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4/09/2013

Franssinete Florenzano



07 de abril - Dia do Jornalista

Hoje é o Dia do Jornalista. Ao contrário do que alguns equivocadamente imaginam, trata-se de profissão estressante, na maioria das vezes mal remunerada e, no caso dos que se arriscam a buscar a verdade e a publicar notícias desfavoráveis aos poderosos de plantão, muito perigosa.
Se no feriadão e no dia seguinte você lê, ouve e assiste aos jornais do dia e tem a notícia atualizada nos sites e blogs é porque jornalistas trabalharam sem folga. A corrida pela informação da última hora e a pressão por passar a notícia rápido e sem erros faz de nós um dos profissionais mais fadados a morrer de ataque cardíaco.
Por causa das doenças de difícil diagnóstico precoce, parte significativa dos jornalistas não alcança sequer a aposentadoria. Ademais, a partir da implantação de novas tecnologias nas redações, os jornalistas se veem cada vez mais diante dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, as temidas DORT.
Além de a maioria trabalhar muito mais do que está fixado na legislação, o tempo é mínimo para dedicar à vida pessoal, e há que se falar das más condições de trabalho e da grande incidência de assédio moral. Ambientes de pressão em obter determinadas informações, o risco de demissão ao ser, eventualmente, furado pela concorrência e a estafante rotina levam a problemas como síndrome do pânico, angústia e depressão. Afinal, o cotidiano das redações é regado a pressa, café, cigarros, vida sedentária, um eterno adiamento da consulta médica, consumo de antidepressivos e uma cervejinha depois do deadline.
Não à toa, depois de um certo tempo, a memória do jornalista começa a falhar. Ao tentar falar, alguns não conseguem emitir algo além de grunhidos. Sobrevêm as doenças ocupacionais.
Enfim, o jornalismo faz mal à saúde. E isso tem feito jornalistas repensarem sua qualidade de vida. Pelo menos todos deveriam tentar.
Como se não bastasse, os governantes e políticos de modo geral se acham com poder de vida e morte sobre todos, inclusive – e principalmente – os jornalistas. Julgam-se uns democratas até que alguém os desgoste. Aí soltam seus demônios. Não hesitam em ligar para os donos e pedir cabeças. E cabeças rolam. Às vezes nem é o governante, é apenas um jabuti que faz isso. E consegue.
A maioria dos políticos se embriaga com os holofotes da mídia e não admite ser criticado. Ai de quem se atreve a apontar os erros de sua gestão, de sua conduta, dos jabutis que pendura na árvore da administração pública. Imediatamente adota o lema “quem não é a favor, está contra”, o mesmíssimo da ditadura militar, que usava o slogan “Brasil: ame-o ou deixe-o”, em que “amar” era sinônimo de aceitação do arbítrio institucionalizado e “deixe-o”, justificativa para as prisões e o exílio - forçado ou voluntário - a que centenas de pessoas foram submetidas.


Transcrito do Blog da Franssisnete Florenzano

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