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3/14/2008

Presença de Luiz Lima Barreiros




PALÍNDROMOS

Definido pelos dicionários, como adjetivo ou substantivo, palíndromo é uma frase que tem o mesmo sentido, quer se leia da esquerda para a direita, quer da direita para a esquerda. (Já palimpsesto é um manuscrito ou pergaminho, raspado por copistas e polido com marfim, para permitir nova escrita, sob a qual, modernamente, se tem conseguido avivar os antigos caracteres. Agora, palinfrasia é uma doença que ataca a “geração podes crer”, que devido a ênfase no audiovisual, e com a mente nublada por coca-cola e fumaça, passa a ter ataques de repetição mórbida de poucas palavras ou frases. Por exemplo: “saquei,meu...eu to, podes crer, pô,pô,pó, né?”).
Mas, voltemos aos palíndromos...
A palavra palindrômica mais extensa conhecida é “saippuakivikauppias” (19 letras), do finlandês, que significa “vendedor de soda cáustica”.
Algumas pias batismais, na Grécia e Turquia, apresentam a inscrição circular de 25 letras: “Nyon Anomhamata Mh Monam Oyin”, que significa: lave (meus)pecados, não apenas (meu) rosto. Esta inscrição aparece também em algumas igrejas, em diferentes partes do mundo.
O grande esteta italiano Umberto Eco, em seu livro “Obra Aberta”, divulga-nos um célebre dito antigo,que pode ser lido horizontalmente, e depois, verticalmente, e de cima para baixo, e de baixo para cima, que deixaremos para os nossos latinistas traduzirem (já que há dúvidas até sobre o “libertas que será tamen”, do Alvarenga Peixoto, e ora na bandeira de Minas, e extraído de uma écloga de Virgílio, com tradução já contestada pelo Millôr Fernandes).
Ei-lo:
SATOR
AREPO
TENET
OPERA
ROTAS
Em português, um exemplo de palíndromo, bastante extenso e conhecido, é a frase:
SOCORRAM-ME, SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS, com 32 letras.
Recomendamos a leitura de “O Livro dos Palíndromos”, do grande escritor paranaense , radicado no Rio de Janeiro, o Eno Teodoro Wanke, emérito trovador, inventor dos “clecs”, que não são para serem definidos, e sim curtidos. Exemplo:
“só um idiota poderá agir como um perfeito idiota, sem sentir-se idiota”; ou, “o despertador é o telefone do patrão, passando-nos a primeira descompostura do dia”.
Millor também é um mestre em blagues e “boutades”...
Agora, permitam-me um corte epistemológico.
LÍNGUA CHINESA
Em 1997, os escritores Yin Binyong e John Rohsenow lançaram o livro “Caracteres Modernos Chineses”, com 397 páginas e preço de 26 yuans (US$ 3,2), na onda para promover os caracteres tradicionais do mandarim, e rebater os argumentos de que a China deveria adotar o alfabeto latino, como fizeram os vizinhos vietnamitas.
O sistema de caracteres chineses lembra um fóssil vivo, no mundo da escrita. Surgiu há cerca de 3000 anos, na dinastia Shang, e registra 60.000 sinais, representando palavras que a China usou ,durante séculos, para registrar a sua história. O livro conta a origem da escrita chinesa, sua evolução, sua forma, pronúncia e significado... E, os autores preferiram enfatizar os 7000 caracteres usados no chinês contemporâneo, simplificado por vontade do Partido Comunista Chinês, depois de sua chegada ao poder, em 1949.
Essa nova versão “comunista” do idioma difere do chinês falado em Taiwan, imune às modificações, impostas por Pequim. Em 1958, os comunistas também trouxeram um novo sistema de transliteração: o “pinyin”, ou seja , como usar letras do alfabeto latino, para reproduzir os sons do idioma chinês. Ele utiliza-se de 58 símbolos.
E, pasmem os leitores, ainda há quem defenda a tese de se adotar os caracteres chineses como uma escrita universal para superar as barreiras diferenciais entre idiomas. Pois, imagina-se que o próximo século (e ainda este) será chinês.
Assim como o metal, será o alumínio (e olhem aí, o Pará); e o líquido, a água (que tal equipararmos o barril de água ao barril de petróleo ?). E dominará o mundo, quem produzir mais alimentos. Afinal, a China possui mais de 1,3 bilhões de habitantes, e vários idiomas regionais, sendo o mandarim o dialeto (?) principal. A estranha idéia já funcionaria entre a China e o Japão. Os dois países contam com línguas distintas, mas podem se entender, com certa dificuldade, através da escrita. Acontece que o Japão criou sua escrita, usando como matriz, o sistema chinês. Gostaríamos de saber a opinião dos lingüistas da UFPA. E, antecipamos que , o idioma mais amplamente difundido, e o segundo mais falado no mundo, é o inglês. Cerca de 400 milhões de pessoas, o tem como idioma materno, e cerca de 800 milhões de pessoas, o tem como segunda ou terceira língua.

2008: ANO DAS OLIMPÍADAS DE PEQUIM !

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LUIZ LIMA BARREIROS
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