Com 176 anos de história completados no último
mês de julho, a Escola Estadual Paes de Carvalho, localizada no centro de
Belém, vai ter as instalações completamente reformadas. A obra está prevista
no Programa da Expansão e Melhoria da Qualidade da Educação Básica do Pará, e
será financiada com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID). Após a reforma, será implantado o Programa Escola de Tempo Integral.
A licitação para contratação dos serviços será
lançada neste mês de agosto. A previsão é de que o processo seja concluído em
um período de 30 a 40 dias para que as obras iniciem em outubro. Para atenuar
problemas de infraestrutura do telhado e de drenagem, a Secretaria de Estado
de Educação (Seduc) já executou serviços emergenciais, mas, para sanar o
quadro geral de depreciação em que se encontra, o prédio sofrerá uma
intervenção total.
O “Paes de Carvalho” tem hoje 2.260 alunos
distribuídos nos três turnos, em turmas do Ensino Médio regular,
profissionalizante e do Mundiar (programa que corrige a distorção idade/ano).
Obra é compromisso indiscutível
A reforma do “Paes de Carvalho” é uma
necessidade que a Seduc reconhece, tal a importância e a tradição dessa
escola para a educação do Pará. Construído no século 19, o prédio já foi
reformado várias vezes. Em 1969 passou por uma ampliação que configurou a
planta atual. Agora, incluída no programa de melhoria da qualidade da
educação, executado pela Seduc com recursos do BID, a escola passará por uma
nova reforma, que conferirá adequação para comportar o Ensino de Tempo
Integral. “Esse é o nosso maior objetivo de futuro”, explicou o diretor da
escola, Afonso Alves.
O “Paes de Carvalho” é referência em educação
pública de qualidade. No então colégio estudaram figuras célebres do mundo
político (incluindo ex-governadores e o atual chefe do Executivo Estadual,
Simão Jatene), educacional e científico (entre estes o médico Gaspar
Vianna). Por isso, também, a obra é almejada pela Seduc e pela comunidade
escolar: “A reforma é um compromisso indiscutível assumido pela Seduc, pois
trata-se de uma instituição simbólica que, por estar abrigada em um
prédio secular necessita de uma intervenção rigorosa, capaz de
eliminar os desgastes físicos e garantir mais conforto aos estudantes”, diz a
secretária de Estado de Educação, Ana Cláudia Serruya Hage.
Serviços emergenciais
Depois da readequação de processos
administrativos e do enquadramento da escola no programa financiado pelo BID,
a reforma do antigo Colégio Paes de Carvalho, caminha para uma solução
definitiva e as obras iniciarão ainda neste semestre.
Para garantir que os alunos pudessem retornar às
aulas neste segundo semestre letivo com mais conforto, a Seduc executou
serviços emergenciais. Foram realizados o conserto da calha - que
estava obstruída, provocando vazamentos dentro de salas de aula
-, reparos no telhado, consertos em vazamentos hidráulicos nos banheiro,
pintura de algumas salas de aula e a troca de forro, entre outros.
Para Eduardo Maciel, aluno do segundo ano do
Ensino Médio, a reforma geral vai atender os anseios dos estudantes.
"Com os serviços emergenciais de manutenção a situação melhorou, mas a
reforma definitiva é necessária para que possamos sanar alguns problemas
graves, como a questão da biblioteca, que não é climatizada, e do salão
nobre, que está fechado por conta do estado de degradação em que se
encontra”, relatou.
Intervenção total no prédio
“Pra que a gente possa acompanhar o aluno da
melhor forma possível, sobretudo quando se fala de ensino integral, é
primordial que tenhamos uma boa estrutura para oferecer. Nesse sentido, a
reforma é fundamental”, defende o professor de Geografia, Walter Cassundé, há
doze anos servidor da escola.
Na reforma, a Seduc vai investir 2,9 milhões de
reais. Os recursos cobrirão a implantação das novas redes elétrica e
hidráulica; a revitalização das 26 salas de aula e também dos banheiros,
laboratórios, área administrativa, biblioteca e do ginásio de esportes, entre
outros espaços. A nova rede elétrica vai garantir que todos os espaços sejam
climatizados. O projeto prevê também um sistema de combate
à incêndio e a sinalização visual da escola.
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Elck Oliveira
♦ Com colaboração de Nélio Palheta
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