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7/08/2011

Billy Blanco



Belém do Pará é um dos grandes celeiros de talentos da música popular brasileira e foi aí que, em 8 de maio de 1924, nasceu William Blanco de Abrunhosa Trindade, destinado pelo pai a tocar violino e a ser arquiteto. Nem uma, nem outra, nem outra. William virou Billy, o violino tornou-se violão e, em vez de criar na prancheta de arquitetura, virou compositor no caderno de pauta musical. É verdade que terminou o curso (iniciado no Mackenzie, em São Paulo) na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil, mas tornou-se famoso mesmo como Billy Blanco, compositor de um sem-número de sucessos, feitos e criados dentro de um estilo cheio de personalidade e facilmente reconhecível aos primeiros acordes.
Em 1946, quando chegou ao Mackenzie, imediatamente participou da mais famosa competição esportiva estudantil da época, a Mac-Med, contra os acadêmicos da Faculdade de Medicina. Sua modalidade? Microfone e violão no show de abertura. Transferindo-se para o Rio em 1948, já tinha sambas conhecidos como Rotina, Prece de Um Sambista, Samba de Morro, o que lhe facilitou contatos com compositores cariocas.
Enturmou-se com Dolores Duran, a pianista Carolina Cardoso de Menezes e, em 1951, Os Anjos do Inferno gravaram seu samba Pra Variar. O primeiro grande sucesso foi Estatuto de Gafieira, lançado por Inezita Barroso, antecedendo sua parceria com Tom Jobim, da qual resultou uma das maiores vendagens das carreiras de Dick Farney e Lúcio Alves, cantando em dupla, o clássico Tereza da Praia.
Sua facilidade para música descritiva e para a crítica social reservaram-lhe um nicho próprio na MPB, como atestam suas Sinfonia do Rio de Janeiro, Sinfonia Paulista, trilhas sonoras para vários filmes e composições imorredouras como A Banca do Distinto, Compromisso com a Saudade, Feiúra Não É Nada, Hino ao Sol, Mocinho Bonito, O Morro, Piston de Gafieira, Samba Triste, Viva Meu Samba, Camelô, entre centenas de outras, interpretadas por todos os grandes cantores brasileiros, embora se diga que Billy sempre teve preferência por ouvir seus sambas na voz perfeita de Paulo Marquês.


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Arley Pereira


A História da Música Brasileira Por Seus Autores e Intérpretes
SESC/TV Cultura


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PS – Tive a honra e o privilégio de conhecer pessoalmente William Blanco de Abrunhosa Trindade, esse grande conterrâneo que se foi hoje pela manhã, no Rio de Janeiro. que me hospedou por15 anos.
Foi na Representação do Governo do Estado do Pará – Av. Almirante Barroso – Edifício do mesmo nome – 8º andar – à época, 1972, chefiada pelo General da Reserva Antônio Linhares de Paiva, considerado o Pai dos paraenses no Rio.
Billy Branco, como um bom paraense e nunca negou as suas origens, tinha uma conta na Agência Rio do Banco do Estado do Pará, que funcionava no térreo do prédio ao lado da Paratur, esquina da Graça Aranha
Billy atrás daquele semblante sério, era doce, cordial e acessível. Um bom papo e um gozador nato, herdado de sua condição de falso carioca. Um homem admirável, de raciocínio rápido e muito inteligente.
O encontrei outra vez durante uma recepção promovida pela Artplan Publicidade – onde estive por dez anos e aprendi e ser Publicitário e Relações Publicas – no Rio Palace Hotel, momentos antes da apresentação de Barry White e sua orquestra, numa promoção de Roberto Medina e que, há dois anos antes. havia trazido ao Brasil Frank Sinatra.
Billy Blanco era um dos convidados especiais.
Anos após, tive uma outra alegria, quando revi o grande compositor de “Samba Triste”, numa das duas vezes que o ex, querido e falecido prefeito Hélio Mota Gueiros o trouxe até Belém. 
A última vez foi ao inaugurar o Museu de Arte de Belém (MABE) no térreo do Palácio Antônio Lemos; Billy Blanco foi principal homenageado. Eu o entrevistei para o NID/Comus.

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