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10/07/2008

José Wilson Malheiros



MAIS UM GRANDE DESASTRE ECOLÓGICO



Em janeiro do próximo ano irá acontecer em Belém o esperado Forum Mundial. Uma das maiores preocupações dos participantes deverá ser, naturalmente, a devastação da floresta amazônica, o impacto ambiental negativo sobre os nossos recursos hídricos e a destruição de diversos pontos de turismo, com reflexos, evidentemente, na economia desta vastíssima região.
A região de Santarém do Baixo Amazonas, das mais belas e propícias para o turismo têm sofrido há bastante tempo a atividade predatória, tanto de particulares, como principalmente as oriundas nos gabinetes de ar condicionado lá em Brasília, que não conhecem, não se sensibilizam e nem se interessam pelo problema, interessados que estão nos resultados supostamente baseados em critérios científicos borrados nas planilhas feitas de papel, cheias de falsa sapiência e destruição do meio ambiente.
Vejamos, por amostragem, o caso santareno. O famoso cais do porto, construído em localidade totalmente imprópria, acabou com a belíssima praia da Maria José, além de jogar maré abaixo, pela frente da cidade, a poluição e o açoreamento de beiradas das praias.
Como se não bastasse, ainda construíram o aeroporto por cima daquilo que era uma das mais portentosas paisagens de Santarém e do Estado... e ainda colocaram o nome do meu saudoso pai, Maestro Wilson Fonseca, como a debochar dele, que foi um dos maiores, senão o maior defensor das riquezas mocorongas, em sua época.
Agora querem construir mais uma hidrelétrica na cabeceira do Tapajós, na localidade conhecida como São Luiz, fazendo com que as águas do rio Amazonas entre nas do rio Tapajós. Esta excrecência vai acabar com o famoso encontro das águas, uma das mais belas paisagens do Brasil, e vai colocar um ponto final na pouca receita que a região ainda detêm com o turismo.
Essa invasão vai comprometer de forma irremediável as principais praias santarenas: Ponta de Pedras, Alter do Chão etc, para que empresas estrangeiras que não estão interessadas na preservação do meio ambiente possam se instalar e trazer o “progresso”, que, evidentemente, vai excluir a imensa população ribeirinha que vive do regime natural dos dois rios, que agora querem assassinar.
Os jornais da região informam que tal construção está sendo acelerada. Seria de toda a necessidade que a comunidade não só de Santarém mas do Estado como um todo acionasse, por exemplo, o Ministério Público – Estadual e Federal -, as entidades de classe interessadas e conscientes, para ingressar com uma Ação Popular, para que se tente impedir mais este crime contra Santarém, o Pará, a Amazônia – e porque não dizer – contra a humanidade. Ainda temos tempo.

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jwmalheiros@hotmail.com

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