Profissionais
e
autoridades
internacionais
debatem a violência
contra jornalistas
Promovido
pela Federação de Jornalistas da América Latina e Caribe
(Fepalc) e pela Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), o
Seminário Internacional de Direitos Humanos e Jornalismo reuniU,
nos dias 18 e 19 de janeiro, em Porto Alegre, profissionais e
autoridades internacionais para debaterem a violência contra
jornalistas e alternativas para superação do problema. O tema
ganhou ainda mais relevância diante da constatação de que 2012
foi um dos anos nos quais foram registrados mais assassinatos de
profissionais de comunicação no mundo.
Realizado pela
FENAJ com apoio do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul,
o evento reuniu personalidades de destaque internacional como
Marcelo Duhalde, do Arquivo Nacional da Memória da Secretaria de
Direitos Humanos da Argentina, Roger Rodríguez, jornalista
investigativo do Uruguai, José Pablo Peraza, Diretor de
Jornalismo da Rádio Progresso de Honduras, Grisel Bethancourt,
ex-presidente do Colégio Nacional de Jornalistas do Panamá e
Ernesto Carmona, jornalista e escritor, organizador do livro
"Morir es la Noticia", sobre crimes contra jornalistas
durante a ditadura de Augusto Pinochet, no Chile.
Já entre
os destaques brasileiros que participaram do Seminário estão a
ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, o deputado Protógenes Queiróz
(PCdoB/SP), autor do projeto de lei que prevê a federalização
das investigações de crimes contra jornalistas, Beth Costa,
Secretária Geral da FIJ e o jornalista investigativo Carlos
Alberto Kolecsa.
O Seminário será no Centro Cultural CEEE
Erico Verissimo, com início às 9 horas do dia 18 de janeiro, e
contará com a participação de jornalistas e autoridades da
Argentina, Venezuela, México, Chile, Uruguai, Paraguai, Honduras,
Panamá, Colômbia e Brasil. Às 19 horas haverá solenidade de
instalação da Comissão Memória, Verdade e Justiça dos
Jornalistas Brasileiros, composta por Audálio Dantas (SP),
Nilmário Miranda (MG), Rose Nogueira (SP), Carlos Alberto Caó
(RJ) e Sérgio Murillo de Andrade (SC).
Direitos
Humanos
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Nota
oficial
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Violência
contra profissionais de comunicação faz mais uma vitima
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A
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) lamenta o
assassinato de mais um profissional da comunicação, o
radialista Renato Machado, sócio da Rádio Barra FM, do
município de São João da Barra (RJ). De acordo com
informações veiculadas pela imprensa, o profissional foi
atingido por vários tiros, na porta da emissora, na noite
de terça-feira (08/01/13).
A FENAJ solidariza-se com
os familiares, amigos e colegas de trabalho do radialista,
ao mesmo tempo em que se soma às entidades que já
manifestaram pedindo a apuração rigorosa do caso, com a
identificação e punição dos culpados.
A FENAJ
lembra que, em 2012, onze profissionais da comunicação
foram assassinados, dois quais quatro eram jornalistas e
sete eram radialistas ou donos de pequenos veículos de
comunicação.
Os assassinatos de jornalistas e
outros profissionais da comunicação, além de atentado à
vida, são também crimes contra a liberdade de expressão e
o direito à informação. São, portanto, crimes que não
podem ficar impunes, sob pena de prejuízos à democracia e
ao pleno exercício da cidadania do povo
brasileiro.
Brasília,
9 de janeiro de 2012. Diretoria da Federação Nacional
dos Jornalistas.
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Violência
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Relatório
da FIJ registra 121 assassinatos de jornalistas em 2012
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Com
seis casos, o Brasil ficou em 5º lugar na lista de países com
mais assassinatos de jornalistas e trabalhadores da mídia em
2012. O relatório apresentado pela Federação Internacional
dos Jornalistas (FIJ) no dia 31 de dezembro registra que o ano
passado foi um dos mais sangrentos para os jornalistas. Segundo
os dados da entidade, 121 profissionais foram assassinados no
exercício de suas funções ou devido às suas
atividades.
Para o presidente da FIJ, Jim Boumelha,
esses números terríveis provam o fracasso dos governos e das
Nações Unidas para cumprir as suas obrigações
internacionais de proteger o direito fundamental à vida dos
jornalistas. "O número de mortos em 2012 se torna uma
acusação contra a falta de convicção dos governos no
fornecimento da proteção aos jornalistas. Obviamente não
conseguiram parar este massacre" , disse.
Boumelha
destaca que esse nível elevado de jornalistas mortos tornou-se
uma característica constante da última década, durante a
qual a reação normal das Nações Unidas e dos governos foi
de apenas algumas palavras de condenação e uma investigação
superficial e indiferente. Segundo a FIJ, que desde 1990
publica relatórios anuais dos profissionais de mídia que
morreram em incidentes relacionados com a sua atividade
profissional, ao contrário do que muitos pensam, não foram as
guerras que motivaram a maioria dos casos de mortes de
jornalistas, mas sim os "crimes encomendados" para
silenciar os profissionais que publicaram denúncias ou
realizavam trabalhos investigativos.
O relatório da FIJ
apontou, em 2012, as mortes dos brasileiros Valério Luiz
(Rádio Jornal 820/GO), Décio Sá (Jornal O Estado do Maranhão
e Blog do Décio/MA), Paulo Roberto Cardoso Rodrigues (Jornal
da Praça/MS), Mário Randolfo Marques Lopes (Vassouras na
Net/RJ), Laécio de Souza (Rádio Sucesso FM/BA) e Eduardo
Carvalho (Portal Última Hora News/MS).
A Síria lidera
o ranking de países onde ocorreram mais casos de mortes de
jornalistas em 2012, com 35 casos, seguida pela Somália com 18
registros. Além dos 121 casos de mortes de jornalistas no
exercício da função, o relatório da FIJ arrola mais 30
mortos por acidente ou doença relacionada com a prática do
jornalismo em 2012.
Em novembro passado, na
Conferência das Agências das Nações Unidas realizada em
Viena (Áustria), foi lançado oficialmente o Plano de Ação
da ONU para segurança de jornalistas e combate à impunidade.
Para Beth Costa, Secretária Geral da FIJ, é hora de
pressionar os governos para cumprirem este Plano. "A
situação é tão desesperadora que a inação não é
possível" , destacou.
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