A entrevista de Álvaro Jorge com o General Olympio
Mourão Filho na Auditoria Militar em Belém-Pa
Álvaro Jorge, em uma das muitas reportagtens da sua vida. Na foto com Barbosa Lima Sobrinho
N
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este memorável dia 31 de março de 2014,
completam-se 50 anos do golpe que implantou a Ditadura Militar Brasileira,
atingindo nosso povo por longos 21 anos, com a marca do autoritarismo em todas
as dimensões. Razão pela qual,no desempenho da minha função de repórter do
jornal O LIBERAL, fui designado,
no inicio da década de 1970, pelo Diretor-Superintendente Jornalista Romulo
Maiorana, para entrevistar, na Auditoria Militar, nesta capital, o General
Olympio Mourão Filho, autor do Manifesto da Revolução de Março-64,
oportunidade em que , com muita segurança e objetividade, falou das razões que
o levaram a elaborar esse importante documento, com as diretrizes básicas para
a revolução que eclodiu em março de 1964,com a deposição do presidente João
Goulart, “para eliminar os riscos da implantação do comunismo no país”.
Revelou que o seu verdadeiro e principal
papel consistiu em ter articulado o Movimento em todo o país e depois ter
começado a Revolução em Minas. Pois, se
nós não tivéssemos feito, ela não teria sido jamais começada. Pois o que
articulou esta revolução – foi simplesmente a repulsa nacional, incontestável,
que foi se tornando sempre mais forte na medida em que os torvos agitadores
cresciam em audácia, na doutrina da subversão, os torvos agitadores cresciam em
audácia, na doutrina da subversão do comunismo. Isto porque, disse, havia no
consenso nacional a necessidade inadiável de pôr um termo às loucuras que se estavam
praticando. Somente não estavam em sintonia com a consciência brasileira os
chefes militares, enredados no falso legalismo, de braços cruzados e de ouvidos
fechados no verdadeiro grito de medo, do pavor que se ouvia indiscutivelmente em todos os setores, partindo
de todos os lugares, das cidades e dos campos.
E, segundo afirma em seu livro-testamento,
o primeiro ato de limpeza da área foi a deposição do Governo.
O segundo, foi tornar possível os processos
dos subversivos e corruptos, para que os mesmos sigam os trâmites dos
judiciários competentes. E a justiça militar ou civil cumpra sua missão, não
permitindo que sejam arquivados os referidos instrumentos legais destinados a
servir de base dos processos que ou absolverão os inocentes , ou condenarão os
culpados.
Que cada um pague pelo que fez.
Do contrário, a Revolução terá sido
frustrada num dos seus grandes objetivos: a sanção contra os que cometeram
crimes .
Afirma no prefácio do seu livro, Memórias: A verdade de um Revolucionário,
de autoria do jornalista Hélio Silva, edição -1978.
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*Alvaro Jorge volta a colaborar com o Jornal do Feio. Em oito anos de vida, este importante jornalista foi o segundo que acreditou neste espaço.
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