HIENA, novo romance de Ray Cunha, é publicado pelo Clube de Autores
RAY CUNHA
BRASÍLIA, JUNHO DE 2014
– Hiena, novo romance de Ray Cunha, escritor amazônida radicado em
Brasília, foi disponibilizado, a partir de hoje, no site do Clube de Autores,
em versões para impressão (155 páginas, papel couchê 90 gramas, R$ 26,44) e
e-book (74 páginas, R$ 5,38). Trata-se de uma história de detetive. Ao
investigar o assassinato de um senador da República, degolado com uma katana,
no Tropical Hotel, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília, o detetive particular
Hiena faz a grande descoberta de sua vida.
Hienas
são como bactérias grandes. Bandidos do reino animal. Atarracadas, quartos
traseiros caídos, andar manquejante, começam a comer a vítima viva ainda na
perseguição, rasgando-lhe o ventre, as vísceras espirrando. O humorista carioca
Juca Chaves, Jurandyr Czaczkes, cunhou uma frase que se tornou um mito
persistente: “A hiena é um animal que come fezes dos outros animais, só tem
relações sexuais uma vez por ano e ri… mas ri de quê?”
A
Crocuta crocuta é predador sem igual. Caçadora formidável, chega a perseguir
suas presas à velocidade de até 55 quilômetros por hora, em grupos que chegam a
100 indivíduos. O segredo desse vigor é um coração poderoso. Mas o que as
tornam resistentes como baratas é que podem se alimentar de praticamente tudo,
desde filhotes de leão, passando por insetos a ovos de avestruz, até carniça já
cheia de vermes, e de outras hienas, além de suas próprias fezes. Contudo,
caçam também animais de médio e grande portes, como gazelas, impalas, gnus e
zebras. Suas mandíbulas são tão potentes que comem, normalmente, os ossos das
suas presas, razão pela qual suas fezes são esbranquiçadas.
O
detetive Hiena, Crocuta crocuta, como chama a si mesmo, não é bem o que
Jurandyr Czaczkes, o Juca Chaves, disse. Embora discreto, quando ri para valer
sua gargalhada é atroadora. Gastrônomo, elegeu a cozinha paraense a melhor do
mundo. Vive só, embora tenha namorada. Contudo, têm em comum com a Crocuta
crocuta alguns traços, como o sistema imunológico, pois nunca ficou sequer
resfriado; pode se alimentar de comida estragada sem se preocupar, já que não
se intoxica; conta com dentes de aço; é resistente como as baratas; e capaz de
atravessar qualquer circunstância de extrema tensão sem que seu batimento
cardíaco se altere. Também guarda um traço físico em comum com a Crocuta
crocuta: o tórax largo, sem ser do tipo cangula (sinônimo de pipa na terra das
suas duas mães, Belém do Pará), largo em cima e fino em baixo.
Com
um metro e oitenta, lábios carnudos, cabelos de Al Pacino, o que mais chama
atenção em Hiena são seus olhos bicolores, que amanheciam com um tom azul
claro, permanecendo assim nos dias frios, mas à medida que a temperatura subia,
iam ficando como lápis-lazúli e, à noite, independentemente do tempo que
estivesse fazendo, eram sempre duas esmeraldas. Adotou o cognome Hiena por uma
série de circunstâncias. Afinal, como disse José Ortega y Gasset: “O homem é o
homem e a sua circunstância”.
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MARCELO LARROYED
- escritor e mestre em teoria da
literatura pela Universidade de Brasília (UNB)
•RAY CUNHA
– Nascido em
Macapá, cidade que se debruça na margem esquerda do estuário do maior rio do
planeta, o Amazonas, na esquina da Linha Imaginária do Equador, Amazônia
Caribenha, Ray Cunha é autor de A Casa
Amarela; Na Boca do Jacaré-Açu
– A Amazônia Como Ela É; Trópico
Úmido – Três Contos Amazônicos; A
Caça; A Grande Farra; e Sob o Céu Nas Nuvens. Vive em
Brasília-DF, com sua esposa e a filha Yasmim,
Ray
Cunha - amigo de fé e irmão camarada - é nosso posto avançado em Brasília.
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