Confraria das Hienas
BRASÍLIA, 2 de fevereiro de 2013 – Lula foi visitar Hugo Chávez em Cuba e não pôde vê-lo porque o ditador venezuelano agoniza numa UTI, mas apertou as garras de Fidel Castro e do irmão dele, Raúl. A propósito, Fidel ficou igual um urubu velho. Dia 30 de janeiro, Lula participou, em Cuba, da Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo, em comemoração aos 160 anos do nascimento de Jose Martí, herói da independência do país. Lula adora bajular ditadores. Quando era presidente, fez um périplo pela África e Oriente Médio, cheirando o chulé de todos os ditadores disponíveis, de antropófagos de países do quarto mundo ao crudelíssimo Muammar Gaddafi, da Líbia – que já era –, e Mahmoud Ahmadinejad, do Irã. A idolatria de Lula a ditadores revela frustração; ele mesmo vislumbra a ser ditador, mas sabe que as Forças Armadas, e a Polícia Federal mesmo, bem como o Supremo Tribunal Federal, e a revista Veja, jamais permitirão isso. A propósito, Hugo Chávez e família saquearam a Venezuela, décimo produtor de petróleo do planeta; e famílias cubanas estão colocando suas filhas na prostituição para sobreviverem. Lula também foi à República Dominicana, para se encontrar com Rafael Leónidas Trujillo, o Bode. Brincadeira.
No filme Caça aos Gângsteres (The Gangster Squad, Estados
Unidos, 2012), de Ruben Fleischer, Sean Penn faz um judeu,
Mickey Cohen, ex
pugilista, egresso da máfia do Brooklyn, que toma conta de Los Ângeles.
Trata-se de um caça-níquel, mas Sean Penn é magistral no papel de chefão.
Torturar, antes de matar, é, para ele, como tomar sopa. Pois bem, Mickey Cohen
é fichinha ante o ladrão bolivariano e a Crocuta crocuta cubana. Ainda bem que
temos jornalistas como Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, J.R. Guzzo e Lúcio
Flávio Pinto. Falar no jornalista papa-chibé, editor do Jornal Pessoal, está acuado em Belém,
por ousar cutucar os podres da elite paraense. Só não foi assassinado ainda
porque os mandantes correriam sério risco de ser descobertos, provar cadeia
barra pesada e ter o fim de Mickey Cohen, queimado na penitenciária.
Conta com insight. Rafael Leónidas Trujillo, o Bode,
tinha intuição excepcional. Leia A
Festa do Bode (Mandarim, São
Paulo, 2000, 450 páginas), de Mario Vargas Llosa. O ficcionista peruano
escreveu uma das reportagens romanceadas mais impressionantes da literatura
universal. Trujillo, ditador da República Dominicana, era assassino compulsivo
e sátiro. Se não conseguia estuprar crianças com o pênis, fazia-o com o dedo.
Tinha intuição diabólica. Ocupou o poder movido pela intuição e se tornou dono
da República Dominicana. Bandido como o gangster Mickey Cohen ambiciona uma
cidade, e não consegue se manter no topo por muito tempo; é estripado. A
diferença entre bandidos comuns e ditadores é que estes costumam se manter mais
tempo no poder, como, por exemplo, a hiena cubana.
Mas tanto Fidel Castro como o
Bode se tornaram ditadores
porque estavam no lugar certo, no momento certo. Não
é o caso de Lula. Em 2003, já não havia mais lugar para ditador no Brasil. O
máximo que um candidato a ditador pode fazer numa democracia com instituições
fortes – como a revista Veja,
por exemplo – é aparelhamento do Estado e mensalão, que implicam em gastos
excessivos e levam à falta de investimento, ressurgindo a temida inflação. Com
esse dragão no encalço, ditadores só se mantêm no poder despejando chumbo
quente no povo e amordaçando a imprensa.
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Lula
não pôde ver o ditador da Venezuela, Hugo Chávez, que agoniza em
Cuba, e aproveita para dar uma aula sobre política a Fidel e Raúl Castro |
♦ RAY
CUNHA – Escritor e Jornalista baseado em Brasília-DF, Brasil
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