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6/14/2015


A Câmara de Belém debocha de nós. De você, inclusive.



Convenhamos o seguinte.
A hipocrisia é uma praga.
Mas a hipocrisia e o ridículo, quando se dão as mãos, aí temos uma conduta que pretende chocar os outros – pelo deboche, pelo despautério, pela insolência e irracionalidade.
A Câmara Municipal de Belém foi, no mínimo, debochada, insolente e irracional, quando inspirou-se na hipocrisia e no ridículo ao votar emenda que pretendia reduzir os subsídios – vulgarmente chamados de salários – de Suas Excelências.
Imaginando que todo mundo – no caso os contribuintes que bancam a remuneração das Excelências – pode ser um idiota de uma só vez, o tempo, os valorosos edis resolveram tentar enganar os trouxas (“é nóis”, outra vez) com artifício que teria a aparência de ser uma homenagem à moralidade e aos bons costumes.
O que previa o projeto do vereador Cleber Rabelo (PSTU), em votação no plenário da Casa?
Previa a fixação dos subsídios em oito salários-mínimos. Isso implicaria a redução dos ganhos remuneratórios dos vereadores de Belém dos atuais R$ 15.031,76 para R$ 6.304,00.
O que fizeram 29 dos 32 parlamentares presentes em plenário?
Aprovaram emenda do vereador Moa Moraes (PCdoB), facultando aos distintos integrantes da augusta Câmara Municipal a decisão de abrir mão ou não de parte de seus subsídios.
Tradução: cada um reduzirá seu salário se quiser, identificando sua opção por meio de requerimento endereçado ao presidente da Casa, garantindo o limite mínimo de oito salários mínimos de sua remuneração.
Parem com isso!
Tanto a Câmara Municipal de Belém é um poder independente como seus integrantes são maiores de idade, vacinados e investidos da legitimidade que o voto popular lhes conferiu. Além disso, espera-se que saibam distinguir perfeitamente a hipocrisia do ridículo.
Por que, então, não rejeitaram pura e simplesmente a proposta original?
Por que não assumiram – publicamente, transparentemente, firmemente e outros “mentes” – que pretendem ficar ganhando os subsídios atuais?
Não seria mais digno adotar essa postura do que aprovar emenda que é um deboche, um despautério, uma insolência completa?
Quem vai reduzir seu próprio salário por livre e espontânea vontade? Quem? Só o proponente do projeto originalmente modificado? Só ele e mais dois outros que votaram contra a emenda?
Tenham paciência!
O propósito era criar um regramento – impositivo, vale dizer – para toda a Câmara, e não para dois ou três voluntários.
Mas a Câmara preferiu unir a hipocrisia ao ridículo para produzir um papelão.
Mais esse papelão.
Putz!
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Transcrito do blog Espaço Aberto

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