Ray Cunha autografa O Casulo Exposto e Trópico Úmido
BRASÍLIA – Brasília completa 52 anos neste 21 de abril, e o ponto alto da sua programação de aniversário é a primeira Bienal Brasil do Livro e da Leitura de Brasília, de 14, a 23 de abril, das 9 às 22 horas, na Esplanada dos Ministérios, dentro de uma estrutura coberta de 14 mil metros quadrados, dividida em quatro pavilhões, com 157 expositores, sessões de autógrafos, exibição de peças e filmes, seminários, debates, palestras e shows de música popular brasileira. Entrada franca. Os promotores do evento aguardam meio milhão de visitantes.
Estarão
presentes 120 editoras e autores de todos os continentes. Nomes consagrados
autografarão seus trabalhos, como o Nobel nigeriano Wole Soyinka, autor de O Leão e a Joia; o
norte-americano Daniel Polansky, autor da trilogia Cidade das Sombras; o britânico
Richard Bourne, autor da biografia Lula
do Brasil; e o argentino Mempo Giardinelli, de Luna Caliente. Haverá também
debates com escritores como a norte-americana Alice Walker, de A Cor Púrpura; e o chileno
Antonio Skármeta, de O
Carteiro e o Poeta. Entre os autores brasileiros convidados estão Milton
Hatoum, Cristovão Tezza e Marçal Aquino.
O escritor
Ray Cunha autografa dois livros na Bienal: O casulo exposto (LGE Editora, Brasília, 2008, 153
páginas, R$ 28) e Trópico Úmido - Três contos amazônicos(edição
do autor, Brasília, 2000, 116 páginas, R$ 20), no Pavilhão D, estande
67, da Livraria Cope Espaço Cultural, defronte ao estande da
Livraria Arco-Íris, sábado 21 e domingo 22, das 17 às 19 horas.
Brasília como ela é
A Brasília que emerge
das páginas do livro de contos O
casulo exposto é uma alegoria
à redoma legal que engessa o Patrimônio Cultural da Humanidade, a ninfa de
Lúcio Costa, golpeada no ventre, as vísceras escorrendo como labaredas de
roubalheira, luxúria, depravação e morte nos subterrâneos de Brasília. A fauna
que transita na esfera política e chafurda nos subterrâneos da cidade-estado é
heterogênea. Amazônidas que deixaram a Hileia para trás e tentam sobreviver na
fogueira das vaidades da ilha da fantasia, jornalistas se equilibrando no fio
da navalha, políticos daquele tipo mais vagabundo, que não pensa duas vezes
antes de roubar merenda escolar, estupradores, assassinos, bandidos de todos os
calibres, tipos fracassados e duplamente fracassados, misturam-se numa zona de
fronteira fracamente iluminada. Contudo, a ambientação de sombra e luz tresanda
também a perfume e romance.
“Ray
Cunha trabalha, desde 1987, como jornalista, em Brasília, cobrindo amplamente a
cidade e o Congresso Nacional. Seus romances e contos são, geralmente,
ambientados na Amazônia, mas, como o escritor acaba envolvido ao meio onde
vive, surgiu, assim, O casulo
exposto” – diz a quarta-capa do livro, prefaciado pelo escritor Maurício
Melo Júnior, apresentador do programa Leituras, da TV Senado. A capa é assinada
pelo artista plástico André Cerino.
Ray Cunha, defronte
ao Congresso Nacional - Foto de Ed Alves - 2009
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