Josiane, quando a conheci, e hoje, ainda de cabelos compridos. Uma flor,
Iasmim, Rosa do Cerrado, acrílica de André Cerino, e rosa
colombiana. Jasmim e rosa são o que eu tenho para te dar, Josiane Souza
Moreira Cunha, porque significam
meu coração.
meu coração.
A manhã
de 20 de maio de 1968, em Macapá, foi excepcional. As flores desabrocharam em
questão de segundos ao sol, deixando o ar prenhe de perfume e música de Mozart.
Sentia-se o planeta girando na Linha Imaginária do Equador. Eu tinha 14 anos e
devo ter amanhecido de ressaca, mas, certamente, percebi que a manhã fora
arrumada por Deus, pois entre as flores vivificadas pela luz uma recebeu o nome
de Josiane Souza Moreira.
Só a conheci 19 anos depois, em
Brasília. Cafuza, linda que só ela, parecia um arbusto e tinha sabor de Dom
Pérignon, safra de 1954. Começamos a namorar em 15 de maio de 1988, no cinema que
havia no Conjunto Nacional, vendo O Último Imperador da China, de
Bernardo Bertolucci. Casamo-nos no religioso em 21 de maio de 1989 e, no civil,
em 6 de agosto de 2010. Em 22 de fevereiro de 1990, Josiane deu à luz uma
princesa com nome de flor: Iasmim - a minha menina da foto.
Quando a conheci, eu tinha 33 anos de
idade, vinha de um casamento fracassado, vivia mergulhado no álcool, era
redator de um jornal sem futuro (Correio do Brasil, que já fechou as
portas há muito tempo) e não sou fisicamente atraente. Mas desde aquela noite
de 15 de maio de 1988, nos amamos todos os dias, até quando estamos perdidos,
pois nos encontramos no coração.
Ela entrou na minha vida como uma
rádio que passamos décadas tentando sintonizar e, um dia, eis que ouvimos,
alto, o Concerto para Piano e Orquestra em Ré Menor, de Mozart,
descobrimos que não existe tempo nem espaço e que o passado não existe, só
existe o agora e o agora, o momento mesmo da vida.
Josiane Souza Moreira Cunha, deposito
nas tuas mãos todo o meu tesouro, que conquistei por ti: a Luz do meu Pai, que
torna luminosos todos os dias da minha vida, pois, à minha passagem, os jardins florescem e as
crianças riem ao triunfo da Luz.
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