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10/01/2006

Prefeitura retira Terminal Pesqueiro do fundo do Rio Guamá

Após cinco anos, o Terminal Pesqueiro de Belém foi retirado do fundo do Rio Guamá. A prefeitura vai revitalizar a estrutura para a criação de dois portos flutuantes, proposta da Secretaria de Economia (Secon), que está à frente do projeto. O terminal foi construído com uma estrutura formada por quatro balsas, tecnicamente chamada de quadrimaram, e possui 1.600 metros quadrados.
O trabalho de resgate da estrutura é chamado de salvatagem e começou há dois meses com a participação de 15 pessoas, entre engenheiros, mergulhadores, mecânicos e auxiliares. Primeiro, foi realizada a retirada da água do interior das balsas e da lama da estrutura de ferro, por meio de um sistema de jateamento com bombas. Depois, seis mergulhadores analisaram as avarias do terminal para verificar se existiam condições estruturais de reaproveitamento. A partir daí um laudo técnico foi emitido para definir as possibilidades de trabalho. Para trazer a estrutura de ferro à superfície, foi necessário um período de duas semanas. Bombas de ar comprimido foram utilizadas nas balsas para que elas flutuassem.
Resgate - "Com o resgate dessa estrutura vamos unir o útil ao agradável. Era uma vontade da prefeitura tirar do fundo do rio esse patrimônio público. Todo esse trabalho faz parte do Projeto Portal da Amazônia que prevê a construção de mais portos em Belém. Vamos aproveitar apenas as balsas, que estão em boas condições de uso, e fazer dois portos flutuantes", afirmou o prefeito de Belém, Duciomar Costa. Ainda segundo o prefeito, depois de revitalizadas, as balsas ganharão uma estrutura para o atracamento de embarcações.
O Terminal Pesqueiro foi inaugurado no Governo Hélio Gueiros e localizado próximo à Feira do Açaí. Era um flutuante de três andares, possuía 20 compotas, casco duplo e custou mais de R$ 2 milhões. Ele foi construído para reduzir o custo do pescado sem a figura do atravessador.
Em outubro de 2002, o terminal foi rebocado para área em frente à Companhia de Transporte de Belém (CTBel), onde foi submergido. A cobertura da estrutura foi retirada para que o terminal ficasse na cota do nível de baixa-mar, ou seja, em uma profundidade abaixo do nível de variação do rio, mais ou menos a três metros de profundidade da superfície.
Sucata - A estrutura que se encontra hoje na área da CTBel está visivelmente deteriorada. Maquinário como frigoríficos, esteiras e locais para o armazenamento de pescado não podem ser reaproveitados. Até telefones públicos foram encontrados destruídos, além de vários documentos da época encontrados em estado de decomposição. É visível nos rostos de passageiros e tripulantes de embarcações que passam pelo Rio Guamá a surpresa com o péssimo estado do Terminal Pesqueiro, que apesar da imensa estrutura continua flutuando.
O prefeito Duciomar Costa andou pelo terminal acompanhado de secretários e técnicos das secretarias de Economia, Urbanismo e CTBEL, além do vereador Amaro Klautau. "É um crime o que fizeram com esse terminal, é um crime contra o dinheiro público. O Ministério Público deveria vir aqui e ver o que aconteceu", disse Duciomar Costa.

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Cláudia Saldanha

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