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6/24/2007

Campanha Social


Todos nós sabemos que a linguagem publicitária é composta por técnicas psicológicas, estéticas e mercadológicas e que exercem um profundo poder de persuasão na consciência das pessoas. Quando esta mesma linguagem é feita com ética, a coletividade tende a ganhar muito do ponto de vista social e moral.
Formar essa consciência cidadã entre as novas gerações de publicitários e, sem dúvida, um grande desafio. Digo desafio porque esses jovens podem facilmente se deslumbrar com uma linguagem que trabalha com o encantamento e com as fantasias das pessoas e concluir que a ética seja algo secundário em sua profissão. Acabam por acreditar na categoria da genialidade da criação de imagens sedutoras e sem nenhuma responsabilidade moral.
Mas talvez estejamos respirando um ar de renovação nas faculdades de publicidade. Esse é o caso dos alunos de produção publicitária da Faculdade de
Tecnologia da Amazônia que campanha “Sou cego, mas você quem não me vê” como trabalho de conclusão de módulo e criado especialmente para da Associação Paraense das Pessoas com Deficiência. A campanha fala da indiferença das pessoas em relação à vida dos cegos. Mas o que mais chama a atenção é que essa campanha não é ditada pelo tradicional tom de piedade. O que ela diz claramente é que existe um outro tipo de cegueira: a cegueira moral. Ela nos faz lembrar inclusive de uma máxima moral de Platão na famosa alegoria da caverna que dizia que ter olhos não é a mesma coisa que perceber e, portanto, nos levaria a perguntar: de que vale ter olhos se ele não serve para produzir conhecimento?
Desse modo, é bastante louvável uma campanha como esta, feita por alunos de publicidade e que estão aprendendo uma das lições mais importantes nesse curso, a saber: que o ser humano não pode ser reduzido à esfera de uma mercadoria, de uma coisa vendável.

Amaury de Souza Filho
appd.appd@yahoo.com.br

(Transcrito do Diário do Pará, de ontem, sábado, 23 de junho de 2007 – Espaço do Leitor).

Em tempo – A Campanha que o Amaury Filho – presidente da Associação Paraense das Pessoas com Deficiência (APPD) – se refere foi lançada e apresentada aos dirigentes da APPD, na noite de sexta-feira/23, como se vê na foto, tendo Amaury - o quarto da esquerda para direita - deficientes e o pessoal do projeto, Alexandre Filizola, Érica Macedo, Igor Lopes, além de Hélio Doria Jr.

2 comentários:

REGINALDO disse...

Ser deficiente não quer dizer que sejamos inutil a sociedade,no meu caso por exemplo:tenho problema de audição com perda severa de ambos os lados irreversivel,sou policial concursado,trabalhando atualmente no setor de arquivo e algumas vezes com informatica,nunca fiquei deprimido,procurei sempre desempenhar minha tarefa de cada dia,pratico esporte ja fui carateca até a faixa verde,atualmente estou praticando "BOXE" NA ACADEMIA ULISSES PEREIRA,tenho curso de TÉCNICO DE BOXE FEITO PELA FEDERAÇÃO PARAENSE PUGILISMO.

Anônimo disse...

faltou incluir o nome de haroldo macedo, grande participante e desenvolvedor deste projeto.