Parabéns, Luís Eduardo, meu filho
Dudu,
Este ano – a exemplo do ano passado - resolvi não mais pedir ajuda aos escritores e pensadores para mandar uma mensagem para você no dia seu aniversário.
Num dia como esse, ao amanhecer de um dia lindo de sol , uma quinta-feira– às 05h45m -, você nasceu no Hospital Rocha Faria, no bairro de Campo Grande, Rio, onde a sua mãe trabalhava como enfermeira;
Foi o maior e o melhor presente que recebi da “Cidade Maravilhosa” que me hospedou por 15 anos e onde aprendi a ser um pouco melhor, mais presente, mais solidário, mais gente.
Repito o que disse os compositores “Braguinha” e José Maria de Abreu:“Rio de Janeiro, gosto de você; gosto de quem gosta desse céu, desse, mar dessa gente feliz.”
Você, um bebezão; branco com a neve, de belos olhos azuis e careca, pesando quatro quilos e meio, e comprido: 73 centímetros e... a minha cara. Chorozão...só parava quando me via, o que fazia eu não me afastar de você.
Você é gente, esperto e inteligente desde o seu nascimento,Dudu.
O seu nascimento, foi um dia especial e de grande alegria para mim. E... quase que você eu não me conhecia: no afã de avisar para todo mundo que eu era papai, vindo de Campo Grande, por descuido, caí da plataforma de Cascadura e por tris um trem que se deslocava da Central do Brasil não me pega.
Fui salvo - uma coincidência incrível - por uma moça que no passado tinha sido minha namorada: a Eliane (dos Santos) Bessa que morava em Cavalcante. Uma bela jovem de 21 anos, ruiva, de olhos castanhos esverdeados e muito bonita... - eu sempre eu tive bom gosto!!!
Ela estava esperando uma composição para a cidade e quando me viu caído gritou... imediatamente três guardas ferroviários foram me acudir... como viram que eu não estava alcoolizado, e após tomarem conhecimento de quem eu era, deram-me uma senhora bronca!
No dia seguinte – dispensando do trabalho por oito dias da Artplan Publicidade – mesmo não fumando, comprei na Rua da Alfandega, duas caixas de charutos cubanos e dei para os colegas.
Foi uma festa no intervalo do almoço.
Recordo dos seus primeiros passos e balbuciando as suas primeiras palavras. Papai bem bintar comigo, dizia, e quando não o atendia abria o berreiro!!!
Comilão... traçava um monte de mamadeiras... por hora!
Você nasceu num dia paradoxal em que se comemoram o “Dia do Ancião” e dos gêmeos São Cosme e São Damião, originários da Arábia, de uma família nobre de pais cristãos, no século III. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio. Um estudou Medicina e o outro Farmácia na Síria, e depois foram praticar em Egéia e na Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados deanárgiros, ou seja, inimigos do dinheiro.
Diziam "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder".
Cosme e Damião foram martirizados na Síria por de ordem de Diocleciano, porém é desconhecida a forma exata como morreram. Os fiéis transportaram seus corpos para Roma, e sepultados no maior templo dedicado a eles, construído pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS, que na vulgata latina quer dizer - Cosme e Damião, segundo os biógrafos.
Eles cuidavam mais das crianças da sua época, - os primeiros pediatras da história. Talvez seja por isso que neste dia as famílias distribuem bolas e bombons às crianças.
E eu a sua mãe, fazíamos isso todos os anos. Comprávamos os doces nas Casas Sendas – que não mais existem – para que nenhuma criança ficasse sem o brinde.
Dudu, - uma imensa alegria invade o meu coração, por ter lhe dado à vida, por ter lhe dado um nome que você honra fielmente em todos os lugares e em todos os momentos.
E você continua lindo, apesar de carregar o nome Feio.
Dando uma de pai coruja, posso garantir que a beleza mora, está com você por dentro de por fora.
Apesar das paqueras, ainda continua invicto, solteiro.
Filho, o meu coração se enche de orgulho e jubilo por lhe ver saudável tão cheio de vida e se transformado num homem. O tempo tem-lhe proporcionado o crescimento que você precisou, e precisa, para encarar o mundo de frente, e crescer com ele.
Com muito esforço, boa vontade e aplicação aos estudos, conseguiu um grau superior: é biólogo.
Para orgulho da sua família.
Você, filho, está hoje distante fisicamente; mas em espírito mora aqui dentro do meu coração e todos os dias e todas as horas a sua lembrança ainda corre por todos os cômodos da casa aqui em Icoaraci que, eventualmente, você vem matar as saudades.
Hoje, 27 de setembro, dia do seu aniversário agradeço a Deus por tê-lo colocado em meu caminho, me dando motivos para acreditar na vida, nos sonhos, nas tristezas e nas alegrias.
Que hoje e em todos os dias possa haver alegria nesse seu coração que bate forte no contexto da vida e agradeça por tudo que ela tem lhe dado.
Nossa amizade será para sempre um cristal precioso, como disse o poeta, que brilhará a cada amanhecer de um novo dia.
Amo você, meu Luís Eduardo – que desde novinho foi rebatizado carinhosamente de Dudu. Todos da nossa briosa família, de Belém, de Manaus, de Fortaleza, de Recife, de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de D. Conceição Avelar que cuida do seu pai há seis anos, após o falecimento da sua avó, Nena - desejamos a você tudo de melhor que a vida possa dar, além de parabéns e muitas felicidades e inteligência.
Que Deus esteja sempre em seu caminho.
Aliás, nem precisa dizer; mesmo neste mundo, você já pertence a Ele.
Perdoe a emoção que domina neste momento este velho homem quase chegamdo apos 70 ao tentar mostrar a todos que o seu único filho – assim como Jesus Cristo – é um cara muito bacana, adora o seu pai, se preocupa com ele e de vez quando lhe dá uns puxões de orelha.
Por sinal, merecidos.
Obrigado por você existir.
Feliz Aniversário Luís Eduardo,
meu filho!
Paz no Senhor!
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