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7/31/2007

Presença de Luiz Lima Barreiros


A melhor das maravilhas:

A MURALHA DA CHINA

Ninguém sabe como começou esta obra. Um jornalista (do ramo de ficção científica,talvez) escreveu em 1893, que ela seria a única construção terráquea visível da Lua. O homem foi à Lua, em 1969, e em, mais cinco vezes,e constatou que a afirmação era mentirosa. De lá, com luneta (não seria, terreta?) se poderá ver no máximo, a grande cadeia de montanhas. Já o francês Lavoisier (aquele do "nada se cria...tudo se transforma", olhou para a muralha e fez outra frase:
"É superior às Pirâmides do Egito, em utilidade e tamanho". O escritor tcheco Franz Kafka escreveu um livro de contos chamado "A Muralha da China".
Dizem que foi o imperador Shi Huang-ti, no ano de 221 a.C quem determinou (conclusivamente) a ligação de uma série de fortes já existentes, serpenteando vales e montanhas chinesas, numa construção viária única; onde vários governos meteram dinheiro na obra e nos bolsos. A soldadesca não gostava de ficar parada na solidão das montanhas e abandonava, constantemente seus postos.
Ela vem desmoronando há séculos. Camponeses sempre tiraram pedras para fazer suas casas. Hordas de guardas vermelhos de Mao Tsé-tung se deram ao trabalho de derrubar trechos inteiros, nos anos 60, durante a famigerada Revolução Cultural , para malhar o passado imperial. A Grande Muralha da China, com seus 2.400 km. de extensão, demorou séculos para ser construída. Jamais seguiu o projeto e o cronograma inicial.
Consumiu vários orçamentos públicos e milhares de vida. Na verdade, muitos dizem que ela foi um monumento ao desperdício. Nunca cumpriu sua pretensa função de defender o país. Os mongóis de Gêngis Khan, por exemplo, numa bela noite, subornaram os guardas de fronteira e invadiram a China, sem dar um tiro sequer. É isso aí... e, pois bem , foi este monumento que foi o mais votado, internacionalmente, para ser a maior das maravilhas do mundo atual .
A Estátua do Cristo Redentor, tirou apenas o terceiro lugar. Mas, aproveito a oportunidade para parabenizar o governo municipal, o estadual e o federal, no Rio de Janeiro, pela realização dos Jogos Panamericanos, que foi modelo de eficiência e organização, na realização do evento... controlando inclusive a bandidagem que preocupava a todos. Talvez para lamento dos catastrofistas que torcem sempre pelo fracasso de tudo e de todos.

31.07.2007

7/28/2007



A LETARGIA DE LULA

Carta de um intelectual do Pará

Brasília - Em carta a este colunista, o diplomata José Varella, presidente da ONG Universidade Livre do Marajó, medita sobre o artigo “A letargia de Lula” - publicado antes ... e não contemplado por este blog, já que a minha coluna neste espaço é semanal. Como a missiva de José Varella contribui para o debate político e aborda a questão amazônica, objetivo maior do Enfoque Amazônico, achei por bem publicar a epístola do intelectual paraense, a qual se segue.


Estimado conterrâneo e colega Ray


Permita-me divergir do seu artigo “A letargia de Lula”, para assinalar o vício maniqueísta da mídia nacional formada desde a escola até às redações em amar ou odiar o "rei" provisório, eleito para Presidente...

Dessa longa série fizeram melhor o papel Vargas, que foi mais realista do que o Príncipe (o poder), com sua vocação dramática até o suicídio; e Juscelino, com seu ar de seresteiro e a minerice de imperador do Egito ao lado do sumo-sacerdote Oscar Niemayer, Lúcio Costa e o vidente de Monte Claros, Darci Ribeiro, que viria depois com a utopia tropical da UnB, abatida em pleno vôo e castrada pelo golpe de 64...

O mal é de nossos usos e costumes colonizados no caldo de cultura ibérico em luta permanente entre Deus e o Diabo (lembre-se, por exemplo, da festa de Mazagão, com seus mouros e cristãos se engalfinhando por causa da doidice marroquina d'el-rei dom Sebastião, lá no Amapá...).

Você fala numa corrente filosófico-religiosa que vem de berço oriental e tem grande penetração no Ocidente cristão através de imigrantes japoneses. Esse caldeamento de corpos e espíritos diversos que vem na contramão de toda e qualquer ortodoxia, e faz a nossa mestiçagem brasileira, é a grande novidade no mundo. Pois aí está a abertura para a convivência e a tolerância mútua, única saída para um mundo supercomplexo.

Não bote todo esse enorme abacaxi pra descascar no colo de um Presidente na solidão do Planalto...

De fato, entre o que a nossos olhos parece "branco" ou "preto" há uma gama enorme de variações de tonalidade... Não sou do PT nem lulista roxo, mas é injusto (para não dizer preconceituoso) o nível de ataques ao atual presidente da República, que descamba do necessário debate crítico para a desqualificação abusada. Tudo indica, será pior à medida que 2010 se aproximar com ensaio geral em 2008...

Tá todo mundo louco! Doido para o "piloto" sair de cena (nenhuma hipótese de sabotagem pode ser afastada, mesmo com risco do Jabor com cara de santarrão fanfarrão da TV invocar a tese da paranóia governamental)...

Dane-se o Brasil, o que uns e outros querem é “Puder”!...

No fundo, todos adoravam o falecido ACM (que Deus o tenha e não vá ele encrencar agora com a gestão do chaveiro do Céu pra lhe tomar o cargo; já pensou o que poderia acontecer com o arquiinimigo Waldyr Pires quando chegar o seu dia e se apresentar na portaria celestial? E a tremenda revanche da discussão com seu colega senatorial Barbalho sob as barbas de São Pedro?)...

ACM chamou de ratazana ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ao qual apoiara na eleição presidencial pra fazer ciúmes a FHC e se vingar de José Serra, atropelador da candidatura da filha do amigo Sarney); a plebe rude queria ver sangue, mas o Lulinha paz e amor venceu o sapo barbudo muito bem, e assim, entre mortos e feridos, todos se salvaram... Pontos para o presidente Lula.

A turma está vendo a floresta, mas não enxerga a árvore. Não é verdade que a Amazônia é algo remoto para Lula: ele estava lá pelas bandas de Xapuri quando o comuna Chico Mendes estava em apuros sob a mira dos fuzis do latifúndio e ninguém no Sul Maravilha tinha ouvido falar de uma futura ministra Marina Silva...

O buraco da camada de ozônio é mais embaixo, no subsolo... Lá no teu, no meu, nosso Amapá, estavam passando contrabando de material radioativo extraído das beiras da Serra do Navio... Levado em sacos ordinários em caminhonetes através da GF... Suspeita-se que iam parar no Oriente Médio; jornalistas na outra margem do Oiapoque levantaram suposta informação de que à França restou o minério atômico em questão no atol de Mururoa, naquela experiência em que foi afundado o navio do Greenpeace e morreu a bordo na explosão provocada pelo serviço secreto um militante português...

O mundo ficou "jito", mas o Oiapoque é longe do Brasil primeromundista... Um Lula lá tem só uma agenda de 24 horas ao dia, tirando o cerimonial, o protocolo e as viagens... O que é que sobra para "tomar conta" deste país imenso? Não há Presidente que possa, é preciso o Super-Homem, mas o que havia no cinema caiu do cavalo e fraturou a coluna... Já não se fabricam mitos como no tempo da Cobra Grande...

O que acontece é que Brasília - nascida de um sonho de integração continental - se transformou no reino da Lua (culpa dos congressistas que a gente manda pra lá), longe da Amazônia e das mais regiões dos Brasis...

Qualquer patriota que venha, por exemplo, lá dos Pampas, como Jango, ou de Mecejana, como o cearense Castelo Branco, acaba sendo envolvido pela solidão do Cerrado, um certo espírito celestino, longe da materialidade da terra em transe...

Não podemos vaiar o Lula sem vaiar a nossa própria sociedade bacana vidrada em Miami e adjacências, a mediocridade nacional em assumir de fato este país-continente. É nossa culpa - há quase 400 anos - se a Amazônia é longe do Brasil e do mundo. Somos nós, os brasileiros do Norte, que temos que amazonizar o Brasil. Sei que você está aí batalhando com o nome Amazônia na capital da República...

Mas é o sistema presidencialista, irmão. Perfeito motivo para manter a alienação política da nação... Os espertos nos ensinam, mirem-se no Tio Sam... Sim, eu adoraria trazer de lá, por exemplo, a DEMOCRACIA MUNICIPAL, que está à base da velha democracia americana que Tocqueville invejava, para aplicar na imperial e aristocrática França... Apenas remediada agora com a União Européia e o PARLAMENTARISMO moderno...

Em BSB falam em reforma política, mas quem vai reformar o quê? Time que está ganhando... Lembre-se de Jango, Janio, Collor... FHC, segundo Elio Gaspari, este último estava seqüestrado no porão do Planalto e o sósia dele mandava esquecer tudo que havia escrito.

Movidos pela mídia entreguista, a minha geração votou (eu não, graças a Deus estava nas ruas de Belém com carro de som gritando Lott-Jango...) no destrambelhado agente yankee Janio (aquele da vassoura de bruxa, varre-varre vassourinha anti-corrupção, querendo dar o golpe que viria, depois, dos quartéis, você era jovem e não se lembra da imortal UDN, avó da Arena et caterva com o espelho da moralidade burguesa à mão), quando era para eleger o general nacionalista Lott, que tinha impedido o golpe e segurado Juscelino...

Humberto de Alencar Castelo Branco poderia ter sido o nosso Hugo Chávez, mais sizudo, mais sertanejo do que Lula, talvez; mas o bacharelismo burguês e a famosa "esquerda burra", que não lembrava que o tenente Luiz Carlos Prestes tinha atravessado o país a pé, o Cavaleiro da Esperança, pisou na bola e lá se foram os anos de chumbo, desde um 1968 pelo avesso do 68 de Paris...

Lula está refém (Zé Genoíno, Dirceu e outros pagaram pra ver, mas até os tapetes do Planalto sabiam que era inevitável, dizem que o palácio Alvorada é visagento, deve ser alma penada de algum bandeirante tipo Anhanguera, que andou matando índio pelos sertões de Goiás) dos usos e costumes da poderosa elite neocolonial. Esta, com seus "representantes do povo" no Congresso, não quer nem ouvir falar em governo parlamentar... ficaria exposta, entende? Carece de um "rei" momo, de tempo em tempo...

Logo, um homem do Povo na Presidência é alvo fácil para distrair as massas e dizer, vejam como não dá certo! Suspiros pela volta de Dom Pedro II, a cada erro de concordância gramatical do Lula é o Presidente que leva palmada...

Pannis et circens... Mas, como diz o pragmático vice José Alencar, Lula é um gigante... O homem certo no lugar certo, na hora incerta. Não embarque nessa, amigo.

Alfredo Ramos



Esse meu Payssandu... é um desmancha prazer...

Estive em Belém durante duas semanas e entre outras louváveis intenções era ver o Paysandu detonar o Ananindeua pela segunda rodada do grupo 3, Série C. Fazia um bom tempo, desde 2005, que não visitava minha cidade natal e, portanto, a expectativa era maior para voltar a ver meu time jogar na Curuzu.
Pois não é que não vi nada! Ou melhor, vi um amontoado de perebas vestindo a gloriosa camisa bicolor. Um time horrível, pior, muito pior que o time de várzea do meu bairro aqui em Sampa.
O Ananindeua não venceu, mas o Papão conseguiu com sua ruindade deixar escapar a vitória cedendo o empate em 3 a 3 por três vezes consecutivas. Decepção e revolta para quem depositava fé e esperança nesse time, muito mais por não me conformar com a derrota sofrida pelo Papão logo na estréia para esse medíocre time chamado Imperatriz.
Esperava ficar até o ultimo jogo, dia 5/8, e vir a assistir o jogo final do grupo contra o Araguaina e comemorar com a Fiel Bicolor a passagem do Paysandu para a segunda fase da Série C. Mas, a derrota para o Ananindeua, no jogo seguinte no Mangueirão por 1 a 0, foi a gota d’água, a decepção final. O Paysandu com seu treinador Paulo Roberto e seus jogadores importados dos piores times do interior paulista, foi uma calamidade sem precedentes. Não sei em que cabecinha ou cabeçona saiu essa idéia de se montar um time com jogadores sucatas da Série B-1 do Campeonato Paulista. É como se você fosse em Igarapé-Miri e trouxesse nove jogadores de lá para jogar no Paysandu. Só podia dar no que deu, vexame.
Não deu outra e minha estada em Belém já não fazia sentido e acabei motivado por tanta raiva, comprando passagem e no dia seguinte, com os inevitáveis atrasos de vôos, desembarcado em São Paulo.
Mas não foi só de tragédia essa minha passagem pela bela Belém que por sinal, achei bem diferente de dois anos atrás, meio suja e abandonada pela jura que fizeram seus dois governantes. Um prefeito motorista que não cuida do transito e a outra que governa em cima do palanque no velho estilo mancada sindicalista do caos, o Lula Congonhas.
E para não dizer que não fui a Roma e não vi o Papa, estive na orla de Icoaraci, com meu velho amigo e cunhado, Aldemyr.
Bom papo, um pouco de cerveja para acompanhar o prato do dia, uma dourada à moda paraense 0 que, por sinal, foi servida na base do bom humor local. É que pedi a dourada (peixe), mas a garçonete oferecida jura que eu pedi para comer uma dourada preta.
Pois é, como é a vida.
O que era para ser duas semanas de boas férias só deu mesmo para aproveitar o peixe, pois tartaruga (Ananindeua) não era prato da semana. Mas com certeza, o Papão, antigo lobo mal tinha virado um au-au qualquer.

E para concluir uma foto, tirada na orla de Icoaraci, o que sobrou das minhas lembranças em Belém: o peixe, eu e meu cunhado Aldemyr, titular deste blog.
Tchau.
Até qualquer dia.

São Paulo, 18 de julho de 2007.

7/21/2007


MODERNIZAÇÃO DA AMAZÔNIA

Estado de Carajás sacode Belém

Brasília – O processo de modernização da Amazônia encontra-se ante a perspectiva de novo salto, a criação do estado de Carajás, do tamanho de um terço do Pará. Esse processo político começou em 1737, quando o estado do Maranhão passou a ser chamado de estado do Grão-Pará e Maranhão e a capital foi transferida de São Luís para Belém. Em 3 de março de 1755, foi criada a Capitania de São José do Rio Negro, dependente do estado do Grão-Pará e Maranhão.

Até 1772, o território do Grão-Pará era integrado pelos estados do Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Piauí e Roraima. Em 20 de agosto de 1772, foi dividido em dois: estado do Grão-Pará e Rio Negro, com capital em Belém, e estado do Maranhão e Piauí, com capital em São Luís. Em 5 de setembro de 1850, o Grão-Pará foi desmembrado em duas unidades, as províncias do Pará e do Amazonas, denominadas estados após a Proclamação da República (15 de novembro de 1889).

Em 1943, foi desmembrado do Pará o Território Federal do Amapá, hoje, estado do Amapá. Agora, políticos paraenses querem criar mais dois estados, Carajás e Tapajós, e o Território Federal do Marajó. Se isso acontecer, o Pará perderá a mais estonteante região do planeta, o Marajó, para quem Belém esteve sempre de costas; perderá os investimentos da Companhia Vale do Rio Doce; e a bela região tapajônica.

Carajás, no sudeste do Pará, tem 289.799 quilômetros quadrados, um terço do Pará. Se criado, será o nono maior estado em área, com 39 municípios, 1.143.910 habitantes (IBGE/2000) e 18% dos eleitores do Pará. Será maior do que países como Portugal, Uruguai e Equador. Somente 11,04% de sua população são paraenses. Maranhenses, são 23,08% e mineiros, 11,17%. O restante da população migrou de todo o Brasil.

A sacudida no estado paraense é instrutiva. Seus governadores recentes, de diversas cores partidárias, são todos iguais no comportamento. Agem como se vivessem na Província do Grão-Pará.

7/18/2007

Parabéns, Telma


Na busca por igualdade conseguiste importantes conquistas, firmando-se como força de mudança sem perder a graça, a beleza e o encanto, qualidades que somadas à tua vocação de semear a vida, te fazem especial.
Tomei emprestado esta frase de um autor que desconheço – eu pincei de um velho caderno de escola - para cumprimentar uma pessoa muito especial, a minha mulher Telma Menezes que hoje/18, completa mais um ano de vida.
Tinha muita para lhe dizer, mas nessa hora me faltam palavras.
Quero, publicamente, reafirmar o meu amor por esta mulher diferente que ao longo desses quase 22 anos eu apreendi a estimar, a respeitar e amar.
Depois do meu filho – Luís Eduardo, fruto do meu amor primeiro -, a Telma(foto), de quem tanto me orgulho e, disso não faço segredo, é a minha razão de viver.
Obrigado, meu amor por esses anos todos de paciência e tolerância.
Agradeço a Deus por ter feito você e a colocado no meu caminho.
Parabéns.

Te amo.

7/14/2007

Presença de Luiz Lima Barreiros


Monumentos Maravilhas do Pará

Amigo Guilherme:

nesta enquete que você abre, para eleger o mais maravilhoso monumento do Pará, fiquei com atrozes dúvidas, atroado mesmo:
afinal, como escolher entre a Estátua da Liberdade da Pedro Álvares Cabral, o Menino Jesus de Marituba, o Cristo Redentor de Castanhal, o Canguru Móvel da Radiolux....e também, a Gurijuba Gigante de Pedra da Vigia (maior que qualquer estatuazinha de Itu), o ET Chupão de Colares, e o Fictício Colosso da Virgem de Nazaré (sempre falado,e de origem disputada,mas nunca visto),numa ilhota qualquer da Guajará, perto do Aeroporto... são sete maravilhas, de abalar as certezas de qualquer um ...
um abraço:

Luiz Lima Barreiros
(ainda vivo)

NÃO AO COLONIALISMO

Eduardo Braga lança frente dos governadores da Amazônia

Brasília - O governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), é, atualmente, o mais importante líder da Amazônia, ao lado do ex-governador do Amapá, João Capiberibe (PSB). O marajoara Capiberibe, que, com sua esposa, a deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP), participou da resistência à Ditadura dos Generais (1964-1985), imprimiu, nos seus dois governos (1994-2002), o desenvolvimento sustentável , rompendo com a subserviência ao colonialismo com que o Sudeste, principalmente São Paulo, encaram a Amazônia. Apeado do Senado da República por meio de um processo judiciário infame, que enoda esse poder, legou o Projeto de Lei Complementar 217/2004, que prevê que todo o poder público exponha suas contas na internet; Capi deu o exemplo no Amapá. Falta esse projeto ser votado no plenário da Câmara e, se aprovado, seguir para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mas “a transparência nas contas públicas é um poderoso instrumento de controle social republicano, que reduz as práticas criminosas na aplicação do dinheiro do contribuinte” – observa Capi. Lula sancionará o projeto de Capi?
Já Eduardo Braga, que nasceu em Santarém, também no Pará, como Capi, caboclo marajoara, tomou duas atitudes que merecem aplausos: decidiu transformar a BR-316, a Manaus-Porto Velho, em ferrovia; e se associou à governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), para liderar uma frente amazônica. Era do que o Trópico Úmido precisava. Não se pode esperar nada de Ana Júlia Carepa, que só se interessa por nepotismo e cabides de emprego, mas seu estado é o mais importante da Amazônia.
Pois bem, Eduardo Braga, que participa, em Belém, do Quinquagésimo-Nono Encontro Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), convidou Ana Júlia para participar, em Manaus, de reunião, prevista para agosto, com o objetivo de reunir forças com osdemais estados da Amazônia e conseguir a liberação de verbas federais para a região, especialmente a área de ciência e tecnologia.
Eduardo Braga e Ana Júlia reclamaram do tratamento desigual que a Amazônia recebe de Brasília. "São Paulo tem 36% do Produto Interno Bruto (PIB) da nação e recebe 42% dos recursos para educação. Isso, nós não podemos aceitar" – Eduardo Braga protestou. "Precisamos acabar com essa disputa besta, que vem da época do Brasil Colônia, entre Amazonas e Pará. Nossas bancadas no Congresso, por exemplo, não têm quantidade e sim qualidade. Mas se nos juntarmos, todos os estados da Amazônia, seremos mais fortes" – afirmou o governador amazonense.
Ana Júlia concordou e disse que está disposta a participar de um encontro de governadores em Manaus. "Sou contra a disparidade de investimentos entre os estados brasileiros" – disse.
Com efeito, a federação brasileira é trôpega.

Hélio Dória fala sobre o Outeiro


Comentário levado ao ar no início do Programa Hélio Dória – Rádio Transpaz – AM - de ontem:

Estive no Outeiro e vi como aquele balneário está abandonado. Fiquei muito triste mesmo com a situação do Outeiro. Eu fui visitar o Outeiro que á terra do meu pai, meu pai nasceu no Outeiro.
Confesso, fiquei triste com o que eu vi. O sistema de transporte coletivo do Outeiro está falido, rigorosamente falido. Eu não tinha noção do tamanho do problema em que o Outeiro se encontra. Eu fui com alguns amigos do Colégio Rui Barbosa cujo sítio fica na Brasília. Eu tive de atravessar o Outeiro de ponta a ponta, fiz um ângulo que quase 360 graus, fui por uma via e voltei por outra. Fiz isso para ver melhor, para conhecer melhor o Outeiro. Andei pela orla, por diversas vias, fiquei impressionado... o que tem de kombi velha circulando no Outeiro fazendo transporte de passageiro...não é brinquedo. Eu andei fazendo perguntas acerca dessas kombis, e um cidadão lá do bairro de Brasília me disse com toda a convicção: Isso é que tem nos salvado...veja, Duciomar, o que os moradores do Outeiro tem dito. Essas kombis velhas, esses paus velhos que rolam por lá é quem tem salvado essas pessoas...!
Eu disse: não é possível?! E os ônibus? Ele me disse: nós temos seis ônibus para servir a ilha do Outeiro toda... seis ônibus que circulam na ilha do Outeiro, o que ele disse eu tomei como verdadeiro, e que me pareceu um cidadão sério, já de idade, morador antigo do Outeiro.
Fiquei observando por alguns minutos aquela situação.
Quando eu vinha voltando – nós viemos pela orla – quando estávamos subindo ali na Praia Grande, eis que vem um ônibus que faz a linha para o Outeiro com bastante passageiro, ônibus superlotado. O ônibus pára e desce alguns passageiros, aliás, os passageiros que desceram o fizeram pela porta da frente, portando, subentendem-se que eles viajavam com carteirinha, dois ou três passageiros... tinha uma menina de mais ou menos 12 anos de idade com a mochila de estudante, mas não estava fardada... essa menina tentou subir no ônibus e o motorista arrancou de forma brutal e a menina ficou lá aguardando. Ora, a subida do ônibus não é pela frente? O motorista sabia se aquela menina iria ou não pagar a passagem? Então como é que ele arranca de forma tão irresponsável?
Aí eu voltei. Pedi para que o Helinho, que foi comigo, que voltasse e me dirigi à menina. Ela ficou até meio assustada comigo. Eu lhe disse, minha filha não tenha medo. Perguntei-lhe se o ônibus não tinha parado para ela... a garota além de afirmar, disse mais: eles não param nunca, nem para criança e nem para velho.. e aí eu pergunto – e eu quero fazer essa pergunta ao meu particular amigo Mário Martins, presidente do Setrans-Bel... como que você estão brigando para acabar com as kombis, se quando é para cumprir o preceito, que é o direito do cidadão, vocês não cumprem.. que é de parar para idoso e para menor? É um absurdo uma coisa dessa. É um absurdo... porque você vê que um cidadão é idoso o motorista arranca para que não possa subir no ônibus. Se ele vê que um estudante que vai pagar meia passagem, ele arranca não deixa entrar no ônibus. Parece que a orientação é uma vingança: se não anda no ônibus, na kombi também não anda porque vai pagar ingresso total ou vai andar de graça...
Mas eu quero dizer que o idoso não anda de graça no ônibus. Pode não ter custo para o idoso... mas isso esta incluso na planilha de custos do transporte coletivo. Está incluso o percentual de pessoas que andam gratuitamente no ônibus, em especial, os idosos; portanto não atendê-lo, não prestar o serviço de transporte ao idoso é uma excrescência, é uma imoralidade e a CTBel não pode permitir.
Agora, por falar em CTBel, é inaceitável que você não tenha na ilha do Outeiro um único agente da CTBel, ou uma viatura da CTBel para tentar visitar os pontos finais, para ficar circulando na ilha do Outeiro para evitar que abusos possam ser praticados. O que não se admite e andar de ponta a ponta no Outeiro e não encontrar uma única viatura da polícia.
Eu dei uma descida ali na Praia Grande, já vindo embora – fazia um bom tempo que eu não ia ao Outeiro... e para falar a verdade, eu não conhecia nem aquelas barracas que foram construídas, eu acho na época do Hélio Gueiros, quando prefeito – achei interessante... estão meio abandonadas, mas é interessante.
Agora tem umas placas lá, do Governo do Estado, que dizem que está sendo revitalizada a orla do Outeiro... corram porque senão vocês não irão nem encontrar a estrada para levar a piçarra para fazer a orla. porque a erosão já está comendo e levando tudo ali na Ilha da Caratateua, conhecida como ilha do Outeiro,
Outeiro está entregue à própria sorte, me disse uma senhora de setenta e tantos anos de idade na frente do mercado da Brasília. Ela me disse: meu filho, filme tudo, não deixe escapar nada... eles pensavam que eu estava a serviço de algum canal de televisão.... já que levei uma câmara digita; Mas a intenção mesmo é mostrar pra todo o mundo como está o nosso ponto de recreação mais perto e mais barato.. é lamentável a situação em que se encontra o Outeiro sem que ninguém faça absolutamente nada.
A única coisa que funciona na ilha do Outeiro é a boa vontade, a educação das pessoas sempre solícitas. Quando você pede uma informação elas dão sorrindo conquistando a gente de imediato... agora estão à míngua e abandonadas de tudo e jogados à própria sorte. Outeiro pede socorro e nós nos somamos ao grito dos moradores do Outeiro estamos cobrando das autoridades, segurança... estamos cobrando das autoridades municipais uma ação imediata e efetiva na ilha do Outeiro, que possa minimizar o sofrimento daquela população.
Ó Pai ajuda o povo do Outeiro porque a situação não está fácil".

7/08/2007

Alfredo Ramos


Seguinte:
Estou um tanto sumido devido a um pequeno acidente quando cai do segundo para primeiro andar - vão da escada – aqui em casa, em Sampa. Fraturei o pulso, vinte pontos na cabeça e quatro no nariz
Como esta difícil escrever passo a bola pra vocês.
Fico aqui curtindo a fiel – eu tenho um blog, a Fiel Bicolor – dos torcedores do Payssandu em são Paulo. São muitos!!! – que para falar a verdade está bem melhor com o Carlos Cidon nas entrevistas e nas noticias; a Iva Muniz nas reportagens e o João Santos como webmaster. Fico no suporte.
Estou melhorando. Pelo menos da pra usar um pouco a cpu.
Dia 13 estarei aí em Belém se o PT deixar e os controladores de vôo deixarem.
Para que vocês não se esqueçam de mim, publico um aspecto da Festa Caipira na creche da minha neta, Camila, ontem, junto com a minha mulher – a Célia – irmã do Aldemyr Feio, titular do blog.
Até pelaí gente.
Estou louco para tomar açaí recém saído da máquina.

JUSTIÇA DE OLHOS DE ÁGUIA

Farsa de Joaquim Roriz enseja revisão do caso Capiberibe


Brasília - O ex-senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, e sua esposa, a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP), foram cassados, em 2004, sob a acusação da compra de dois votos, por R$ 52, num processo que enlameia o Judiciário. Segunda-feira 2, Capi, como é conhecido pelos amapaenses, encaminhou uma carta ao ex-ministro Carlos Velloso, relator dos processos contra os Capiberibe, criticando-o por agir “menos como juiz e mais como advogado de defesa” no processo contra o então governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), hoje senador, flagrado com a boca na ratoeira. Contra Roriz, havia uma tonelada de provas do uso escancarado da máquina pública na sua reeleição, mas a raposa escapou, com toda sua felpa. A propósito, Roriz é aquele que pagou R$ 250 milhões por uma ponte que custaria R$ 75 milhões.
Carlos Velloso disse ao jornal Folha de S.Paulo que não condenou Capiberibe nem absolveu Roriz: "Fui apenas o relator do processo; quem condenou foi o TSE”.

Segue-se a carta de Capi a Carlos Velloso, aposentado:

Ao iniciar a elaboração destas mal traçadas linhas me assaltou uma dúvida. Confesso que estou encontrando uma certa dificuldade em relação ao tratamento que devo dispensar-lhe. Pensei inicialmente em tratá-lo de excelência; logo me dei conta que não seria o caso. Lembrei-me que, tanto eu como você, já não correspondemos às qualificações exigidas para merecer tal distinção; em outras palavras, não somos mais excelências. É verdade também que perdemos a primazia do tratamento por razões muito diferentes.
No seu caso, foi o epílogo de uma carreira bem sucedida, imagino, sem maiores obstáculos, que incluiu a presidência da mais alta corte de justiça de nosso país. Você concluiu uma carreira de grande sucesso, cercado de direitos e garantias que raros brasileiros conseguem atingir; fecha seu ciclo produtivo gozando de privilégios reservados a poucos. Sai de cena perdendo apenas a primazia de ser distinguido com o tratamento de Vossa Excelência, porém passa a dispor de todo o seu tempo e claro, de uma generosa aposentadoria paga por todos os brasileiros.
Já no meu caso, as turbulências são freqüentes em razão de minhas utopias, com momentos de alta tensão. Não seria nenhuma novidade falar-lhe que perdi o tratamento de excelência de forma abrupta, até mesmo inusitada; mais adiante entraremos no mérito. Perdi, além da primazia no tratamento, o mandato concedido pelo povo do Amapá. Devo dizer-lhe que, na minha obsessão no combate aos privilégios, eliminei uma vantagem pessoal, por considerá-la injusta, a aposentadoria de ex-governador.
Acrescentarei umas poucas palavras sobre nossa trajetória. Mesmo sendo uma carta pessoal, permita-me abordar esse assunto no plural. Faço parte de uma geração que exagerou em sua generosidade, colocando a própria vida em risco na defesa de ideais de liberdade e justiça. À nossa maneira, certos ou equivocados, a verdade é que ousamos lutar por uma pátria mais justa e democrática. Em conseqüência, muita gente, dessa honrosa geração, amargou a dolorosa experiência da prisão, da tortura e do exílio. Com Janete, minha companheira de vida e de luta, enfrentamos aqueles tempos sombrios. Também juntos, na volta do exílio, retornamos à militância e conquistamos vários mandatos eletivos; finalmente, juntos, tivemos também nossos mandatos abruptamente interrompidos.
É hora de esclarecer as razões que me levam a escrever-lhe, afinal trilhamos caminhos tão diferentes, que seria inimaginável um ponto de encontro, um cruzamento nessa trajetória, capaz de criar afinidades geradoras de diálogo e comunicação entre nós. Ocorre que optamos pela vida pública, você na função de magistrado e eu de militante político, eventualmente exercendo cargos eletivos. Foi por isso que, em momentos diferentes de nossa história individual, nossas vidas terminaram se cruzando.
Antes de esclarecer o que me leva a escrever-lhe, tomo a liberdade de incluí-lo entre os brasileiros chocados e indignados com os escândalos que finalmente, graças à ação competente de nossas forças policiais, estão sendo revelados à toda a sociedade. Quando tomei conhecimento do escândalo da semana passada, envolvendo o senador Joaquim Roriz em partilha de dinheiro, bateu-me a necessidade de me comunicar com você, para relembrar alguns fatos que remontam aos tempos de sua vida ativa como magistrado.
Na última semana do mês de abril de 2004, você atuou como juiz do TSE, relatando dois processos.
Em um, você conseguiu enxergar o que o Ministério Público Eleitoral e o TRE do Amapá, agindo com extremo rigor, não conseguiram enxergar: a compra de dois votos por R$ 26 cada. Acusação em nosso desfavor, sustentada por declaração em cartório de duas testemunhas analfabetas, que também declararam não nos conhecerem. Foi aí então que você, atuando menos como juiz e mais como eloqüente advogado de acusação, conseguiu convencer seus pares pela cassação do meu mandato de senador e o de deputada federal de minha companheira Janete.
Ainda naquela semana de triste memória, no processo em que figurava como réu o então governador Joaquim Roriz, você, atuando menos como juiz e mais como advogado de defesa, não conseguiu enxergar as provas documentais e testemunhais que o Ministério Público havia demonstrado nos autos, conseguindo dessa forma convencer seus pares da inocência do acusado.
É sobre esses fatos, que já passaram à história, que gostaria de comentar com você. Veja bem, agentes políticos detentores de mandatos eletivos têm suas vidas permanentemente fiscalizadas pela opinião pública. Fatos de suas vidas são revelados, seja através da imprensa, seja por seus adversários políticos ou até mesmo, como tem ocorrido nos últimos tempos, por investigações policiais e judiciais. Assim sendo, considerando que você, como julgador de políticos, conhecia tanto eu como minha companheira e, com maior razão o então governador Roriz, que governava a cidade de seu domicílio, pergunto-lhe:
1 - Você sabia que o então governador e hoje senador Joaquim Roriz respondia e continua respondendo dezenas de processos criminais por improbidade administrativa?
2 - Você sabia que em relação a mim e a minha companheira Janete não existe um só processo criminal em nosso desfavor por improbidade administrativa?
Finalmente, concluo com mais duas questões:
1 - Você considera que sua decisão em cassar meu mandato e o de minha companheira Janete melhorou a vida política brasileira?
2 - Você considera que a sua decisão de inocentar Joaquim Roriz melhorou a vida política brasileira?
Na esperança de uma pronta resposta, subscrevo-me, atenciosamente.

João Alberto Capiberibe (

Ex-preso e ex-exilado político, foi prefeito de Macapá, governador do Amapá por dois mandatos, senador com mandato interrompido por decisão de Carlos Veloso, quando ministro do TSE)