FENAJ denuncia corte nos salários e intimidação dos trabalhadores dos Diários Associados em Minas Gerais
A Federação
Nacional dos Jornalistas (FENAJ),
entidade de representação dos jornalistas de todo o Brasil, vem a público
manifestar sua solidariedade aos trabalhadores dos Diários Associados em Minas
Gerais e repudiar veementemente o ataque aos seus direitos, que vem sendo posto
em prática pela direção da empresa. Por se tratar de corte de direitos
históricos dos jornalistas, esse ataque atinge não apenas os profissionais dos
Associados em Minas, ameaça a categoria em todo o país e como tal deve ser
enfrentado.
Não é de hoje
que os trabalhadores dos Diários Associados em Minas sofrem as consequências de
uma administração incompetente e autoritária. Nos últimos anos, eles tiveram de
aprender a conviver com repentinos, sucessivos e crescentes descumprimentos de
direitos previstos na CLT, na Convenção Coletiva de Trabalho e até em acordos
feitos na Justiça. O grupo Associados Minas não deposita o FGTS, não paga
férias, não repassa vale-transporte em dia, muda e suspende o plano de saúde,
não paga na íntegra os acertos dos dispensados nem os acordos de processos
trabalhistas transitados em julgado. Em 2015, não pagou o 13º salário,
descontou o Imposto de Renda na Fonte mas não o repassou para a Receita
Federal, deixando todos os trabalhadores na malha fina e sem restituição.
Como se tudo
isso não bastasse, os Associados Minas cortaram todos os salários em 30%, em
abril deste ano, afrontando a lei e a vontade manifesta dos trabalhadores, que,
em plebiscito, manifestaram-se contrários à redução salarial com redução de 1
hora na jornada de 7 horas diárias. Durante a campanha salarial,
aproveitando-se da sua posição no sindicato das empresas proprietárias de
jornais e revistas, tentaram generalizar o corte de direitos, impondo-o também
aos jornalistas das outras empresas jornalísticas de Belo Horizonte.
Paralelamente,
instalou-se nas empresas do grupo – notadamente S.A. Estado de Minas e TV
Alterosa – um ambiente de assédio e intimidação. Não sem resistência dos
jornalistas, que, em dezembro do ano passado, fizeram a primeira greve da
categoria em Belo Horizonte em décadas, e que acabou reverberando Brasil afora.
Em evidente represália, foram demitidos todos os profissionais que se
destacaram na liderança do movimento grevista.
Para forçar a
implantação do corte de direitos, o grupo Associados não se limita a tentar
indispor a categoria contra o Sindicato. Vai além, exigindo a adesão dos
trabalhadores às suas propostas, por meio de pressões, de reuniões fechadas com
editores e assinatura de documentos sem valor legal, nos quais os empregados
abrem mão de direitos.
Essa situação se
repete atualmente, num ataque ainda mais profundo e mais amplo. Às vésperas do
julgamento da ação movida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas
Gerais contra a redução ilegal dos salários, previsto para o próximo dia 25/10,
a direção do grupo Associados tenta conseguir a adesão dos seus empregados a um
acordo de indenização pelo corte ilegal dos vencimentos, acordo
escancaradamente lesivo aos interesses dos trabalhadores.
Pela proposta,
as indenizações seriam pagas em até 48 meses e somente pelos últimos cinco anos
trabalhados. No caso dos repórteres 1, que perderam cerca de R$ 1.500 nos
vencimentos mensais, a indenização corresponderia a cerca de dois salários e
meio atuais ou, em valores exatos, 24 parcelas de R$ 301,53. Trabalhadores com
40 anos de casa receberiam 48 parcelas de cerca de R$ 270. A proposta de adesão
ao acordo foi entregue nesta segunda-feira, dia 17.
A FENAJ
solidariza-se com os jornalistas dos Diários Associados em Minas Gerais e
conclama todos os jornalistas brasileiros a se solidarizarem também. A redução
salarial é inadimissível. Não podemos aceitar esse corte de direitos, que
ameaça a toda categoria.
A luta dos
jornalistas dos Diários Associados em Minas Gerais é a luta de todos os
jornalistas brasileiros!
Nenhum direito a
menos!
Brasília, 19 de
outubro de 2016.
Federação
Nacional dos Jornalistas – FENAJ
Ato na Câmara destaca os 25 anos do FNDC na luta pela democratização da comunicação
A FENAJ participou,
no dia 18 de outubro, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, do ato político
em comemoração aos 25 anos de criação do Fórum Nacional pela Democratização da
Comunicação (FNDC). Organizado pelo FNDC e pela Frente Parlamentar pela Liberdade de
Expressão e o Direito à Informação, o ato contou com a participação de dezenas
de entidades que integram o Fórum e parlamentares de diversos estados..
Representando a
FENAJ, sua presidenta, Maria José Braga, lembrou a origem do FNDC, na qual teve
papel destacado o jornalista Daniel Herz, e falou da importância dos
jornalistas, demais categorias de trabalhadores e movimentos sociais
continuarem na luta pela democratização dos meios de comunicação.
A jornalista Bia
Barbosa, secretária-geral do Fórum, falou dos atuais
desafios do FNDC e a coordenadora-geral da entidade, jornalista Renata Mielli, apresentou a nova campanha “Calar Jamais!”, que vai denunciar os casos de ataques à liberdade de expressão ocorridos no Brasil. sociedade.
desafios do FNDC e a coordenadora-geral da entidade, jornalista Renata Mielli, apresentou a nova campanha “Calar Jamais!”, que vai denunciar os casos de ataques à liberdade de expressão ocorridos no Brasil. sociedade.
Já o deputado Jean
Wyllys (PSOL/RJ), coordenador da FrentCom, falou da atual conjuntura brasileira
e da necessidade de reinvenção dos movimentos sindicais e populares para
disputar o campo da comunicação, que é determinante na construção do imaginário
da sociedade.
Também estavam
presentes no ato comemorativo aos 25 anos do FNDC o vice-presidente da FENAJ,
Guto Camargo, e os diretores José Carlos Torves e Isabel Clavelin. A Federação
Nacional dos Jornalistas coordenou o FNDC por vários anos, primeiramente com
Daniel Herz e, depois, com Celso Schröder. Atualmente, a jornalista Beth Costa
representa a FENAJ na Coordenação-Executiva do Fórum.
Manifestação contra o golpe antecede entrega do 38º Prêmio Vladimir Herzog
Comissão Organizadora
do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos realiza,
na próxima terça-feira (25/10), às 20h, no Teatro Tucarena (Rua Monte
Alegre nº 1024 – Perdizes, São Paulo), a cerimônia de premiação dos vencedores
de sua 38ª edição. Antecedendo a solenidade, o Sindicato dos Jornalistas de São
Paulo promoverá uma manifestação contra o golpe jurídico-midiático em curso no
país.
O ato em defesa dos
direitos humanos, sociais e trabalhistas acontecerá às 19h, no saguão do Teatro
Tucarena. Na convocação para a atividade, o SJSP destaca que “corremos o risco
de retrocessos, com uma volta ao passado de repressão, da censura, da
intransigência e do autoritarismo que assassinaram Vladimir Herzog”.
Premiação - Além de homenagens
aos jornalistas Elio Gaspari e Claudio Abramo (in memoriam), serão premiados no
38º Prêmio Vladimir Herzog oito trabalhos de um total de 567 inscritos nas
categorias de Arte, Fotografia, Internet, Rádio, Revista, Jornal, Documentário
em TV e Reportagem em TV. Antes do evento, a partir de 14h, os jornalistas
premiados participam da Roda de Conversa, um bate-papo onde os jornalistas
contarão ao público como foi o processo de construção da reportagem premiada.
Os vencedores
ArteVencedor
Brum (Rodrigo Serra Brum Machado)
“Monstro”
Jornal Tribuna do Norte – Natal/RN
Menção Honrosa
Samuca (Samuel Rubens de Andrade)
“Eu vi um Pokémon”
Diário de Pernambuco – Recife/PE
Fotografia
Vencedor
André Lucas Almeida (André Lucas de Almeida)
“Repressão Policial contra secundaristas”
Brasil Post – São Paulo/SP
Menção honrosa
Ricardo Oliveira (Sergio Ricardo de Oliveira)
“Piaçabeiros e Piabeiros, às margens do Rio Negro, das leis trabalhistas e dos direitos humanos”
Jornal Amazonas Em Tempo – Manaus/AM
Internet
Vencedora
Natalia Viana (Natalia Viana Rodrigues)
“Especial 100”
Agência Pública – São Paulo/SP
http://apublica.org/100
Menção Honrosa
Juan Torres (Juan José Torres Gilardi)
“O Silêncio das Inocentes”
Correio – Salvador/BA
http://www.correio24horas.com.br/blogs/silenciodasinocentes/
Menção Honrosa
Elvira Lobato (Elvira Lobato Araújo)
“TVs da Amazônia – Uma realidade que o Brasil desconhece”
Agência Pública – Rio de Janeiro/RJ
http://www.apublica.org/tvsdaamazonia/
Jornal
Vencedor
Leonencio Nossa (Leonencio Nossa Junior)
“Terra Bruta”
O Estado de S. Paulo – Brasília/DF
Menção honrosa
Vitor Hugo Brandalise (Vitor Hugo Brandalise Junior)
“Por cima, não: ‘acima’”
O Estado de S. Paulo – Caderno Aliás – São Paulo/SP
Rádio
Vencedora
Michelle Trombelli (Michelle de Bastos Trombelli)
“Especial 10 anos – Lei Maria da Penha”
Rádio BandNews FM – São Paulo/SP
Revista
Vencedora
Cristine Kist
“O bandido está morto e agora?”
Revista Galileu – São Paulo/SP
Menção Honrosa
Maria Clara Nicolau Vieira
“Pequenos e invisíveis: a mortalidade das crianças indígenas”
Revista Crescer – São Bernardo do Campo/SP
Documentário
Vencedora
Débora Brito (Débora Teles de Brito)
“Mulheres do Zika”
TV Brasil – Brasília/DF
Menção Honrosa
Luana Ibelli (Luana Fernanda Ibelli)
Racismo na Escola”
TV Brasil – São Paulo/SP
Reportagem de TV
Vencedora
Monica Pinheiro (Monica Maria Pinheiro Villar de Queiroz)
“Chacina em Osasco”
TV Globo – São Paulo/SP
Menção honrosa
Daniel Motta (Daniel Paulino Mota)
“Rota da Castanha: Exploração Sem Limites”
TV Record – São Paulo/SP
PEC do Juízo Final e reforma da Previdência são
rejeitadas por 80% dos brasileiros, constata pesquisa CUT/Vox Populi
A 5ª rodada de pesquisa CUT/VOX Populi, realizada entre os dias 9 e 13 de
outubro, aponta que 80% dos trabalhadores do campo e da cidade rejeitam a
proposta do governo Temer de aumentar a idade mínima para 65 anos com, no
mínimo, 25 anos de contribuição, que vai prejudicar os trabalhadores mais
pobres que começam a trabalhar mais cedo. Outros 15% concordam com o arrocho
previdenciário, 4% nem concordam nem discordam e 2% não sabem, não têm opinião
ou não responderam. A pesquisa mostra, ainda, que 74% dos entrevistados avaliam
negativamente o governo golpista de Temer
A coleta de dados foi obtida
com a aplicação de 2 mil entrevistas em 116 municípios brasileiros, com margem
de erro de 2,2 pontos percentuais e margem de confiança de 95%.
Segundo os dados, 70% dos
entrevistados são contra a PEC 241 – também chamada de “PEC do Juízo Final” -,
que congela gastos públicos, em especial despesas com Saúde e Educação pelos
próximos 20 anos. Só 19% concordam com a aprovação da medida, 6% são
indiferentes – nem concordam nem discordam – e 5% não sabem, não responderam ou
não têm opinião formada.
Ao analisar os resultados da
5ª rodada da pesquisa CUT/Vox Populi, o presidente da CUT, Vagner
Freitas, destacou o fato de que as propostas de Temer, que atacam direitos
sociais e trabalhistas e indicam arrocho salarial e previdenciário sem precedentes
no Brasil, são conhecidas e rejeitadas pela maioria dos trabalhadores e das
trabalhadoras.
Para Vagner, os resultados
contribuem para a avaliação negativa dos golpistas – Temer é mal avaliado por
74% dos brasileiros (para 40% o desempenho dele é regular, para 34% é negativo)
– e servem de alerta para os parlamentares que estão votando a favor da
retirada de direitos.
“Ao contrário do que deputados
e senadores pensam”, diz Vagner, “o povo está informado, sabe que será o mais
prejudicado com menos hospitais, menos médicos; e, se a reforma da Previdência
passar, que vai ter de trabalhar até morrer.”
Como uma das entidades
brasileiras que mais defende total transparência, a CUT vai divulgar em todo o
país os nomes de todos os deputados e senadores que votarem contra a classe
trabalhadora.
“Os traidores da classe
trabalhadora serão expostos cotidianamente até as eleições de 2018, podem ter
certeza. Faremos de tudo para que nenhum jamais seja reeleito”, concluiu
Vagner.
Piora da avaliação de Temer
como presidente
Temer é mal avaliado por 74%
dos brasileiros. Só 11% avaliam Temer de maneira positiva e 15% não sabem ou
não responderam.
No Nordeste, Temer é avaliado
negativamente por 78% dos entrevistados – 46% negativo, 32% regular.
Apenas 8% dos nordestinos avaliam o golpista de forma positiva.
A expectativa de como o Brasil
vai ficar no governo do golpista também piorou no Nordeste. Enquanto o Brasil
se dividiu – 33% acreditam que vai piorar e o mesmo percentual acham que vai
melhorar -, o Nordeste foi taxativo: para 50% vai piorar.
A pesquisa CUT/Vox Populi foi
realizada depois do resultado das eleições, entre os dias 9 e 13 de outubro.
Foram entrevistadas 2 mil pessoas com idade superior a 16 anos no Distrito
Federal e em todos os estados brasileiros, exceto Roraima. Foram ouvidos todos
os segmentos econômicos e demográficos em 116 municípios.
A pesquisa avaliou sentimentos
e opiniões da população brasileiros a respeito de questões políticas e
administrativas e a margem de erro é de 2,2%, estimada em um intervalo de
confiança de 95%.
Com informações da CUT
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