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4/01/2011

Ray Cunha


Olivar Cunha, a luz do gênio


Olivar Cunha completa 59 anos neste 31 de março. Nasceu em Macapá, na confluência da Linha Imaginária do Equador com a boca do rio Amazonas, o maior do mundo, no mesmo dia em que nosso pai, João Raimundo Cunha, plantava a seringueira que intercepta a linha reta do muro do Colégio Amapaense na Rua Eliezer Levy. Aos 15 anos expôs sua primeira individual de pintura e já freqüentava a roda de artistas e intelectuais da nossa cidade natal, como Isnard Brandão Lima Filho, Raimundo Peixe, Alcyr Araújo, Luiz Tadeu Magalhães e Manoel Bispo. Um dos mais ativos intelectuais macapaenses, o contista, ensaísta, compositor e sociólogo Fernando Canto, é colecionador de Olivar Cunha e um dos que melhor conhecem o trabalho do gênio amazônida. O expressionismo fovista da fase inicial explodiu quando o artista se mudou para Belém do Pará, onde pintou cenas pungentes do bairro do Guamá. Anos mais tarde, estudando na escola do Parque Lage, no Rio de Janeiro, o artista aperfeiçoa sua técnica e expande seu universo. De volta à Amazônia, passa anos observando o desabrochar onírico da Hileia, e a recria em conjunção com a Linha Imaginária do Equador, mar abaixo, subúrbios de Belém e de Macapá, ribeirinhos, a Marajó. Muda-se para a paradisíaca praia de Jacaraípe, no município de Serra, na grande Vitória do Espírito Santo, onde se consolida também como um dos maiores restauradores do país, recuperando obras de arte sacra de várias igrejas da região. Este ano, Olivar Cunha exporá mais uma vez em Brasília, acrílica espatulada sobre tela, uma série de trabalhos que gritam como o coração das trevas, mas que também pulsam em todo o esplendor da Amazônia. Deus deu luz ao gênio, desde o início, luz que se reflete na espátula e desabrocha como o primeiro raio do sol no acordar das rosas. Ave, Olivar Cunha, que continues iluminando a vida com as cores dos jardins do coração.

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