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11/13/2007

Cotijuba - uma bela morena de 118 anos

Cotijuba completou na sexta-feira/10, 118 anos. O evento foi comemorado pela Administração Regional do Outeiro, tendo a frente o seu titular Elinaldo Sena, que levou para ilha toda a sua Assessoria Técnica e convidados num barco fretado. A festa começou cedo e se prolongou por todo o dia. Às 18 horas foi cortado um bolo gigantesco, ofertado pela AROUT e pelos comerciantes locais. Logo em seguida houve um show proporcionado pelo Grupo Parafolcórico Trilha Dourada que se prolongou até as 23 horas.
Conheça a ilha - Os primeiros habitantes da Ilha de Cotijuba foram os índios Tupinambás, que a batizaram com este nome. Em tupi, Cotijuba significa "trilha dourada", talvez uma alusão às muitas falésias que expõem a argila amarelada que compõe o solo da ilha.
De acordo com os historiadores, a integração da ilha à cidade de Belém se iniciou em 1784, com a comercialização do arroz cultivado no Engenho Fazendinha. Com a desativação do engenho, a ilha passou a ser habitada, também, por famílias caboclas que sobreviviam do extrativismo.A chegada da primeira família (Monteiro) na ilha ocorreu cinco dias antes da Proclamação da República
Em 1933, quando a criminalidade infanto-juvenil em Belém atingiu índices alarmantes por conta da estagnação econômica regional, após o declínio do Ciclo da Borracha, o governador Joaquim de Magalhães Cardoso Barata inaugurou o Educandário Nogueira de Faria, construído para abrigar menores infratores.Durante a ditadura militar, as instalações do educandário também abrigaram presos políticos.
Em 1945, imigrantes japoneses chegaram à ilha, ensinaram técnicas agrícolas aos educandos e, em 1951, fundaram a Cooperativa Mista de Cotijuba Ltda, em parceria com os agricultores locais.
Em 1968, foi construída uma penitenciária na ilha e, por algum tempo, educandário e presídio coexistiram. Porém, logo o educandário foi extinto e Cotijuba se transformou em ilha-presídio, recolhendo condenados e presos políticos, adultos e menores, com um sistema penal violento e arbitrário.
Os menores e os presidiários construíram o sistema viário que se mantém pouco modificado até os dias atuais. Em 1977, com a inauguração da Penitenciária Estadual de Fernando de Guilhon, em Americano, a Colônia Penal de Cotijuba foi, definitivamente, desativada, As ruínas podem ser vistas arte hoje ao lado do trapiche;
O estigma de ilha-presídio povoou o imaginário da sociedade paraense, mantendo-a a distância. A Constituição Brasileira de 1988 transferiu Cotijuba ao domínio do município de Belém, quando houve o despertamento do interesse de veranistas atraídos pela riqueza da sua biodiversidade e pela sua proximidade da capital paraense.
Em 1990, através de Lei Municipal, a Ilha de Cotijuba foi transformada em Área de Proteção Ambiental, fato que obriga a preservação das suas ricas fauna e flora. Um pouco depois, no dia 2 de outubro de 1995, o prefeito Hélio Gueiros aprova na Câmara Municipal a Lei N° 7.768, que proíbe a circulação de veículos motorizados na Ilha de Cotijuba sem autorização da Administração Pública Municipal, exceto os que prestem serviços de saúde, proteção policial, produção e escoamento agrícola.
Preservação - Aliás, Na administração Hélio Gueiros, havia uma grande preocupação quanto à preservação da fauna e da flora da ilha. Com base nisso, o gestor implantou na ilha um sistema de transporte (05 de novembro de 1994) de charretes semelhante ao adotado na ilha de Paquetá (Rio de Janeiro). Em Paquetá só existem os carros de coleta de lixo, bombeiro ou ambulância, o transporte é feito por bicicletas ou charretes com tração animal.
Vieram de Santa Catarina, quatro charretes e seis cavalos – adquiridos em fazendas próximas de Belém – e foram levados para Cotijuba. O serviço de charr4este funcionou normalmente em toda a gestão de Gueiros. Depois disso, igual à Conceição de Cauby Peixoto, ninguém sabe ninguém viu.
Atualmente só existe uma charrete funcionando a tipo precário; e um cotijubense diz ser de sua propriedade, assim como um dos cavalos. Só que as charretes pertencem ao povo de Cotijuba. Não consta que o ex-prefeito tenha vendido ou dado de presente o equipamento para somente um morador.
De acordo com os moradores de Cotijuba, em 2005, faleceu o último "preso" da ilha e, com ele, foi enterrado todo o sofrimento que já existiu por ali. Hoje, Cotijuba é um patrimônio a ser visitado, preservado e valorizado pela humanidade. É uma ilha cheia de Amazônia e de Amazônidas.
Localização - A Ilha de Cotijuba está localizada ao norte do Brasil, às margens da Baía do Marajó, próximo à cidade de Belém do Pará.
Limita-se ao norte pela baía de Marajó; ao Sul pelo furo do Mamão, que a separa das ilhas de Jutuba e Paquetá; à Leste pela ilha de Tatuóca e à Oeste pelo canal de Cotijuba, posicionado nas imediações a extremo oeste da Ilha e servindo de ligação entre a baía do Guajará e o rio Pará.
Como chegar - O acesso à ilha de Cotijuba se dá por Belém e por Icoaraci. As embarcações cobram preços populares. O barco que sai do trapiche de Icoaraci, cobra o mesmo preço do sistema de transporte coletivo da cidade.
A viagem pela Baía do Guajará, - saindo de Belém - é muito tranqüila e dura cerca de 45 minutos. Durante o percurso, podem-se avistar os principais pontos turísticos de Belém do Pará (Mercado do Ver-o-Peso, Estação das Docas, etc) e a simplicidade das casas dos ribeirinhos que vivem nas ilhas Paquetá e Jutuba.
Conclusão - A ilha de Cotijuba com mais ou menos 6.000 habitantes distribuídos em 1650 domicílios, tem uma área de 15.808.495.144 metros quadrados. É bastante visitada nas temporadas de veraneio; é uma região rica em paisagens e exemplos da harmonia do homem amazonida com a natureza. A “ilha da trilha dourada”, é um exemplo visível dessa realidade.
Cotijuba possui 19 quilômetros de extensão e localidades com as suas características naturais, seus igarapés e os 16 lagos, além das praias: Farol, do Amor, da Saudade, da Flecheira, Praia Funda, Vai-quem-quer, Praia das Tintas, Pedra Branca e Praia do Pescador, que compõem a rica orla desse local. Algumas dessas praias são de fácil acesso aos visitantes, próximas do núcleo da vila; outras só para aqueles que se permitem uma boa caminhada entre a flora da ilha num verdadeiro passeio ecológico. Quanto maior à distância, mais intactas as praias são mantidas. Ah, poderia falar muito mais da nossa querida Cotijuba, mas o espaço acabou.
Todos os que prestigiam este jornal eletrônico residentes em Belém e arredores, não deixem de visitar Cotijuba em através do seu povo, abraçar a bela e sedutora aniversariante.

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Com a colaboração de Socorro Suely Rodrigues.

3 comentários:

Anônimo disse...

Cotijuba está caminhandopara os 120 anos e como esse negocio de internet é complicado e não existe em cotijuba so agora possocomentar, apesar da iniciativa de comemoração ter partido do proprio grupo Trilha Dourada, pois ja havia sido realizadoem 2006 por iniciativa do sr. Otoniel Pereira grande incentivador da Cultura na Ilha, mas o objetivo neste momento encontrar um meio de comunicação com este jornal, que a partir de agora vai tomar muitomeu tempo, para pedir uma reportagem para "salvar cotijuba" que está completamente abandonada pela prefeitura, tenho fotos e convido aqueles que tem ido ao vai quem quer para postar comentarios sobre a situação das "ruas"

Biia gomes winchester # disse...

eu moro em cotijuba participei de um grupo q se chamava trilha dourada era um projeto que se apresentou no dia do niver de cotijuba eu gosto muito de cotijuba é minha terra natal mais parece que estásendo abandonado pelo governo parece que o governo se esqueceu de cotijuba mais com ajuda do m.m.ib q minha mãe écoordenadora mmib significa movimento de mulheres das ilhas de belém e com ajudado m.m.i.b os moradores podem mudar pra melhor de cotijuba os moradores cuidam mais de cotijuba do q o governo cuida se kso vc quiser conversar se informar com pessoas do movimento MMIBCOTIJUBA@YAHOO.COM.BR

Unknown disse...

Bom dia , sou professora ,procurando a história dessa linda ilha ,que vou apresentar na minha feira da cultura ,realmente encontrei um histórico excelente .muito obrigado

profª Katia cavalcante