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11/23/2007

FUNDO DO POÇO
Jovem é estuprada sistematicamente em delegacia no Pará


Brasília – L.S.P. foi presa durante 15 dias com 20 homens. Foi estuprada sistematicamente. Essa brutalidade aconteceu numa terra onde há escravidão e tráfico de escravos sexuais, o Pará, na cidade de Abaetetuba, no baixo Tocantins, próximo de Belém. O estado é governado pela petista Ana Júlia Carepa e a secretária de Segurança Pública, Vera Tavares, foi presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH).
L.S.P., presa por furto, conseguiu fugir, sábado/17. Assistentes do Conselho Tutelar a recolheram na orla da cidade, quando ela se prostituía. Contou que foi humilhada, estuprada e que, para comer, tinha que se submeter sexualmente aos presos.
A secretária de Segurança determinou, terça-feira/20, que as corregedorias da Polícia Civil e do Sistema Penal abram inquérito disciplinar para “apurar, responsabilizar e corrigir de imediato as distorções encontradas”.
O delegado de Abaetetuba, Celso Viana, encarregado das investigações, descobriu que a jovem tem 19 anos e não 15, como informou ao Conselho Tutelar. A certidão de nascimento em poder da Polícia seria falsa, para recebimento da Bolsa Família, programa mata-fome do governo federal. Um tio da jovem, conhecido por Carlinhos, confirmou que L.S.P é dependente de drogas e se prostitui na orla da cidade. Celso Viana reconhece que a delegacia não conta com cela para mulher, situação comum na maioria das unidades policiais do interior do Pará.
“O problema não é da Polícia” – defendeu-se o delegado, que também tem dúvida se a menina teria sido currada. “Embora ela estivesse misturada com os homens, o setor onde ela estava é aberto e permite uma ampla visão de qualquer policial” – argumentou. Disse que a garota jamais se queixou aos policiais. Afirmou ainda que o Ministério Público sabia que a jovem estava presa havia 15 dias e tinha pedido à Justiça para liberá-la. “A polícia estava aguardando a ordem.”
Faço minhas as palavras do jornalista Chico Bruno (http://www.chicobruno.com.br/): “A história da mulher, não interessa se tem 15 ou 20 anos, que esteve presa numa cela na cadeia de Abaetetuba, no Pará, por quase um mês com 20 homens, é uma demonstração cabal que o país perdeu todos os parâmetros de civilidade. Não é possível que um delegado e seus auxiliares não tenham o mínimo bom senso em perceber que estavam cometendo um atentado contra os direitos humanos.“
A secretária de Segurança Pública, Vera Tavares, uma militante da causa dos direitos humanos no Pará, tomou apenas uma providência burocrática, determinou que as corregedorias da Polícia Civil e do Sistema Penal abram inquérito disciplinar para “apurar, responsabilizar e corrigir de imediato as distorções encontradas”.
A secretária Vera Tavares, em função das evidências, deveria ter afastado dos cargos e recolhido os envolvidos, no mínimo, em prisão domiciliar.
Já a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, ao invés de dançar carimbó na solenidade de abertura do Simpósio da Amazônia, em Brasília, deveria ter dado uma mínima satisfação aos paraenses e aos brasileiros.
O mais grave é que o delegado de Abaetetuba, Celso Viana, informa que o Ministério Público sabia que a jovem estava presa há 15 dias, tinha pedido à Justiça para liberá-la e a polícia aguardava o alvará de soltura. A história é realmente surreal e expõe ao ridículo o estado do Pará e o país, principalmente pelas ações posteriores ao episódio.
“A governadora e a secretária precisam agir com rigidez, pois não interessa a idade da jovem, se é isso ou aquilo, se tem duas certidões de nascimento, uma verdadeira e outra falsa para fraudar o programa Bolsa Família, conforme declara o delegado Celso Viana à imprensa paraense. O que entristece é que os culpados pela barbaridade, que envergonha o Pará e o país, não tenham, ainda, sido punidos.“É injustificável, por todas as evidências, que eles, ainda, estejam usando a mídia para tentar confundir a opinião pública com suposições duvidosas, ao invés de estarem sofrendo as conseqüências de ato tão brutal contra os direitos humanos.”

Arremato: esse episódio mostra o quanto somos um país brutal, onde quem é pobre é tratado como se fosse merda.

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