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12/08/2017

MEMÓRIA



Obrigado, Abílio



     O LIBERAL


O LIBERAL na edição de hoje publica:

“Paysandu perdeu o grande benemérito Abílio Couceiro. Abílio tinha 82 anos e faleceu na madrugada de ontem. A causa da morte não foi divulgada pela família.  Abílio era integrante de uma das famílias mais tradicionais do Papão e ficou conhecido pela chegada de grandes contratações no Alviceleste na época em que foi diretor de futebol, como a do goleiro Castilho, titular na histórica vitória por 3 a 0 diante do Penãrol, em 1965. Abílio era irmão de Antônio Couceiro, ex-presidente do Paysandu, e tio de Tony Couceiro, atual presidente do Alviceleste. A história de Abílio com o clube paraense iniciou com a paixão do pai, Armando Couceiro, que criou os 11 filhos na “Casa Paissandú”, um pequeno comércio que ficava localizado na rua Ó de Almeida, esquina com a Benjamin Constant, em Belém.
Abílio Couceiro foi relações públicas do Paysandu na década de 60 e depois foi nomeado diretor de futebol. Foi Abílio Couceiro que convidou Giórgio Falângola para se associar ao Paysandu e ser seu presidente. Abílio Couceiro teve muitos feitos no Paysandu. Um deles foi ajudar a ajudou a livrar a sede social de um leilão por dívidas com o INSS, em 1970 e foi decisivo na contratação do goleiro Castilho, jogador do Fluminense e da seleção brasileira”.

Abílio era tudo e mais alguma coisa. Era sério, honesto, disciplinado, grande profissional e formador de outros publicitários que seguem o seu exemplo.
Eu sou um deles.

Demitido da Artplan Publicidade - Rio -, após 10 anos de atividades e dedicação à agência de Roberto Medina, onde aprendi tudo sobre publicidade, marketing e relações públicas, uma bela manhã de terça-feira, passeando em Copa – às proximidades do Copacabana Palace – encontro o Abílio que não via há bastante tempo, senão na apresentação do Frank Sinatra alguns anos antes, quando Romulo Maiorana levou alguns amigos para a “voice” no Rio Palace.

Abílio Couceiro era um deles.

Conversa vai, conversa vem. Abílio perguntou-me se não queria voltar a Belém. Na capital paraense teria algumas vantagens dentre elas ficar perto de meus pais. Dos parentes, amigos e antigos colegas. E, mais: poderia engrenar na Mercúrio Publicidade.
Meu deu uma semana para decidir.

Com a minha decisão ele mandou a passagem peça Varig.

Engrenei na Mercúrio onde passei algum tempo. Aprendi a realidade da casa com Fernando Jares Martins. Walter Rocha, Walter Rocha Filho (Waltinho); Iram Lima .... e outros era uma equipe quente, criativa.
Nesse período a Delegacia Regional Trabalho estava dando as últimas oportunidades de registro de “Publicitário” os profissionais que provassem ter exercido a profissão há mais de 10 anos, baseado numa Lei assinada por Jarbas Passarinhão, nos tempos em que foi Ministro do Trabalho.

Toda a papelada foi organizada por Fernando  Jares  Martins.

Passado alguns dias vejo o Abílio Couceiro com uma pasta contendo um calhamaço de papeis, assinando tudo que seria enviado a DRT.Pa.
Sete dias após fui chamado à Delegacia do Trabalho para assinar um livrão, que me dava o direito, em toda plenitude, de exercer a profissão de Publicitário. E qual foi minha surpresa: contava (constava, como consta até hoje  - Publicitário, Registro 1Livro1 - Fls. 1. Era exatamente 11 horas do dia 28 de setembro de 1983. Há 34 anos.
No retorno à agência fui agradecer ao Abílio. Ele – que não era muito chegado a elogios - ao me ver perguntou; “Deu tudo certo? Ótimo. Vamos trabalhar”. Devido à minha insistência, ele disse apenas: “Fiz a minha obrigação e cumpri o meu dever. E muito melhor se trabalhar com profissionais. Quanto ao registro, tenho certeza que irá honra-lo”.
E encerrou o papo.

Duas pessoas são responsáveis pela minha atividade publicitária. Um foi Roberto Medina. O outro foi Abílio Couceiro que ontem /7 retornou ao Pai. Assim como apóstolo Paulo, combateu o bom combate e guardou a fé.

Obrigado, Abílio.

Logo mais a gente volta a se encontrar.

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