O meu querido amigo e irmão Cláudio de Souza Barradas, completa hoje, dia 25 de janeiro, 14 anos de vida sacerdotal. Acho que vale a pena falar um pouco desse padre. Para tanto, peço – usando o pronome na primeira pessoa - a devida vênia aos leitores deste espaço.
Desde muito jovem acompanho os passos de Cláudio Barradas. Esse ator consagrado – com prêmios nacionais e internacionais e um dos principais elementos representativos da arte cênica do Pará – eu o vi pela primeira vez no palco do Teatro da Paz, interpretando o príncipe Omar, da peça Branca de Neves e os Sete Anões, adaptada por Maria Clara Machado, com música e arranjos da professora Maria Luísa Vella Alves, há mais de 60 anos.
Quando estava na Folha do Norte, nos primórdios do jornalismo, estive várias vezes em casa de Barradas – ele morava na Rua Tiradentes, próximo da travessa Piedade – em companhia do poeta e ficcionista Eliston Altmann, que dirigia a página literária da Folha, publicada aos domingos na capa do 2º caderno.
Anos mais tarde, dirigindo a ATESC – Associação Teatro-Escola Santa Cruz, entidade ligada à Paróquia de Santa Cruz (Marco), que funcionava ao lado do prédio do antigo Hospital Juliano Moreira – onde hoje está erigido o prédio da Faculdade de Medicina do Estado, - eis que me vejo diante do diretor Cláudio Barradas.
Minha entidade estava participando do planejamento, ensaios, montagem e realização da peça Cristo Total, da irmã Benedita Idefelt (OSC), encenada em pleno regime de exceção, por duas vezes, no Estádio Francisco Vasques, da Tuna Luso Brasileira – por gentileza do diretor Manoel Chipello, de saudosa memória -, e que reuniu mais de cem mil pessoas – um sucesso total – sob os auspícios do Círculo Operário Belenense, e do inesquecível padre Thiago Way. Cláudio, àquela época no SESI, era o responsável pela direção geral.
Daí que a amizade com esse moço admirável frutificou. Tornei-me guru do ator e diretor Cláudio Barradas.
Noviciado - Muito antes disso, Cláudio Barradas já havia freqüentado seminário. Ele tinha 13 anos (atualmente tem 77) quando ingressou na antiga casa de formação da Arquidiocese de Belém – Seminário Nossa Senhora da Conceição – levado por D. Alberto Ramos, que à época era apenas um padre diocesano. Após oito anos, no finalzinho do curso de filosofia, Cláudio Barradas deixou o seminário para o desagrado, não apenas de D. Alberto Ramos, do padre Nelson Soares – que se tornou seu amigo e confessor – como de D. Mário de Miranda Villas Boas, que o tinha escolhido para os estudos complementares de Filosofia e Teologia em Roma, na Universidade Gregoriana.
Cláudio Barradas pintou, bordou, virou, mexeu... andou muito pelas “bocadas” da Rua 13 de Maio, nos anos 60!!!; fez Letras Clássicas, inaugurando a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Pará, sonho do professor Antônio Gomes Moreira Jr., falecido no início de 2000. Foi o primeiro lugar da turma... também... pudera... sabia Latim de trás pra frente e de frente pra trás! Em seguida abraçou de corpo e alma o teatro, sendo um dos primeiros alunos da Escola de Teatro da UFPa.
Mas nem Deus e nem D. Alberto se esqueceram do brilhante do brilhante e irrequieto – e já irreverente - seminarista.
Nas horas vagas, Cláudio ajudava às paróquias. Colaborou em São José de Queluz, quando por lá passou o padre David Sá, atualmente afastado do ministério; São Francisco de Assis (Capuchinhos), participando do antigo Grêmio Bento XV – que revelou, entre outros, Assis Filho, advogado, poeta, escritor e ensaísta; e Sant’Ana, do monsenhor Nelson Brandão Soares (aposentado), onde aprendeu tudo sobre música, regência etc, além de integrar a
famosa Schola Cantorum e, de quebra, fazia teatro na Igreja duas vezes por ano, na Semana Santa e no Natal.
Quando Nelson foi para a Catedral, Cláudio Barradas o acompanhou. Tinha tudo a ver. Naquela Igreja ele foi batizado; onde aprendeu o catecismo; recebeu a primeira eucaristia (ou primeira comunhão, como se dizia até a pouco tempo); foi cruzado e recebeu o sacramento da Crisma de D. Mário. Já aposentado da UFPa. e com o tempo livre, passou a exercer um monte de atividades no Curato da Sé.
Desde muito jovem acompanho os passos de Cláudio Barradas. Esse ator consagrado – com prêmios nacionais e internacionais e um dos principais elementos representativos da arte cênica do Pará – eu o vi pela primeira vez no palco do Teatro da Paz, interpretando o príncipe Omar, da peça Branca de Neves e os Sete Anões, adaptada por Maria Clara Machado, com música e arranjos da professora Maria Luísa Vella Alves, há mais de 60 anos.
Quando estava na Folha do Norte, nos primórdios do jornalismo, estive várias vezes em casa de Barradas – ele morava na Rua Tiradentes, próximo da travessa Piedade – em companhia do poeta e ficcionista Eliston Altmann, que dirigia a página literária da Folha, publicada aos domingos na capa do 2º caderno.
Anos mais tarde, dirigindo a ATESC – Associação Teatro-Escola Santa Cruz, entidade ligada à Paróquia de Santa Cruz (Marco), que funcionava ao lado do prédio do antigo Hospital Juliano Moreira – onde hoje está erigido o prédio da Faculdade de Medicina do Estado, - eis que me vejo diante do diretor Cláudio Barradas.
Minha entidade estava participando do planejamento, ensaios, montagem e realização da peça Cristo Total, da irmã Benedita Idefelt (OSC), encenada em pleno regime de exceção, por duas vezes, no Estádio Francisco Vasques, da Tuna Luso Brasileira – por gentileza do diretor Manoel Chipello, de saudosa memória -, e que reuniu mais de cem mil pessoas – um sucesso total – sob os auspícios do Círculo Operário Belenense, e do inesquecível padre Thiago Way. Cláudio, àquela época no SESI, era o responsável pela direção geral.
Daí que a amizade com esse moço admirável frutificou. Tornei-me guru do ator e diretor Cláudio Barradas.
Noviciado - Muito antes disso, Cláudio Barradas já havia freqüentado seminário. Ele tinha 13 anos (atualmente tem 77) quando ingressou na antiga casa de formação da Arquidiocese de Belém – Seminário Nossa Senhora da Conceição – levado por D. Alberto Ramos, que à época era apenas um padre diocesano. Após oito anos, no finalzinho do curso de filosofia, Cláudio Barradas deixou o seminário para o desagrado, não apenas de D. Alberto Ramos, do padre Nelson Soares – que se tornou seu amigo e confessor – como de D. Mário de Miranda Villas Boas, que o tinha escolhido para os estudos complementares de Filosofia e Teologia em Roma, na Universidade Gregoriana.
Cláudio Barradas pintou, bordou, virou, mexeu... andou muito pelas “bocadas” da Rua 13 de Maio, nos anos 60!!!; fez Letras Clássicas, inaugurando a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Pará, sonho do professor Antônio Gomes Moreira Jr., falecido no início de 2000. Foi o primeiro lugar da turma... também... pudera... sabia Latim de trás pra frente e de frente pra trás! Em seguida abraçou de corpo e alma o teatro, sendo um dos primeiros alunos da Escola de Teatro da UFPa.
Mas nem Deus e nem D. Alberto se esqueceram do brilhante do brilhante e irrequieto – e já irreverente - seminarista.
Nas horas vagas, Cláudio ajudava às paróquias. Colaborou em São José de Queluz, quando por lá passou o padre David Sá, atualmente afastado do ministério; São Francisco de Assis (Capuchinhos), participando do antigo Grêmio Bento XV – que revelou, entre outros, Assis Filho, advogado, poeta, escritor e ensaísta; e Sant’Ana, do monsenhor Nelson Brandão Soares (aposentado), onde aprendeu tudo sobre música, regência etc, além de integrar a
famosa Schola Cantorum e, de quebra, fazia teatro na Igreja duas vezes por ano, na Semana Santa e no Natal.
Quando Nelson foi para a Catedral, Cláudio Barradas o acompanhou. Tinha tudo a ver. Naquela Igreja ele foi batizado; onde aprendeu o catecismo; recebeu a primeira eucaristia (ou primeira comunhão, como se dizia até a pouco tempo); foi cruzado e recebeu o sacramento da Crisma de D. Mário. Já aposentado da UFPa. e com o tempo livre, passou a exercer um monte de atividades no Curato da Sé.
O Chamado - Um belo domingo de Páscoa, D. Alberto logo após a celebração do pontifical, ao desfazer-se dos paramentos sacros, com a ajuda de Cláudio, dirigiu um olhar firme e ao mesmo tempo sereno e paternal ao acólito, e perguntou: “Cláudio, você aceita ser ordenado? Já é tempo, não acha?... Você começaria de baixo, leitor, diácono e depois viriam às demais funções do presbitério até a Ordem, propriamente dita. Não sou eu quero, é Deus que O chama. A pergunta soou para Cláudio Barradas, segundo as suas próprias palavras, como um “chute no saco”. Ele não titubeou, em lágrimas disse SIM.
A partir daquele momento tudo mudou na vida desse homem. Deixou de lado a vaidade e os seus muitos títulos mundanos e foi para o Seminário São Pio X, como qualquer outro postulante ao sacerdócio. Como já tinha praticamente todos os créditos necessários, concluiu a parte que faltava de Filosofia e estudou Teologia. Fez o tirocínio na Catedral auxiliando (ainda mais) monsenhor Nelson Soares nas atividades paroquiais. No dia como o de hoje,25 de janeiro de 1992 foi ordenado lá mesmo na Catedral, sendo nomeado vigário auxiliar. No dia 2 de fevereiro de 1993, D. Zico o designou para a Paróquia de Santa Isabel de Portugal, onde realizou um trabalho pastoral, dos mais edificantes e maravilhosos.
Senão vejamos - Cláudio Barradas não perdeu tempo e logo no início montou uma equipe de teatro e de música. Suas Missas eram belíssimas e muito participativas. Tão contagiante foi o seu trabalho (Munus) que muitos crentes se converteram ou retornaram à fé católica.
Eu estive lá e posso dar o meu testemunho.
Na ocasião Cláudio confessou que preferia estar junto ao povo humilde do interior, sentindo o cheiro de mato. “Essa gente é mais autêntica.“ Todos os querem bem, não obstante o seu gênio explosivo... uma das suas características! Mas é inofensivo. É doce,
Atualmente dirige a Paróquia de Cristo Ressuscitado, no bairro do Atalaia
E nesta quinta-feira, 25 de janeiro, dia da conversão de Paulo de Tarso no caminho de Damasco, dia escolhido por Cláudio Barradas, para a sua ordenação, o meu irmão e amigo completa 14 anos de padre.
A partir daquele momento tudo mudou na vida desse homem. Deixou de lado a vaidade e os seus muitos títulos mundanos e foi para o Seminário São Pio X, como qualquer outro postulante ao sacerdócio. Como já tinha praticamente todos os créditos necessários, concluiu a parte que faltava de Filosofia e estudou Teologia. Fez o tirocínio na Catedral auxiliando (ainda mais) monsenhor Nelson Soares nas atividades paroquiais. No dia como o de hoje,25 de janeiro de 1992 foi ordenado lá mesmo na Catedral, sendo nomeado vigário auxiliar. No dia 2 de fevereiro de 1993, D. Zico o designou para a Paróquia de Santa Isabel de Portugal, onde realizou um trabalho pastoral, dos mais edificantes e maravilhosos.
Senão vejamos - Cláudio Barradas não perdeu tempo e logo no início montou uma equipe de teatro e de música. Suas Missas eram belíssimas e muito participativas. Tão contagiante foi o seu trabalho (Munus) que muitos crentes se converteram ou retornaram à fé católica.
Eu estive lá e posso dar o meu testemunho.
Na ocasião Cláudio confessou que preferia estar junto ao povo humilde do interior, sentindo o cheiro de mato. “Essa gente é mais autêntica.“ Todos os querem bem, não obstante o seu gênio explosivo... uma das suas características! Mas é inofensivo. É doce,
Atualmente dirige a Paróquia de Cristo Ressuscitado, no bairro do Atalaia
E nesta quinta-feira, 25 de janeiro, dia da conversão de Paulo de Tarso no caminho de Damasco, dia escolhido por Cláudio Barradas, para a sua ordenação, o meu irmão e amigo completa 14 anos de padre.
Oxalá que as palavras de Melchisedeque o acompanhem para todo o sempre, e que ele possa, através das suas virtudes, com o seu valor, com a sua inteligência, com o seu teatro e a humildade, trazer muitos servos para a Messe que tanto necessita.
Como disse - Deus e D. Alberto não o perderam de vista.
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Como disse - Deus e D. Alberto não o perderam de vista.
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Detalhe - Cláudio de Souza Barradas teve casa, fez teatro, e um monte de coisas bonitas que só ele sabe fazer, no campo da cultura no Pará.
E o mais importante – Continua sendo um grande amigo de Icoaraci. Muitos atores locais o tiveram como professor na Escola de Teatro da UFPa. (A.F.)
3 comentários:
Olá, tudo bem?
Sou estudante de jornalismo da Unama e estou produzindo um documentário sobre a história da TV no Pará. Gostaria de pedir o contato do pe. Claudio Barradas pois quero pedir uma entrevista com ele, afinal ele é um documento vivo que tem muito para contar sobre esta história.
Em minha pesquisa na internet, eu encontrei o seu blog e com a postagem sobre ele... Espero que, por favor, você possa me ajudar me informando o e-mail e/ou telefone dele...
Ah! Gostei do seu blog, vou me tornar leitor dele!
Obrigado!
HOLA!
SAUDADE SEMPRE!
ESTA SEMANA SENTI VONTADE DE FALAR COM GRANDIOSO SACERDOTE,MESTRE E AMIGO CLÁUDIO BARRADAS!
CURIOSAMENTE, ENTREI NESTA PÁGINA E FICO FELIZ COM AS NOVIDADES.
EITA, SAUDADE!
EM SETEMBRO ESTAREI AÍ!
PARABÉNS AO PROPRIETÁRIO DESTE BLOG E APROVEITANDO... "A DEIXA..."RS...
Pe.CLÁUDIO BARRADAS! MUITO OBRIGADA!SINTO-ME ENVAIDECIDA DE TER SIDO SUA ALUNA. ALIÁS, NÃO SÓ É GRATIFICANTE COMO MÉRITO!
A CADA DIA, LEMBRO-ME ,SEMPRE DE ALGUMA COISA, QUE ME ENSINOU.
VOCÊ FOI , É... E SERÁ SEMPRE MUITO IMPORTANTE PRA MIM.
SAUDAÇÕES,
CLARA DI LUCENNA
dosstudiosclaradilucenna@hotmail.com
barradas, saudades, você sempre será um grade e querido amigo. Gostaria de
antrar em contato c/você. silvina
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