Cotijuba completa 126
anos
Foto: João Gomes
Cada vez mais a
população de Belém descobre em redor da cidade recantos quase que inexplorados de uma região rica e paisagens e
exemplos da harmonia ao homem amazônida com a natureza. A ilha de Cotijuba ou
“ilha da trilha dourada” tradução do nome indígena, é um exemplo visível dessa
realidade.
Esse oásis sem
igual completou 126, nesse 11 de novembro.
Banhada pela baía do Marajó, Cotijuba possui 19
quilômetros
de extensão de muitas praias com as suas caraterísticas naturais.
Praia do farol, do Cemitério, da Saudade, da Flecheira, Praia Funda,
Vai-quem-quer, Praia das Tintas e Pedra Branca compõem a rica orla desse local.
Algumas dessas praias são de fácil acesso aos
visitantes,
próximas do núcleo da vila; outras só para aqueles que se permitem
uma boa caminhada entre s flora da ilha num verdadeiro passeio ecológico,
muitas surpresas e lugar lhes reserva. Quanto maior a distância, mais intactas
as praias são mantidas.
Seus cerca de 10.000 habitantes têm como
característica
marcante a cortesia com que recebem os visitantes. Logo ao
deixar o trapiche, nas primeiras conversas pode-se notar esse detalhe. Para
conversar com os moradores da ilha revela-se um bom programa à sombra das
árvores tão abundantes em cada pedaço do chão. Seres encantados, matintas e até
a história do presídio (Educandário Nogueira de Faria) que funcionou durante
bom tempo na ilha podem ser ouvidas nesses testemunhos.
Para se chegar até esse paraíso ecológico, os
visitantes contam
com uma linha fluvial famosos barquinhas (pô. pô, pô, como
chamam os nativos), a partir de Icoaraci. No caminho pode-se notar um conjunto
de ilhas quase que desconhecidas pela população local. Ilha da Barra, Ilha das
Onças, Canapijó, Tatuoca, Paquetá, Jutuba e várias outras menores de igapó.
A chegada a Cotijuba provoca surpresa pela
extensão local e pela intensa floresta amazônica que rodeia todo o núcleo de
habitação dos moradores. Com visão da Igreja de São Francisco – agora
transformada em Paróquia -, o visitante se depara logo com avisos de que a
consciência ecológica faz parte da vida diária dos ilhéus.
Ecologia – Uma preocupação constante dos
habitantes de Cotijuba é com o aumento da visitação e a depredação que possa
ocorrer ou que vem ocorrendo. Na administração Hélio Gueiros, havia uma grande
preocupação quanto à preservação da fauna e da flora da ilha. Com base nisso, o
gestor implantou na ilha um sistema de transporte (05 de novembro de 1994) de
charretes semelhante ao adotado na ilha de Paquetá (Rio de Janeiro).
Em Paquetá só existem os carros de coleta de lixo,
bombeiro ou
ambulância, o transporte é feito por bicicletas ou charretes com
tração animal. Vieram de Santa Catarina, quatro charretes e seis cavalos –
adquiridos em fazendas próximas de Belém – foram levados para Cotijuba. O
serviço de charrete funcionou normalmente em toda a gestão de Hélio Gueiros.
Depois disso, igual à Conceição de Cauby Peixoto, ninguém sabe ninguém viu.
Atualmente só existe uma charrete funcionando a
tipo precário; e que um cotijubense ser
de sua propriedade, assim como um dos cavalos. Só que as charretes pertencem ao
povo de Cotijuba. Não consta que o ex-prefeito tenha vendido ou dado de
presente o equipamento para somente um morador.
Distante 25 quilômetros da capital paraense, Cotijuba é a terceira maior
do arquipélago de 42 ilhas de Belém. Cotijuba é administrado por uma
supervisora subordinada a AROUT, Raimunda Celeste Souza Ferreira.
Cabe
a nós velhos amantes de Cotijuba, devolver o encanto de antanho e transformá-la
definitivamente, em Ecotijuba.
Parabéns Cotijuba.
É isso aí.
As comemorações do aniversário
Foto Adriano Magalhães
Em regozijo à efemeridade maior da bela ilha, os moradores e
visitantes participaram de uma
programação especial, organizada pela Prefeitura Municipal de Belém (PMB) por
meio da Administração Regional do Outeiro (AROUT).
Entre as ações, um café da manhã aberto ao público e diversas atrações
culturais promovidas pela Prefeitura de Belém, que contou ainda com atividades
sociais, como a oferta de serviços do Portal do Trabalhador.
A maioria das atividades ocorreu na Praça Antônio Tavernard, com a
tradicional queima de fogos, às 6h da manhã, e na sequência, foi servido um
café para a comunidade. Centenas de pessoas estiveram presentes, entre elas
grupos de alunos das escolas da rede municipal.
Para a pequena Rafaela, de apenas oito anos, o dia foi repleto de festas. “Vim junto com
meus amiguinhos da escola, viemos comer o bolo de aniversário e brincar na
praça”, comemorou. Outros alunos da rede municipal, Unidade Pedagógica Faveiro,
da qual Rafaela faz parte, veio acompanhada pela professora Karina Lira, que
destacou a importância de ter a presença das crianças na comemoração.
“A escola sempre se faz presente nesses eventos em homenagem à ilha, mas
o aniversário é especial. Com esta iniciativa, podemos despertar nas crianças a
valorização do seu próprio ambiente, e repassar a cada um deles, conhecimentos
históricos e culturais desse local”, avaliou a professora.
De acordo com a Administradora Regional
de Outeiro –, advogada Elizete Cardoso (Elizete Mendes
Cardoso de Almeida), a iniciativa de fazer algo que
unisse os moradores da ilha foi fundamental. “Com a festividade na praça,
promovemos a interação das pessoas, para que elas pudessem também prestigiar as
apresentações das bandas das escolas, dos grupos de capoeira e carimbó, além de
estimularem umas às outras a emitir os documentos junto ao Portal do
Trabalhador e Polícia Civil”.
Serviços - Este ano o evento contou com a parceria do Portal do Trabalhador que
disponibilizou 50 cadastros de emprego, 30 emissões de Carteira de Trabalho e
Previdência Social (CTPS) e 50 vagas para cursos de capacitação em diversas
áreas, no intuito de qualificar os moradores de Cotijuba, para o mercado de
trabalho.
A programação teve o apoio do Centro de Referência de Assistência Social
(CRAS) do Outeiro; o Fundo Ver-o-Sol; AMA Belém; Centro De Referência
Especializada (CREAS) Icoaraci e Fundação Papa João XXIII (FUNPAPA).
Base do Samu - 192)
Foto Adriano Magalhães
Já stá em funcinamento mais uma base descentralizada do Serviço de
Atendimento Móvel (SAMU - 192). A nova base foi construída dentro da
Unidade Municipal de Saúde da ilha de Cotijuba e servirá de apoio para a equipe
que está disponível 24 horas com uma ambulancha, um condutor e dois técnicos de
enfermagem.
De acordo com o diretor do Departamento de Urgência e Emergência do
município, Ivison Carvalho, o apoio da UMS de Cotijuba é fundamental para o bom
funcionamento do SAMU. “No caso de Cotijuba, que tem uma praia turística, onde
ocorrem muitas programações nos finais de semana e feriados, as ocorrências são
maiores. Por isso, ter o serviço mais próximo torna o atendimento mais rápido.
A ilha é responsável por cerca de 80% da demanda atendida pela ambulancha”,
pontuou o diretor.
Ambulâncha- Para o titular da Sesma, Sérgio Figueiredo, essa
estrutura vai possibilitar melhor atendimento e uma resposta mais rápida para
as chamadas via 192. “A ambulancha realiza vários atendimentos por dia em
Cotijuba, encaminhando pacientes pra os nossos hospitais de Belém. Essa nova
base do Samu vai dar maior suporte para esses atendimentos”, ressaltou o
secretário.
Ressalte-se que o serviço de Atendimento de Urgência e Emergência no
sistema Ambulâncha teve início na gestão Hélio Gueiros – as embarcações (2)
modernamente equipadas foram adquiridas em Curitiba – assim como como outras
melhorias, inclusive o serviço de fornecimento de energia elétrica 24 horas.
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* Com a colaboração de Karla Pereira e
Kezia Carvalho – Agência Belém
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