por discordar do significado e grafia de duas palavras ligadas à nossa Região, contidas numa das edições da obra. A coisa rendeu; mas, nas edições futuras, o velho mestre – de saudosa memória – cedeu às ponderações de Paulo Carvalho e retificou as palavras.
Apaixonado pelo jornalismo, cresceu na profissão e entendia todos os assuntos que lhe propunham. Dono de um caráter exemplar, homem sério e rigorosamente honesto, além de estudioso e esforçado, ainda jovem aprendeu a ler, traduzir e falar inglês e francês, principalmente esse último idioma.
Esteve um longo tempo no Rio de Janeiro, onde atuou nos jornais O Globo e Jornal do Brasil, com rápida passagem pelo vespertino Última Hora, convidado por Ari de Carvalho, falecido - pouco antes de fechar – e pela Livraria Hachette do Brasil (no antigo endereço da Rua Décio Vilares, 178 – Bairro Peixoto – Copacabana), que representava no Brasil o matutino francês Le Figaro, onde fazia as traduções dos despachos e documentos que vinham diretamente de Paris, além de artigos e crônicas de jornalistas franceses, o quais distribuía para os jornais cariocas. Também andou rapidamente por São Paulo, atuando em alguns jornais.
Apaixonado por Belém, abriu mão da vida pacata (e boêmia) que levava no Rio de Janeiro e retornou à nossa cidade. Colaborou com vários jornais sem caráter de exclusividade; editou O Tablóide, um mensário quente e polêmico como seu criador, e que teve uma vida efêmera; até que em 1982, juntamente com Sillas Ribeiro de Assis, falecido – seu velho companheiro de redação das Folhas e de ideais, tornou realidade o projeto do Jornal Popular.
Paulo Carvalho morreu trabalhando, como aliás, sempre desejou: “Quero morrer diante de uma máquina de escrever”, - haja vista, que nunca se adaptou ao modernismo da computação – dizia sempre. Ele morreu em pleno exercício da profissão que escolheu, vítima de um câncer provocado por uma vesícula malvada.
Como todo jornalista, tinha dois vícios: fumo e bebida...além do amor e da beleza dos textos que produzia. O velho coração que amou tanto o jornalismo, como os pupilos, os amigos e as mulheres - na sua juventude, bem entendido – deixou de funcionar.
Paulo Carvalho, o chato, o enjoado, o exigente e turrão está fazendo falta.
Jorge Nascimento, repórter-fotográfico – o nosso querido Paquinha -, uma das “crias” do grande morto, é um dos que mais sentiram a sua morte. Paulo Carvalho chegou publicar uma gostosa crônica dedicada a ele, com o título “As Desventuras do Jorginho” onde analisava as dificuldades de quem se inicia no jornalismo, do “foca”.
Aliás, não apenas o Jorge, mas muita gente que o magrão com cara de “curica”, - como era carinhosamente chamado na Folha do Norte – formou com o seu exemplo, ensinamentos e proteção lembram com saudade do grande jornalista.
Paulo Carvalho era demais. Culto, inteligente, fora-de-série. Como todo gênio morreu simples. Ele, se vivo estivesse, vibraria com a nova fase do jornalismo paraense, tudo na base da automação. Como disse o compositor Sérgio Bittencourt, “amigo de copo” de Paulo Carvalho nas noitadas do Baixo Leblon, e que também já retornou ao Pai – "naquela mesa esta faltando ele, e a saudade dele está doendo em todos nós", que fazemos - ou tentamos fazer - o bom jornalismo.
Paulo Carvalho, onde você estiver, receba o carinho e a homenagem de seus antigos pupilos, inclusive o redator deste blog.
Nunca o esqueceremos. A.F.

5/03/2006

Um adolescente cheio de amor pra dar

José Croelhas, fundador d´O Estado


Nesse meio século de vida, 41 anos foram dedicados ao jornalismo. Dizem que jornalismo é cachaça. É mesmo. Quando por algum motivo, por vocação, curiosidade ou diletantismo se penetra no mundo fantástico, misterioso, sedutor e, por vezes, enigmático do jornalismo alguma coisa acontece; e o resultado sempre acaba numa paixão avassaladora, um vício sem remissão. Foi o que aconteceu com um jovem economista, poeta – com livro publicado e tudo -, estudioso cheio de vontade e interessado nas coisas da terra, da minha (eu não gosto de usar o pronome na primeira pessoa; todavia dessa feita faço uma exceção) Vila Sorriso.
Esse jovem é José Santos Croelhas.
Este aparente culto à imagem eu uso para dizer que O ESTADO é fruto do ideal e da vontade desse moço.Isso nos evoca 20 anos atrás. O empresário Fernando José da Silva Negrão e o fotógrafo (atualmente jornalista por Roraima), Raimundo Herculano da Silva – Herculano Bispo, como todos o conheciam o conhecem, que trabalhou comigo por muitos anos na Folha do Norte e n´O Liberal – após editarem por três anos o jornal O Pinheiro, resolveram montar uma agência de propaganda. Eu fui convidado para fazer parte da sociedade, assim como um jovem recém formado em economia pela Universidade Federal do Pará (UFPa.) – José Croelhas. Surgiu a Factum – Propaganda & Comunicação Ltda, microempresa – primeira agência de propaganda de Icoaraci - que editava O Pinheiro. Por algum motivo Herculano Bispo se afastou e ficaram somente os três tocando o barco. A Factum teve vida efêmera e O Pinheiro, também.Fernando Negrão foi cuidar dos seus negócios; eu fui para as Empresas Arajá – que infelizmente não mais existem – assumir o setor de Relações Públicas, e José Croelhas foi fazer pós-graduação no NAEA – Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPa. Ou seja, cada um foi cuidar da sua vida. Mas Croelhas não ficou só estudando e preparando teses para posteriormente defendê-las. Foi em busca do seu sonho. Aguns meses após pinta um telefonema. Eu não estava em casa. Quando cheguei a minha mãe me disse que o Croelhas queria falar comigo. Pensei... não é urgente. Depois eu ligo para ele.
Qual a minha surpresa! Exatamente 45 dias após recebo em casa o primeiro exemplar do Jornal de Icoaraci impresso em preto-e-branco, numa apresentação gráfica primorosa, de primeira linha, editado pelo Memphis Propaganda. Croelhas dizia no editorial de apresentação que o JI era fruto de um ideal; era como se fora um filho – um irmão do Leandro – acalentado, alimentado e gerado quase nove meses... com muito amor. Ele encerrava o belo texto dizendo que a partir daquele momento a Vila Sorriso de Aldemyr Feio (se lembrou de mim!) terra de Antônio Tavernard ingressava numa nova era.
Quase dois meses após depois eu figurava no expediente como “Diretor de Relações Públicas”, ao lado do jornalista Carlos Alberto de Aragão Vinagre que acreditou no projeto e assumiu a responsabilidade da editoria.
O Jornal de Icoaraci, precocemente se expandiu além das fronteiras de Icoaraci e, sem nenhum exagero, até mesmo do Estado do Pará. Houve uma premente necessidade de mudança. José Croelhas e sua equipe, dois anos após, resolveram adotar um outro nome para o Jornal de Icoaraci. Surgiu O ESTADO que todos conhecem em todos os recantos do Pará; conhecido, também no Maranhão e no Ceará.
Fazer jornal não é fácil; mormente numa Vila-Cidade como a nossa onde existe discrepâncias de atitudes, de formação e de idéias. Nesses quase três lustros onde pontificaram acima de tudo a garra, a vontade e ideal de servir à sagrada terra do Coronel Sarmento – porquanto O ESTADO é do Pará, mas é produzido originariamente em Icoaraci e leva a mensagem desta terra abençoada – não foram poucas as dificuldades. De toda a ordem, por sinal. Todavia, prevaleceu algo maior chamado coração, sangue, vida. Todos em torno de um só anelo: manter viva a chama do jornal, belo – em apresentação e conteúdo, atraente, robusto.
As horas difíceis de angústia, apreensão – está fechando o jornal... falta o anúncio x... a matéria y já está pronta? O Repórter 2000? O Croelhas já leu? Está jóia? Pode diagramar? E a primeira página? Quais as chamadas que vão entrar? A gráfica já telefonou, só está esperando o cd...– e de expectativa, se transformavam em alegria e orgulho com o jornal impresso bonito – modéstia à parte... é mesmo. Croelhas & Cia nunca deixaram a peteca cair!!! - e cheio de qualidade. Isso aconteve até hoje.
Messias Lyra, cria d´O ESTADO como tantos que passaram pela redação, há dois dias me liga cobrando este trabalho usando mesmo chavão: o jornal está fechando...mande urgente pela internet...O ESTADO nesses 17 anos de vida não deixou de circular só mês. Às vezes atrasava... a edição saia dentro do mês ou início do outro, mas saia. Também fez história e deu frutos. A gigantesca promoção “Os Melhores do Ano” adotada desde o primeiro número do Jornal de Icoaraci que premia as entidades e pessoas que mais se destacaram no ano com um belo troféu – normalmente fabricado nas melhores empresas do Rio de Janeiro e São Paulo – é realizada até hoje, sempre no final do ano ou início de janeiro. O ESTADO também teve os seus destaques. Recebeu votos de aplausos do deputado José Carlos Araújo (PSDB); ganhou citações em outros congêneres de Belém, São Luiz e Fortaleza. Foi um dos primeiros a figurar com página própria no site www.icoaraci.com.br – da mesma forma, o pioneiro da Vila Sorriso; e, finalmente, os seus editoriais fizeram sucesso. Em agosto de 2001 o texto da Opinião d´O Estado que falava no Cabeludo – o artesão-pioneiro de Icoaraci – “Relembrando Cabeludo” foi para os anais da Câmara Municipal de Belém por proposta do vereador Mário Corrêa (PSDB). No ano seguinte 2002, em setembro. um outro editorial (“Ainda a Emancipação”) tomou o mesmo rumo por requerimento do vereador Orlando Reis (PV) à época, presidente daquele Poder que, também, inseriu um outro editorial (Justiça para CabeludoI) nos anais da Casa. Trocando em miúdos, O ESTADO sonho do jornalista, publicitário e microempresário Jose Croelhas, há 17 anos faz parte da vida de Icoaraci. Integrou-se definitivamente aos seus costumes e à sua gente. É pé redondo como eu, como todos nós. Como disse linhas acima O ESTADO a par dos cuidados, da atenção e do carinho do Croelhas e seu pessoal, atravessou a primeira infância, a segunda infância, a puberdade e agora se encontra quase no final da adolescência, prestes a atingir a maturidade cheio de vida, energia e muito amor para dar.
Parabéns O ESTADO.
Parabéns Icoaraci.
PS – Com este trabalho retorno, prazerosamente, à redação d´O ESTADO. “Retorno ao ninho antigo, após um longo e tenebroso inverno”, parodiando Luís Guimarães Jr. Como disse ao Croelhas, espero que dessa vez seja para sempre. AF.