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6/30/2006

Escola Bosque retoma papel de referência em educação ambiental
















Fotos: Waldemar Carvalho


Uma grande festa marcou a entrega das obras de revitalização da Escola Bosque Prof. Eidorfe Moreira, em Outeiro, na manhã da sexta-feira/23, O refeito Duciomar Costa, a secretária municipal de educação, Therezinha Gueiros, autoridades e nomes da área ambiental relembraram o histórico da escola e de seu projeto pioneiro de educação ambiental e exaltaram o momento que chamaram de “renascimento” da escola em seus princípios pedagógicos originais, dez anos depois de sua fundação. O ex-prefeito Hélio Gueiros, a secretária Therezinha Gueiros e o arquiteto Milton Monte receberam homenagens especiais.
O prefeito Duciomar Costa, que era vereador quando a Escola Bosque foi inaugurada e apoiou a retomada do seu perfil original como centro de referência em educação ambiental, falou da importância do projeto para ajudar a mudar a cidade de Belém. “Estou tendo a honra de resgatar obras importantes para Belém e isso é resultado de uma administração compartilhada. Será impossível construir a cidade que sonhamos se não houver o compromisso de todos. A principal obra, portanto, é exatamente a conscientização, é a educação”.
O pronunciamento da secretária Therezinha Gueiros, responsável pela implantação da escola em 1996, no último ano da administração de Hélio Gueiros, foi tomado de afetividade. “A melhor palavra que pude achar para falar desse momento foi renascimento, depois do quase desmonte de um projeto que sempre foi coletivo e que pôs em marcha a construção de uma educação ambiental à época inovadora na América Latina. Esse desabrochar agora se deve à qualidade da semente que foi lançada há dez anos. Sei que o prefeito Duciomar foi um dos que sofreram ao ver a deterioração desse projeto e quero agradecê-lo pela coragem de entregar novamente a educação aos educadores.”
A comemoração começou com uma visita por todos os espaços recuperados na área de 120 mil hectares de mata secundária ocupada pela escola. Os visitantes passaram pelo bosquinho onde se iniciaram as discussões com a comunidade da ilha para a criação da escola, ainda em 1995, e onde foram recebidos por uma dramatização dos alunos do curso de teatro da escola, voltado para a educação ambiental. Seguiram pelos laboratórios, salas de aula, biblioteca, refeitório e viram apresentação do grupo parafolclórico Boto Tucuxi, formado por comunitários, e chegou até a horta.
Durante a cerimônia, a professora Marilena Loureiro foi apresentada como a nova presidente da Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque Prof. Eidorfe Moreira (Funbosque), responsável para administração da escola. Também foram apresentados o conselho consultivo da escola, formado por especialistas e nomes de referência em educação ambiental, e o grupo Amigos da Escola Bosque, que reúne voluntários dispostos a contribuir para o desenvolvimento das práticas educativas da escola.
Como parte da comemoração, ainda foram assinados convênios de cooperação técnica entre a Funbosque e Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), ambos para a realização de estágio curricular para os alunos do curso técnico em meio ambiente.

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Aline Monteiro

6/25/2006

Escola Bosque continua promovendo a Educação Ambiental


Deu na coluna do Dr. Hélio Gueiros, no Diário do Pará, de hoje:

“Diz-se que todo pai e toda mãe tem seu filho preferido. Amam a todos, lutam e se sacrificam por todos, mas há sempre um que dá a impressão de que é mais preferido do que os outros.
Pela Bíblia, isso vem do começo do mundo, ebeca, mãe de Esaú e Jacó, fez uma tramóia em favor de Jacó contra a primogenitura de Esaú e este ganhou as bênçãos que por direito seriam de Esaú. Na vida pública o governante, mesmo tendo obras e serviços a comemorar, se apega mais à uma realização do que às outras.
É o que parece acontecer comigo quando me lembro do meu governo. Acho que fiz alguma coisa para deixar lembrado o meu nome, mas a criação da Escola Bosque no Outeiro me fala mais alto à mente e ao coração. Idéia da cabeça da Therezinha aproveitando um trabalho do sociólogo Mariano Klautau no Outeiro, a Escola Bosque “Eidorfe Moreira” se constitui um marco na história da educação no Pará, com repercussão em todo Brasil e no estrangeiro.
A Escola Bosque está completando dez anos. E o Prefeito Duciomar Costa e Therezinha fizeram festa na sexta-feira/23 e apresentaram à população uma escola renovada e revitalizada a partir de investimentos, com recursos próprios da Prefeitura, de mais de meio milhão de reais. Os trabalhos para recuperação da Instituição de Educação Ambiental compreenderam instalações elétricas e hidro-sanitárias, melhoramento das esquadrias e das estruturas dos prédios, recuperação do grande auditório, troca de móveis, instalação completa da biblioteca e da brinquedoteca, aquisição de 2.500 livros, cozinha industrial, nova central de refrigeração, novos computadores, recuperação do lado, abertura de trilhas e caminhos. Além disso, todos os professores da escola receberam em 2005 e 2006 cursos semestrais e intensivos na linha da formação continuada através do projeto denominado “Ecoar”.
O objetivo a cuida da aprendizagem dos alunos que, somente na sede do Outeiro, somam 1.700 entre educação infantil, ensino fundamental e ensino médio com curso para formar técnico em meio ambiente.
10 anos da Escola Bosque! Deus continue a abençoar seus dirigentes, seus professores, seus funcionários, seus alunos e a sofrida, heróica e grande gente das ilhas de Belém”.
É como diz o belo e criativo anúncio da DC3: “...As pessoas ganham aa chace de ter uma boa profissão e renda. A cidade ganha multiplicadores da idéia de progresso com consciência ecológica.
Uma vitória de todos”.
E que Deus abençoe o senhor Dr. Hélio que tornou realidade um antigo sonho dos outeirenses. (A.F.)

6/23/2006

‘Escola Bosque’ ressurge das cinzas



Duciomar devolve a Escola
Bosque à comunidade


Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira completa dez anos de fundação com sua estrutura física revitalizada e com o processo de retomada do seu projeto pedagógico original.
Nesta sexta, dia 23, às 9 horas, o prefeito Duciomar Costa faz a entrega da obra e acompanha a secretária municipal de Educação, Therezinha Gueiros, numa visita aos espaços recuperados, junto à comunidade do Outeiro.
A revitalização da Escola Bosque, iniciada no ano passado, representou um investimento superior a R$ 700 mil. Foram feitas a recuperação da estrutura e telhas da cobertura de todos os blocos, pintura geral, recuperação dos alojamentos, do auditório, e pintura de painéis coloridos, além de recomposição paisagística dos jardins e bosques da escola.
Desde o ano passado, a escola está retomando sua relação com a comunidade, organizando uma série de projetos de geração de renda para a população do entorno, mantém um escritório piloto de ecoturismo formado pelos alunos do curso técnico, projetos de incentivo ao uso de plantas medicinais, de reciclagem de papel para criação de pastas, embalagens e outros produtos, clube de ciências e um núcleo de educação ambiental através da arte e esporte.
Os frutos dessa retomada já começaram a surgir. Treze convênios estão sendo formalizados com instituições ligadas à educação e à área ambiental para desenvolvimento de atividades com alunos e comunidade. A escola também está implantando seu conselho consultivo e a Associação Amigos da Escola Bosque como parte das comemorações de aniversário.
E não faltam motivos para comemorar. A escola recebeu do Ministério da Educação o Prêmio Melhoria do Ensino Médio Noturno, no valor de R$ 140 mil reais para investimentos na reformulação dessa modalidade de ensino a partir do projeto Curupira.
Também acaba de lançar o livro “Receitas e Sabores da Horta”, organizado pelos alunos do Ciclo II do Ensino Fundamental como resultado do projeto “Plantando e Colhendo - Aprendizagem na Horta do Conhecimento”, que tem como principal objetivo compreender a importância das hortaliças para a saúde humana.
A Escola Bosque foi criada na administração Hélio Gueiros, para ser um centro de referência em educação ambiental e para impulsionar o desenvolvimento sustentável da região insular de Belém, a partir de discussões que tiveram a participação da Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação, e dos moradores organizados no Conselho de Representantes da Ilha de Caratateua, o Consilha.
Localizada a 35 quilômetros do centro de Belém, ela foi construída em uma área de 120 mil metros quadrados de floresta tropical secundária, com salas de aula, auditório, biblioteca, videoteca, brinquedoteca, laboratórios de informática, de ecoturismo, de química e de biologia, horta, orquidário, lago para criação de peixes, cozinha, refeitório e alojamentos para receber pesquisadores.
Organizada como uma fundação, tem hoje cerca de 2.300 alunos, de educação infantil até ensino médio profissionalizante, com formação em técnico em meio ambiente, direcionados para manejo de fauna, flora e ecoturismo, sendo a única da rede municipal a oferecer ensino médio.
Durante a gestão Hélio Gueiros, a Escola Bosque viveu o seu apogeu e foi citada como sendo um dos mais importantes centros de Educação Ambiental, não apenas no Brasil, como também vários congressos realizados na Argentina, Chile, Equador, no Uruguai e foi visitada por pessoas ligadas a Ecologia e Educaçao Ambiental de todo o mundo.
Como repórter que acompanhou a Escola Bosque desde o projeto inicial. cumprimento efusivamente o prefeito Duciomar Costa por sua atitude de fazer com que a Escola Bosque, igual a Fênix da mitologia grega, ressurgisse das cinzas.
Muito bem, amigo.
Outeiro não esquecerá.

· Com a colaboração de Esperança Bessa

6/21/2006

Posta Restante



Está dificil essa situação da falta d'agua em Icoaraci. Como é possivel uma companhia de saneamento não localizar um simples vazamento? Se não me engano, aqui a Sabesp, dispõe de um dispositivo - aparelho, ou algo parecido - que localiza com precisão esses tipos de vazamento. Não tenho certeza disso, mas você poderia averiguar se a empresa paraense tem conhecimento disso.
A falta de água nas proximidades da Rua 7 deve atingir você que mora quase nas imediações. Certo?

Alfredo Ramos, de São Paulo
(um belenense peocupado com a situação dos moradores de Icoaraci)

É verdade, cunhado.
Mas acredito que os técnicos do Saaeb já estão tomando as providências.
Por sinal, está circulando o n 1º do Notícias do Saaeb com muitas novidades. Oportunamente falarei sobre esta publicação
.
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Icoaraci está sem água há quase quatro dias,
Não é posível uma coisa dessas acontecer numa mini-cidade que você apelidou de Vila Sorriso.
Como podemos sorrir com a falta do chamado precioso líquido?
Você que sabe tudo sobre o Saaeb – escreveu há dias muito bem sobre ele – interceba a quem de direito para que resolva a situação.
Chega de politica, vamos cuidar mais de ação.

José Antônio Penteado Drumond – Ponta Grossa, Icoaraci

Está registrada a crítica.
Ô Raul Meireles, anote essas reclamações
.
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Conheci ontem o teu jornal eletrônico – o Jornal do Feio,
Parabéns, o bicho é da melhor qualidade. Ele é semanal ou mensal? Preciso saber prá poder ficar ligado. Grande beijo meu, da tua prima Ione e dos primos. Amanhã: BRASIL 3, e o pessoal do olho pequeno O.
Vamos cruzar os dedos!!!
Lhe aguardo.

José Ronaldo Uchoa Pinheiro – Telégrafo, Belém.

Obrigado, primo.
Vou assistir o jogo na sua casa. Prepare a Coca e os sanduiches.
Eu não bebo cerveja... e nenhuma bebida alcoólica, ok?
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Oi, Feio
Chama atenção das autoridades, ou de quem de Direito, para o estado crítico do prédio onde nasceu o nosso poeta maior Antônio de Nazareth Frazão Tavernard – que em maio completou 70 anos de morto – na Rua Siqueira Mendes – ou 1ª Rua, como queiram – quase esquina com a Travessa São Rocue, que está quase para cair. Até o Cisju que funciona lá desde a sua fundação, há nove anos, saiu, já que não tinha condições de funcionar.
Quebre este galho.

José Raymundo Mesquita – Cruzeiro, Icoaraci.

Faço côro à reclamação do José Raymundo.
Por sinal a edição d´Estado que estará circulando segunda-feira/26, traz uma nota a respeito desse assunto.
Em breve, aqui neste espaço e no mais antigo de Icoaraci, este assunto será tratado com maior profundidade.

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Este espaço é de todos:
aldemyrfeio@belem.pa.gov.br/
aldemyrfeio@oi.com.br.
Escrevam.

6/11/2006

Jornal do Feio fala sobre Alfredo Ramos


O blog do jornalista Aldemyr Feio, o Jornal do Feio, editado em Belém, destaca em sua última atualização este colunista. A idéia em principio não era contar uma história, mas fui escrevendo e quando me dei conta, tinha a matéria pronta. Falei para o Feio: Cara estou te mandando o texto.
Lê, vê o que dá para aproveitar, faz um resumo e manda pro ar. Feio, achou que dava pra colocar do jeito que mandei. Sendo assim, que seja. Vamos ver a reação da galera.

Aldemyr Feio é jornalista e assessor de imprensa da Prefeitura de Belém. É dele o slogan de Icoaraci: Vila Sorriso.

PS - Pinçado do site Fiel Bicolor – Brasil, que é editado em São Paulo.

Obrigado, gente!



Confesso que é um tanto quanto piegas agradecer cumprimentos de aniversário.
Lembro de uma citação de um antigo colega – já aposentado – Dalvino Flores, que sempre dizia: "após os 50 anos a gente não aniversaria, mas completa tempo de fundação".
É o meu caso!!!
Depois de quase 40 anos de estrada, disponho de um espaço para escrever e acolher o que outros escrevem... e, ontem, foi o dia do meu aniversário; portanto, vale a pena o registro.
De qualquer forma, agradeço sensibilizado às pessoas que gentilmente me cumprimentaram, por e-mails, cartões e telefonemas.
Destacadamente: Duciomar Costa, Fernando Coutinho Jorge, Almir de Oliveira Gabriel, Augusto Teixeira, Hamilton Pinheiro da Costa, Antônio Eustáquio do Nascimemto, Hélio Dória, Hélio Dória Jr. Santino José de Jesus Soares, Padre Raimundo Possidônio Carreira da Mata, Clayton Palmeira, Messias Lyra, Rárima Croelhas Feio, Cláudio Croelhas, José Santos Croelhas, Telmo Mãrio Menezes da Silva, Gerson Menezes da Silva, Terezinha de Jesus Sales da Silva, Ivanice Lobato, Ivanildo Lobato, Lucas Gonçalves, Sérgio Lobão, de Belém; Antônio Alfredo de Olivcira Ramos, Antônio Alfredo de Olivcira Ramos Jr, Maria Aracy Sena da Silva, Dolores Garanito de Freitas e Ricardo Uchoa Rodrigues, de São Paulo; Yolanda Nóvoa Braão, Raimundo Moreira Filho, Aylton Nacarato, Oscar Silvano, José de Oliveira Gaspéro e Prescila Mont´Alverne Tys, do Rio de Janeiro, além de José Serrote, Maria Dália de Azevedo Quincas, de Belo Horizonte e Lúcia Oliveira e Luís Eduardo Moreira Feio, de Fortaleza – dentre outros.

A Poesia da Yolanda


Yolanda Brazão (*)


Vamos lá brasileiros
Chegou mais um grande momento
Soltem suas emoções
Preparem seus corações
Façam pedidos em orações
O Brasil precisa ganhar
E para o nosso Brasil
O hexa conquistar
Vamos reunir nossas vibrações
E tudo que há de melhor
Buscar apenas os bons fluidos
E com o pensamento positivo
Apostar nesta vitória
Que só nos trará gloria
E orgulho de ser brasileiro
Vamos mostrar para o mundo inteiro
Nossa versatilidade
Toda criatividade
Todo nosso talento
Nossas grandes estrelas
Dizer que no Brasil
Não existe só violência
Que ela está em todo mundo
Mas, contudo
Não é assim divulgada
E aos quatros ventos espalhado
Nosso Brasil tem grandes qualidades
Muita boa gente na cidade
Mas é rica em emoção
Nos temos a maior seleção
Por cinco vezes fomos campeões
E agora vamos vencer...
Trazendo para o Brasil
Mais uma taça pra seus cidadões
Vamos gritar , bradar
Em bom alto som
O hexa não é um sonho
É a nossa maior realidade
Nossa maior conquista
Somos os campeões.

Junho 11, 2006 5:42 AM
(*) Yolanda Nóvoa Brazão, é atriz, poetisa e escritora icoaraciense, radicada no Rio de Janeiro

6/07/2006

Alfredo Ramos, por ele mesmo


Nasci em Belém, em agosto de 1941. Estudei no Colégio do Carmo, primeiro como interno, depois fui “promovido” por bom comportamento para o externato.Fiz parte junto com Manoel Pompeu Filho e José Bonifácio Antunes Monteiro, do triunvirato que dirigiu o Grêmio Recreativo Domingos Sávio na tentativa de soerguê-lo. Mas o que se viu na pratica é que seus dias ficaram piores e quase foi fechado pelos diretores do Colégio principalmente quando eu tentei meter as mãos pelos pés e tentar “dirigir” o Grêmio.
O primeiro contato com um político de porte foi com então governador do Estado, Magalhães Barata. Fui até o Palácio pedir seu apoio para a reforma de nossa quadra de esportes. Barata garantiu que daria total apoio. Esperei 30 dias e nada da reforma começar, então mesmo sendo advertido pelo diretor do Colégio, Pe. Belchior Maya d´Atayde, mandei quebrar a quadra, na esperança que viesse a provocar uma “revolução” estudantil, contra o governo - veja só que criancice! Nada aconteceu, a não ser minha expulsão do Colégio.
Manoel Pompeu era um grande líder estudantil. Um revolucionário dos bons. Foi um dos lideres e idealizador da Liga Camponesa do Pará. Fiz parte, ou melhor, me colocaram nela, mas nunca me envolvi no movimento, mesmo porque queriam que fosse panfletar e distribuir nos confins do Judas (interior do Pará) armas para os colonos em nome do suposto movimento comunista do Leonel Brizola e Jango Goulart. Na realidade eu não estava nem um pouco preocupado com esse movimento de esquerda. Minha preocupação era outra, a de adolescente da era James Dean, descobrindo o mundo na base da rebeldia e nas grandes farras.
Nunca fui um bom estudante. Fui expulso de todos os colégios de Belém. Carmo, Paes de Carvalho, Moderno, Abraão Levy e até do único colégio que jamais ousara expulsar o pior aluno, o Para Amazonas. Credo! Por conta disso, o Nazaré não quis nem saber de minha matricula. Pior pra eles. Nunca gostei dos Marianos mesmo. Sempre fui um Salesiano.
Quando estudava no Carmo tinha um jornalzinho editado pelo Waldir Sarubby de Medeiros. O Clarim. Poesia pura. Mas eu lia O Clarim, o que era editado na Argentina, que meu pai assinava. Sarubby nasceu poeta como o João de Jesus Paes Loureiro que também escrevia suas poesias no manuscrito deste. Eu, sempre fui um semi-analfabeto. Não estudava e ainda queria ser jornalista. Lancei então um jornaleco manuscrito concorrente: o Sem Rival. Fez sucesso principalmente por só falar o que não devia. Era o Pasquim piorado da época. Tinha as minhas “vitimas” preferidas. Lembro do Pe. Bertoldo, que lecionava francês e o chamava de Padre Bicudo, ou melhor, Padre Bicudô, com direito a bico e tudo. Encarnei tanto no coitado que ele entrou em depressão e deixou de lecionar. Pura maldade juvenil.
Tempos depois fui me “oferecer” a aprendiz de jornalista. Bati n’A Província do Pará. Deram-me uma mesa e uma cadeira – como se eu fosse gente - e, a incumbência, pior ainda - de cobrir a Câmara Municipal. Dureza para quem não sabia nem o que era mesmo um jornal. Fui a Câmara e sentei numa mesa de fundo, onde os jornalistas faziam a cobertura das sessões. Não entendi patavina que os vereadores falavam. Tudo grego, como, aliás, é o modo deles falarem. Resultado - mandei um projeto de matéria mal escrita e que falava não dos vereadores, mas das atividades na zona do meretrício de Belém. Nem tinha começado e já fora despedido com um simples recado: “Vá trabalhar na Tribuna do Pará. Lá é que é lugar de terrorista e comunista” Acho mesmo que o certo seria: Vai trabalhar, vagabundo.
Certo. Comecei na Tribuna do Pará. Tudo o que escrevia ninguém lia, nem os editores. Deveria ser uma bela porcaria mesmo. Mas me deram uma carteirinha de repórter amador. Quando peguei a carteira só deu tempo de descer as escadas da redação e dar de cara com o Exercito na esquina. Cercaram e invadiram a Tribuna. Prenderam todo mundo, menos eu que dei sorte de sair antes deles chegarem. Vim parar em São Paulo, via Paraense Transportes Aéreos, a primeira e única empresa aérea que você embarcava com pára-quedas nas costas e mais com a certeza que a Revolução de 64 não me pegaria nunca. Quem iria fugir da Revolução viajando pela PTA?
São Paulo - Não vim corrido e nem perseguido; afinal a Revolução de 64 não tinha nada haver comigo. Não era comunista, político e muito menos anarquista, embora tivesse cara. Era sim, merengueiro dos bons.
Em São Paulo morei na Pensão dos Aeroviários, em frente ao Aeroporto de Congonhas. Na lanchonete tomava café e nas horas de folga fazia o que todos os paulistanos caretas faziam. Olhava o sem fim das aeronaves descerem e subirem. Seis meses de frio e saudades de Belém. Voltei.
Apesar de pouco emprego em Belém, nunca fiquei desempregado. Cheguei a ter três empregos, acreditem, de uma só vez. Na Booths Line, era Office-boy. Escondido, fazia coleta de dados cadastrais de futuros clientes para a White Martins. O tempo que sobrava, depois das cinco da tarde, andava como louco de "Vespa", vendendo porta a porta sabão para uma fábrica que fazia o famoso Sabão Pintax.
Se fui um grande vendedor não foi por que eu queria. Fato é que certo dia “camelando” por uma certa rua tentava fazer minhas vendas. Entrei num grande prédio e vendi dez caixas de sabão. Grande venda. O comprador foi a Perfumaria Phebo.
“Então, disse o dono da Sabão Pintax, você é o tal que conseguiu vender sabão para uma fábrica de sabão?”. Mereci destaque e a consideração da empresa. Mas no fundo, hoje, quando me lembro disso, da até vontade de chorar.
Mas não foi só sucesso, não. Tempo depois as vendas do sabão caíram assustadoramente. Tentando vender sabão para um portuga dono de um empório, ele me disse que não comprava sabão Pintax por nada neste mundo, pois tinha acabado a promoção na TV e não queria ficar mais com tanto sabão encalhado.
- Certo. Não compra mesmo não. Já estou cansado de tentar vender essa porcaria que só tem sebo e não limpa p... nenhuma – disse irritado.
O portuga era o tio do dono da fabrica de sabão. Fui despachado com o seguinte recado: “Paga o Alfredo e dá uma caixa de Sabão Pintax para ele lamber”.
Mas na Booth Line a vida era mansa. Certo dia me incumbiram de ir até o cais do porto e fazer chegar até o escritório da empresa, uns marinheiros que desembarcavam de um vapor vindo da Inglaterra.
Contato feito. “ Do you speek english?
Os caras riram tanto que quase cairam do bote que estavam. Inconformado com as risadas dos ingleses mandei essa:
“Seus sun of beech viados. Vão pra pqp. Não vou levar ninguém pro o escritório”.
Na Booth depois dei de cara com os ditos marujos. Um deles era português e não tinha ficado nada satisfeito por tê-lo xingado e quando me viu ameaçou sair correndo atrás de mim.
Trabalhava numa fabrica de colchões que na época inovou com crina de coco. Um sucesso, Não sei por quanto tempo durou. Mas, tempo depois, bancos de carros vieram a ser fabricado com esse material.
Em Belém estava preste a ser dado o pontapé para a formação de uma sociedade que deveria inaugurar a primeira cervejaria da amazônia, a Cerpa. O dono da fabrica de colchões, Erichsen era o idealizador. Como trabalhava no escritório me mandaram, pela minha boa letra, passar para o livro, a ata de fundação da cervejaria. Lá está a ata, toda com minha caligrafia.
A secretária me convidou para uma festa de formatura. Fui.
Na festa todos bebiam e dançavam. Uma “mina” de vestido vermelho, não. Mas ninguém conseguia convencer a mocinha a dançar. Olhei e disse: Comigo ela dança. Dançou. Ela era paraense, mas tinha sido criada desde bebê em São Paulo. Seu pai era piloto da Rea Aerovias. Estava em Belém pela primeira vez. De férias
Namorei. Ela voltou a São Paulo, e eu fiquei ligado. Por uma dessas coisas que acontece ela morava duas quadras atrás da Pensão dos Aeroviários, onde então tinha morado, quando da minha primeira e curta passagem de seis meses pela terra da garoa. Ela trabalhava na lanchonete do aeroporto, onde sempre tomava café. Mas não a conheci lá e nunca a vira, ou se vira e nem prestara atenção. Em Belém, sim, prestei melhor atenção, tanto que acabei voltando para São Paulo e casando com a princesa Célia – irmã do redator deste blog. Talvez por isso tenha mais espaço.
Casado, mudei pra melhor. Tentei estudar, mas sempre não fui bom nisso. Também pudera, trabalhava em três turnos alternados. Quando estudava de manhã, trabalhava à tarde. Quando trabalhava à tarde estudava a noite. Quando trabalhava de noite, dormia de manhã. O estudo acabou.
Quem casa quer casa. Comprei uma na periferia, em Interlagos, achando que tinha feito um grande negócio. Um pesadelo. Não se podia abrir a boca que os pernilongos caiam matando. Luz, nem pensar. Água só de poço. Ônibus a léguas de distancia. Para completar, para atravessar a represa, só de barco, feito de caixotes de madeira. Valia quase uma passagem de ônibus com direito a ficar com os sapatos molhados.
Quando minha esposa viu a casa, desmaiou. Acostumada a todo conforto de classe média, morando numa bela casa na Alameda dos Guainumbis, em Indianópolis, o desmaio foi pouco. Pior quando chegou a noite e tinha esquecido de comprar um lampião. Ela me perguntou: Onde ascende a luz? Que luz, respondi, aqui não tem luz.
- Meu Deus! E caiu dura no chão!
Dei uma de político. Prometi e prometi bastante até acalmá-la. “Antes que meus filhos cresçam, você terá luz elétrica, água encanada, esgoto, telefone, rua asfaltada, escola e ônibus na porta de casa e se duvidar até um posto de saúde”.
-Eu quero é ir pra casa de minha mãe!
Mas promessa feita é promessa a ser paga. Cumpri todos os itens acima, um a um, menos o posto de saúde.
Hoje ela não quer mudar donde mora. Tem tudo aqui.
A luta não foi fácil para conseguir tudo o que tinha prometido. Fundei uma sociedade de amigos do bairro onde fui presidente por dez anos até acabar com minha sina. Fundei outras tantas sociedades e até uma federação de futebol de várzea, em Santo Amaro.
No Palácio do Governo, num jantar com Maluf, diversos lideres de bairros de toda Zona Sul estavam se acertando. Marin era seu vice e queria me lançar candidato a vereador. O custo era alto demais e não tinha como bancar a empreitada e o risco. Acabei não topando a parada. Nunca mais quis saber de política. Teria valido a pena?
Tornei-me empresário. Tive algum sucesso, mas tomei dois canos seguidos do governo e fali bonito. Um por conta do maluco do Collor confiscando minha poupança e, por tabela, arruinando o mercado de construção civil, meu ramo de negócio de elétrica. E quando estava voltando ao normal, por conta da prefeita Erundina que não pagou as obras que tinha feito, tanto de elétrica como de hidráulica, em dezenas de escolas e creches publicas que ela tinha contratado. Naquela época Erundina era o piolho de Lula. Só inventava!
Mas não morri de fome. Mudei de atividade e passei a trabalhar como terceirizado no ramo de telecomunicações. Enfartei, quase morri duas vezes, sobrevivi e hoje, estou aqui, contando essa história.
Como aposentado, dizem não tem nada o que fazer, arranjei um divertimento, que acabou virando quase uma obrigação. Criei a Fiel Bicolor em São Paulo. Não me recordo se já existia esse nome em Belém. Fiel sim. Hoje o site é que sobrevive, pois de Fiel Bicolor em Sampa, só tem cara duro. Não faz sentido uma torcida organizada aqui. Em Belém sim, mas lá tem a Terror que quase expurgada adotou também o nome de Terror Fiel Bicolor.
É isso ai, gente. Essa é minha história. Do que escrevi aproveitem duas linhas e as demais mandem pro brejo. Ainda tem brejo seco em Belém? E a Matinha? Lá, sim, tinha perereca a dá com rôdo.
___________

Esse aí é o meu cunhado. É o homem que promove este blog em Sampa. (A.F.)

6/02/2006

Meus pêsames, Croelhas



Às vezes nós que fazemos jornalismo quase 24 horas por dia, ficamos intrigados com os designios do Altíssimo. Gente que a gente quer bem, de um momento para o outro retorna ao Grande,
ao Criador de todas as coisas.
Mas Ele é sábio. O maior sábio de todo o universo e quem poderá ousar de Suas determninações?
Nem eu, nem você, nem ninguém.
Chico Buarque para mim um dos maiores poetas deste país - depois de Vinícius de Moares, claro – já dissera, o que dá pra rir, dá pra chorar.
Na quarta-feira/31, nós divertíamos com a notícia publicada no Diário do ParáColuna Repórter Diário – que relatava a afliçãodo administrador regional de Icoaraci – o economista
microempresário José Croelhas – para provar que está vivo!...
É que algum engraçadinho – se assim posso dizer já que a educação e a ética me impedem de chamá-lo de outra forma – espalhou aos quatro ventos que o Croelhas havia morrido!!!!
Só que o amigo estava – como está - vivinho da silva.
Claro que esta notícia causou um tremendo mal estar não apenas para o Croelhas, como para a sua família e os amigos.
Pois bem, ontem/01, à noite, quem morreu foi o irmão do Croelhas, Cláudio Santos Croelhas,
Só que dessa vez, de verdade.
Croelhas que é poeta – tem até livro lançado – entende a linguagem dos poetas que dizem, o amanhã é um eterno recomeçar; mas com o morte não tem reconeço, tem, sim, a dor, a ausência, a saudade que não tem fim...
E como disse acima, Deus – O Supremo Redentor dos mundos como dizem os místicos, sabe o que faz e chamou para junto de Si, o Cláudio.
Estava precisando dele para criar junto com os anjos e santos, belas peças de barro em cerâmica tal como fazia lá no Paracuri.
Por que usei a frase do Chico Buarque?
Simplesmente porque no domingo/04, José Croelhas, estará aniversariando...

Paradoxal ao extremo, não é mesmo?
Cláudio se foi.

Tomou rumo da glória, usando uma linguagem, que aprendi desde menino; mas em setembro alguém virá: o novo rebento do Croelhas que, certamente, trará novas esperanças e novas alegrias para o seu coração compungido, com as bençãos do titio que está no céu.
Croelhas: eu, Telma. Luís Eduardo, Adelmo e a família compartilhamos da sua dor.

Meus pêsames amigo.

Aldemyr Feio

Honra ao Mérito


Outros jornalistas também foram classificados.
Ei-los - Rosalina Alenandre, José Carlos Boução da Silva, Dina Santos e Roh~erio Paiva Pinto.