Todos pelo Pará
Sou de Santarém - apontada como futura capital do estado do Tapajós -, favorável ao plebiscito, mas contra a divisão do Pará, que seria, no mínimo, precipitada. Apesar das décadas em que é apregoada essa ideia, até hoje não há um só estudo de viabilidade econômica que justifique o desmembramento territorial – o que deveria preceder qualquer iniciativa nesse sentido. O que é fato é a sede de poder dos que sonham em comandar as novas unidades a serem criadas. É inegável o interesse de políticos pelos muitos cargos que surgiriam, na instalação dos três Poderes e Tribunal de Contas, além das vagas na Câmara dos Deputados e no Senado.Mais justo, desejável e eficaz seria que todos os políticos se unissem de fato em prol do Pará, como prometeram em campanha e juraram sobre a Constituição. Que trabalhassem com afinco para garantir investimentos para suprir nossas enormes carências, que fossem em busca da captação de recursos externos, que cobrassem o cumprimento das leis, que se portassem com a dignidade que a representação popular exige.
Se ao invés de pleitear cargos e influência os políticos lutassem para que em todos os municípios funcionassem, por exemplo, a Defensoria Pública, o Ministério Público e a Magistratura estaduais; escolas em tempo integral e com ensino de boa qualidade; postos de saúde equipados com material e recursos humanos suficientes e hospital de urgência e emergência; rodovias em boas condições de tráfego, demarcação fundiária correta, assistência técnica e financiamento à produção, o Pará seria melhor. Seria rico não só em recursos naturais que deixam bolsões de prostituição, desabrigo, desemprego e impactos ambientais. Seria grande e uno em suas particularidades em meio à diversidade.
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* Advogada e Jornalista

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