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3/11/2007

Aqui, Outeiro


A classe cultural e artística em geral da ilha de Caratateua (Outeiro), organiza-se para a criação de um Conselho de Cultura com vistas ao desenvolvimento de projetos comuns a todos. Reclamam que estão ficando de fora de vários eventos promovidos pela Fundação Cultural do Município de Belém - Fumbel, Administração Regional do Outeiro - AROUT - e Prefeitura Municipal de Belém como um todo.
Na busca de reafirmarem sua identidade cultural própria e assim encontrarem soluções, o coletivo espera que com a criação do Conselho possa ser dada respostas para sanar os problemas; como, por exemplo: durante as últimas comemorações do aniversário de Belém realizado na Praia Grande, tiveram que ficar assistindo a atrações vindo de outros bairros pois se quer sabiam que haveria esse evento para pedirem para se apresentarem.
Assessoria de Cultura - Zé Nacau Lima, líder do grupo Tupiniquim e Ronaldo Farias, líder do grupo Curuperé, verificaram recentemente que além da atual Aministração Regional do Outeiro não contar com uma Assessoria de Cultura, não têm cadastro dos grupos e artistas locais na citada repartição pública – isso é um absurdo, reclamam.
Em contrapartida a criação do Conselho serviria, também, para o desenvolvimento de projetos e um calendário de programações culturais que poderá fazer o diferencial para o levante da cultura na ilha, já que por parte da AROUT as únicas trações culturais oficiais são o Carnaval e o São João.
Sem querer me promover, eu Luiz Carlos Freire, produtor cultural dos mais antigos na localidade, figuro no meio artístico cultural como o fundador da agremiação folclórica Rainha da Juventude, e a hoje escola de samba Raio-X, ambas do bairro da Brasília.
Além de ter sido o coordenador executivo do Festival Artístico e Folclórico da Ilha de Caratateua (FAFIC), realizado em 2004, - mas que ficou pendente a execução de sua 2º edição por falta de parceiros, principalmente o da AROUT e a Fumbel -, é-me creditado o levantamento histórico da localidade que propôs a realização do aniversário de 113 anos da ilha, realizado pela AROUT na data de 22 de abril do ano passado.
O projeto, originalmente, previa a apresentação de todos os grupos culturais de Outeiro, mas foi alterado e realizado com a participação da Banda Sayonara. Nada Contra. Todavia, com o dinheiro pago à famosa banda, daria para dar um bom cachê para os grupos e artistas locais que poderiam investir em uma maior produção ao seu repertório e equipamentos.
A data do aniversário de Outeiro - 14 de abril - já está próxima e até a presente data, a direção da AROUT ainda não convidou os produtores para um diálogo;ao menos para ganharem as camisas promocionais, já que nesta administração são impedidos de participarem com apresentações. Infelizmente.
Pela falta de incentivos e apoio já deixaram de ser executados no Outeiro os eventos: “Arraial da Praça da Água Boa”, “Projeto Rio-Mar” e “Malhação do Judas”, por exemplo, explica o produtor cultural Zé Nacau Lima. A criação do Conselho de Cultura é nossa última esperança de manter viva as nossas raízes culturais - desabafa o líder do grupo Tupiniquim.
A Ilha de Caratateua é o celeiro que abriga entre outros monstros consagrados os cantores Kinkas Paraense, Cláudio Melo, Renata Mourão e os grupos culturais Tucuxí e Encanto da Mata, além do poeta popular Apolo Barros, também presidente da escola de samba campeã da ilha - Parafuseta da Caratateua. A reunião que definirá as atribuições do Conselho se dará no próximo dia 24 de março, âs 10h na Escola Bosque.
Semana que vem, estarei de volta.

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Luiz Carlos Freire

(Correspondente do Jornal do Feio no Distrito de Outeiro)

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