Brasil lidera Comunidade dos Países de Língua Portugesa
Brasília - A cúpula dos dirigentes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste - reunida, em Lisboa, nos dias 24 e 25 de julho, passou desapercebida das revistas semanais brasileiras e mereceu apenas notas dos jornais de circulação nacional, sediados no eixo Rio-São Paulo.
Mas, desde 17 de julho de 1996, quando a CPLP nasceu, idealizada pelo mineiro José Aparecido de Oliveira, que foi ministro da Cultura, governador do Distrito Federal - quando conquistou, para Brasília, o título de Patrimônio Cultural da Humanidade - e embaixador do Brasil em Portugal, vivemos o renascimento da lusofonia.
Lusofonia é um estado de ser, um sentir e interpretar o mundo, peculiar a todos que constroem a realidade utilizando como ferramenta a língua portuguesa - com suas peculiaridades lusitanas, brasileiras ou crioulas.
No outro Renascimento, os lusitanos conquistaram o mundo, com suas caravelas, e colonizaram o Brasil. Agora, não são mais os mares que nos unem, mas a doce e melodiosa língua portuguesa, que, hoje, melhor traduz o trópico, a região do planeta de clima mais agradável para se viver, que conta com fartura de alimentos, as melhores praias do mundo e as paisagens mais arrebatadoras do universo - além do subcontinente Amazônia, o Trópico Úmido, a província mais estonteantemente rica e bela da Terra, em tudo.
Há mais de 240 milhões de lusófonos nos cinco continentes - incluindo-se a Antarctica -, os quais dominam uma área de 10,742 milhões de quilômetros quadrados. Nesse contexto, o Brasil - com 183,974 milhões de habitantes %u2013 mais de dois terços dos lusófonos %u2013 e PIB de R$ 1,549 trilhão, segundo o Atlas do Mercado Brasileiro, do jornal Gazeta Mercantil, de junho deste ano - é o grande navegador deste renascimento.
Contudo, o governo do Brasil - terra de tradutores dos trópicos, do nível do baiano Jorge Amado, de Gabriela, Cravo e Canela, e do paraense Benedicto Monteiro, de Verde Vagomundo - terá que investir maciçamente, de forma nunca descontinuada, nem desestimulada, em Educação, especialmente na ferramenta verbal, a espinha dorsal do ser lusófono, se quiser ser o condutor desta nova era.
No Brasil, a língua portuguesa sofreu influências do tupi-guarani, do ioruba, do quimbundo, mas, embora com sotaques tão diversos, num país continental, manteve a unidade lingüística. Nessa unidade está sempre presente a semente lusíada.
"A última flor do Lácio", "doce e agradável", para Miguel de Cervantes, é um mergulho num mundo de sensações, cheiros, sabores, música, mar, a mulher amada. Desce à fossa mais negra, para iluminar-se no momento seguinte, generosa como o rio Amazonas, que despeja até 600 mil metros cúbicos de água, por segundo, no mar.
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