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5/27/2007

Alunos da FAZ estudam o problema do Deficiente Visual


Hélio Dória Jr. em nome da equipe apresenta o trabalho

Como parte dos estudos acadêmicos e trabalho de conclusão de módulo, um grupo de alunos do Curso de Produção Publicitária da Faculdade da Amazônia (FAZ) - Turma: PPN622 - produziu a campanha “Marketing Social. Inclusão social do deficiente Visual”, tendo como tema “Sou cego, mais é você que não me vê”, sob orientação do professor Heraldo Cristo.
De acordo com Hélio Dória Jr., um dos membros da equipe - da qual fazem parte, ainda, Alessandro Filizzola Araújo, Érika Calilo de Macedo, Haroldo Albuquerque de Macedo e Igor Cunha Lopes –, o trabalho desenvolvido ao longo de 30 dias não se resume apenas ao cumprimento de uma tarefa acadêmica. Pretende ser muito mais abrangente. Destina-se, principalmente, à compreensão, conhecimento e intervenção na realidade social do deficiente visual belenense.
Conhecendo as necessidades do deficiente visual e os fatores que permeiam seu universo social, identificaremos a forma mais eficaz de trazer à tona as dificuldades enfrentadas pelos mesmos, conscientizando nosso público-alvo de que o deficiente necessita não somente de ajuda na travessia de uma via, mas de respeito e dignidade para usufruir, cotidianamente, dos direitos garantidos constitucionalmente a todo cidadão”, observa.
E prossegue: “Nós desconhecemos e muitas vezes até mistificamos a realidade não visual, talvez por isso não dedicamos maior atenção ao que se apresenta como um novo mundo: a realidade às escuras, o mundo de quem não pode ver. Como intervir nesta realidade? Como conscientizar a sociedade de que o deficiente visual é social, moral e, a despeito de sua limitação visual, fisicamente idêntico a qualquer um de nós? O que implica dizer que têm as mesmas necessidades de todo ser humano e precisam exercer a liberdade de ser e ter, de pensar, de transformar e exprimir sua compreensão de vida”.
Hélio Dória Jr. e seus companheiros entendem que a intervenção na realidade dos deficientes visuais começará na mudança de mentalidade da sociedade. Conscientizada, essa mesma sociedade se sentirá comprometida com a questão e exigirá, por seu turno, medidas por parte do Poder Público para mudar essa situação. “Nesta empreitada, nós alunos do curso de Propaganda Publicitária, não queremos, tão somente, alcançar êxito em nossa pontuação acadêmica, mas fazer parte deste projeto conscientizador que visa trazer mudanças na maneira como a sociedade encara o deficiente visual. Estamos nos envolvendo nesta missão e desafiamos os que tiverem contato com este trabalho a reformular sua visão e a relação que mantêm com essas pessoas.
APPD – Para o desenvolvimento da “campanha”, os alunos da FAZ contaram com o apoio da Associação Paraense de Pessoas com Deficiência (APPD). Fundada em 26 de novembro de 1981, a APPD encabeçou uma luta permanente para que essas pessoas tivessem mais espaço na sociedade e deixassem de ser alvo de preconceito, por meio de práticas sociais alternativas. O percentual da população brasileira atingida por algum tipo de deficiência é muito grande: 14,5%.
A Campanha - O foco do trabalho prende-se ao aspecto social da inclusão dos deficientes visuais em Belém. Durante as pesquisas preliminares foram destacados do trabalho de Elisabeth Dias de Sá, Acessibilidade: as pessoas cegas no itinerário da cidadania, assim com os aspectos a respeito do objeto da campanha (cegos e demais portadores de deficiência visual grave) com base em sua relevância e objetividade.
A campanha publicitária tem como tema: “Sou Cego, mas é você que não me vê”. Que diz respeito à situação moral-social, do cego. Uma frase que produz a compreensão de que o cego possui a deficiência física de natureza congênita ou adquirida — não pode ver o material, o físico, não tem como apreciar as formas, a geografia derivada das manifestações do homem e da natureza — mas em continuidade a isso, quem possui a pior deficiência é a sociedade, os cegos de valores, de alma, que não enxergam as diversas e distintas necessidades do deficiente visual para que ele possa levar uma vida digna e com um mínimo de autonomia.
Material – As peças escolhidas como bases da campanha visam o alcance de massa e tem dois objetivos: o primeiro – ações apelativas – chamar a atenção da população para a “cegueira social” e para os desafios diários do deficiente visual em sua interação com os espaços públicos; e o segundo – ações informativas – informar sobre as necessidades dos portadores de deficiência e sobre como a sociedade pode desempenhar de forma adequada o seu papel. São elas: Apelativas - Comercial para televisão; Spot de radio; Outdoor. Informativas - WebSite; Folder.
Finalmente, a meta da campanha é fazer com o que a população adquira um pouco da posição perceptiva do deficiente visual para que melhor interaja com o mesmo. A solidariedade só é possível a partir do momento que cada um consegue entender a realidade e as necessidades do próximo. O público alvo é a população da cidade de Belém, Pará, Brasil.
Hélio Dória Jr, conclui: “Uma vez obtido o sucesso nestas ações, campanhas futuras poderão abordar outros aspectos tais como as adaptações necessárias no mobiliário urbano e áreas de uso público. A abordagem sazonal de outras deficiências em que a APPD oferece seu aporte também poderá ser estudada futuramente”

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