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4/29/2010

Olympia: 98 anos de história e resistência


O Espaço Municipal Cinema Olympia completou, nesse sábado/24, quase um século de vida. São 98 anos de uma história cheia de glamour e também de decadência, superada pelo ressurgimento da mais antiga sala de cinema em funcionamento do país. Desde sua fundação, o Olympia sempre funcionou na Avenida Presidente Vargas, nº 918, ao lado do Hilton Hotel, outrora o charmoso Grand Hotel, e a poucos passos do Theatro da Paz.
No auge da Belle Epoque, o perímetro em questão era pura efervecência cultural. Já em 2006, após um período de interrupção das atividades, o cinema foi reaberto para alegria dos cinéfilos e amantes da história de Belém, e a semana comemora sua trajetória com uma programação especial que se estende até o dia 30.
No sábado/24 e domingo/25 foi exibido o filme “O Sexto Sentido” (1999). No elenco, Bruce Willis interpretando a personagem Dr. Malcolm Crowe, um respeitado psicólogo que convive com o peso de ter falhado com um antigo paciente. Quando o médico tem a chance de ajudar o jovem Cole, descobre que o caso pode ser muito mais grave do que qualquer outro que já enfrentara, afinal, o menino tem o trauma de ver os mortos. Inadequado para menores de 12 anos.
Na segunda-feira/26, o Olympia foi fechado para manutenção, mas nesta quarta e manhã/28, retoma a programação, com a exibição do suspense “Os Outros” (2001). No enredo, Grace (Nicole Kidman) mora numa mansão com seus dois filhos, que possuem uma doença e não podem ser expostos à luz solar. Todos os lugares da casa são, portanto, mergulhados na escuridão total, mesmo de dia, através do uso de pesadas cortinas. A sensação é de uma noite infinita, pelo menos para as duas crianças que não podem sair de casa. Seu marido está desaparecido por causa da guerra, e ela vive uma vida infeliz por conta da longa espera pelo seu retorno e das dificuldades que a doença de seus filhos impõe. Inadequado para menores de 12 anos.
Encerrando a programação, nesta qauinta/29 e na sexta/30 a sala exibe “A Princesa e o Plebeu”. O clássico romance de 1953, com Gregory Peck e Audrey Hepburn, o filme fala sobre Ann, uma princesa, que ao visitar Roma resolve passear anonimamente e se envolve com Joe Bradley, um repórter que acaba lhe reconhecendo e vê no encontro a oportunidade de um "furo" de reportagem. Joe, no entanto, descobre que está apaixonado pela bela mulher e decide preservar Ann. Censura livre. Entrada Franca.
Origens – O Cine Olympia foi fundado no dia 24 de abril de 1912, pelos empresários Carlos Teixeira e Antonio Martins, donos do Grand Hotel (hoje Hilton Hotel) e do Palace Theater. Eles queriam fazer do cinema um ponto “chique” para atrair os freqüentadores do Theatro da Paz e os hóspedes do hotel.
No fim dos anos 30, a empresa Teixeira & Martins não suportou os encargos financeiros e vendeu o cinema ao banqueiro Adalberto Marques. Criou-se a Cia. Cinematográfica Paraense Ltda. Em 1946, outra venda do espaço, Marques fechou negócio com o exibidor cearense Luís Severiano Ribeiro, dono de várias salas em diversos estados.
A Decadência – Mesmo sendo uma referência na capital paraense e no Brasil, o Olympia foi fechado em 16 de fevereiro de 2006. O então proprietário, Luis Severiano Ribeiro Neto, viu o negócio entrar em decadência a partir da disseminação dos DVDs piratas pela cidade e alegou que a sala já não dava mais lucro e, sim, prejuízos. O cine foi colocado à venda para tristeza do público que frenquentava a sala.
O ressurgimento – a Prefeitura de Belém decidiu atender aos apelos da sociedade, que compareceu em massa à sessão de despedida do Olympia. Entre os convidados, o prefeito Duciomar Costa, que anunciou a assinatura de um contrato com o proprietário da casa para mantê-la como um dos espaços municipais de cultura.
Atualmente, o Cinema Olympia é referência não somente como sala de exibição, mas como pólo de divulgação da cultura regional e brasileira. Exposições, seminários, encontros, palestras, reuniões, lançamentos de projetos, estréias de curtas e médias metragens. Enfim, um espaço democrático e acolhedor aos 98 anos de uma trajetória dedicada à arte.

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Vanda Duarte

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