Câmara tem musa nova: SHÉRIDAN DE ANDRADE
BRASÍLIA - A deputada tucana de Roraima, o mais setentrional estado brasileiro,
desembarcou em Brasília com uma grande responsabilidade. Primeiramente, ela é
jovem (30 anos) e linda, rotulada pela mídia como musa da Câmara dos Deputados,
por isso será inevitável se impor a um colegiado machista e que impera em todas
as instâncias da casa, o que deverá tirar de letra, pois é psicóloga e, de 2008
a 2014, desenvolveu um trabalho social em Roraima premiado no exterior,
trabalhando principalmente em prol da comunidade indígena e mestiça do estado,
mostrando, por conseguinte, que é competente. E depois, é a mulher
proporcionalmente mais votada do país, com 35.500 votos (a população estimada
de Roraima é de 496.936 habitantes (IBGE/2014), 104.018 dos quais indígenas).
Em segundo lugar, Shéridan, como tucana que é, terá que compor com a
oposição em um momento delicado para o país, quando se ouve nas ruas clamores
pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, do PT, e o país se fragmentando
em sucata, à caminho de uma Venezuela (esta, está caminho de uma Cuba). E em
terceiro lugar, Shéridan é representante do estado mais pobre da Federação, com
PIB de R$ 6,341 bilhões, razão pela qual deverá trabalhar em dobro, se quiser,
inclusive, se credenciar ao governo do seu estado.
TRÍPLICE FRONTEIRA EM LITÍGIO - Roraima é uma das regiões da Amazônia mais
cobiçadas. Na tríplice fronteira em litígio Brasil, Venezuela e Guiana, nas
terras indígenas Raposa e Serra do Sol, com 1.743.089 hectares, e na reserva
Yanomami, dormem as mais ricas reservas minerais do planeta, especialmente de
nióbio, o metal dos metais. Além do assunto política indigenista e exploração
mineral na Amazônia, Shéridan já se pautou para debater um drama que perpassa a
Hileia: o tráfico de pessoas, facilitado em Roraima por 1.922 quilômetros de
fronteira com a Guiana e a Venezuela, esta, desmoronando.
Roraima, com 224,3 mil quilômetros quadrados, tem 15 municípios, o mais
populoso dos quais Boa Vista, a capital, com 284 mil habitantes; e duas Áreas
de Livre Comércio (ALC): em Boa Vista e Bonfim, únicas no país com incentivos
fiscais na investimento a indústrias que utilizem matéria-prima da Amazônia
Ocidental. Mas a pauta de exportação do estado é composta principalmente de
soja e de madeira serrada.
Assim, a instalação de um parque
biotecnológico, além da implementação de escolas técnicas voltadas para a
economia local e de investimento na produção artesanal e no turismo deverão
também ocupar bastante o tempo de Shéridan na busca por recursos na Esplanada
dos Ministérios.
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•• RAY CUNHA – Escritor e Jornalista baseado em Brasília
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