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10/31/2017

CRÔNÍCA DE SAMPA


Anos 50

Como já disse anteriormente eu nasci em Sampa em um domingo de maio de 1951. O parto foi feito em uma casa térrea na R. Isaura Freire, no bairro de São Judas. Moramos nesta casa até 1956 quando meu pai construiu um sobradinho no bairro de Indianópolis, hoje Planalto Paulista. onde moramos até 1970.
Eu lembro de pouca coisa dos anos 50, só sei que não tínhamos televisão e assistíamos quase todas as tarde e início da noite na casa dos pais da Sônia, portanto era televizinho.
Os meus amigos de infância eram a Cristina que morava em frente de casa, a Sônia que tinha a televisão, Clóvis e Sérgio Japonês. Tinha também o Eduardo o irmão da Meire, este era mais amigo da minha mãe, ia sempre em casa contar as novidades. Foi o primeiro a dar notícia da morte do Presidente Getúlio Vargas em 54 e da Carmem Miranda em 55. 
A gente ia todos os domingos na Missa da Igreja de São Judas, inclusive onde fui batizado, ganhava um cartãozinho que dava direito de assistir um filme a tarde no salão da igreja.
Não tinha padaria perto, íamos sempre na Venda do “Seu Juca”, pai do Hélio, que por coincidência do destino trabalhei com ele na Escala de vôos da Varig na década de 70. A venda  tinha de tudo, hoje seria como um mercadinho. Gostava de ir comprar doces e balas; mas nunca esqueço que ganhei um patinete no Natal. Fui todo orgulhoso, estacionei o meu veículo em frente à venda, quando voltei o tinham roubado, não achei até hoje.
Meu pai ainda morava conosco nessa década. Saiu de casa em 61, e constituiu uma outra família. Ele trabalhava como Radio Telegrafista de Vôo na Real Aerovias,, cujo nome de guerra, ROV Tesouro. Íamos quase todos os anos passar férias em Belém do Para, sua cidade natal. Também íamos para Santos e ficávamos hospedados na Pensão da Dona Augusta, depois Hotel Nossa Senhora de Fátima na praia do Gonzaga. 
Eu era o caçulinha, o único que nasceu em Sampa; meus dois irmãos mais velhos, nasceram em Belém, sendo a menina 4 e o menino cinco anos mais velhos.
Nós éramos uma família classe média.Éramos felizes, pelo menos enquanto meu pai ainda estava em casa. Fazíamos “picnics “ no Parque do Estado - hoje Jardim Botânico, Eldorado em Diadema -, freqüentávamos casas de  amigos; vivíamos em perfeita harmonia familiar.
Parentes mesmos, só tínhamos o Tio Antônio que veio de Belém junto com os meus pais, e outros que vieram mais no fim dos anos cinqüenta.
Quase todos trabalharam na aviação, que o meu pai indicava. 
Já no fim da década comecei a gostar de futebol; principalmente depois de 58, quando fomos campeões do mundo, e passei a torcer para o tricolor paulista, em 57, quando fomos campeões paulista; e comecei também a jogar futebol com os meninos do bairro. Primeiro como goleiro, e depois como centro avante. 
Nessa  mesma época conheci Elvis, Paul Anka, Neil Sedaka, Cely Campelo e passei a gostar de Rock também. Por influência dos meus pais e do meu irmão mais velho, gostava também de música brasileira, - principalmente dos melhores cantores do Brasil, Nelson Gonçalves e Ângela Maria.
Lembro com saudades desses anos dourados, da minha infância querida, da minha primeira professora Meire, na Escola Agrupada de Vila Helena as margens do Córrego da Traição. 
                           
Bons tempos!


Família Uchôa


Família Uchôa 1

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Ricardo Uchôa Rodrigues     


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