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4/08/2007


CAOS EM MACAPÁ

Amapá em chamas


Brasília – Será que o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), escapa da guilhotina? A Polícia Federal está fazendo o dever de casa. Mas o prefeito de Macapá, João Henrique (PT), que já foi até algemado, está soltinho, e de olho no governo do Amapá. Vamos aos fatos.
Há indícios de que Waldez Góes utilizou caixa dois e de que tem ligação com a quadrilha da Secretaria de Saúde, responsável pela morte de vários pacientes. O Ministério Público Federal do Amapá já está cuidando de encaminhar à Procuradoria Geral da República documentos e escutas telefônicas que supostamente envolvem Waldez Góes em fraudes em licitações para compra de remédios e em possível doação ilegal de campanha.
Os peixes, presos ou não, são graúdos. Além de três ex-secretários de Saúde e um sobrinho de Waldez Góes, estão enredados também os deputados federais Jurandil Juarez (PMDB), ex-secretário de Planejamento e Orçamento, e Sebastião Rocha (PDT). Depoimento do empresário Nivaldo Aranha da Silva, 45 anos, proprietário da Globo Distribuidora de Medicamentos, envolve o governo do Amapá em esquema de caixa dois na última campanha, na qual o governador Waldez Góes (PDT) foi reeleito. Silva afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que entregou pessoalmente propina aos deputados Jurandil Juarez e Sebastião Rocha.
Os inquéritos na PF de Macapá correm em segredo de Justiça, mas o jornal Folha de S.Paulo obteve cópia do depoimento de Nivaldo Aranha da Silva, prestado dia 23 de março. Silva narra que, em setembro de 2006, foi procurado pelo então chefe de gabinete da Secretaria de Saúde do Amapá, José Gregório Ribeiro de Farias, para participar de um esquema ilegal de R$ 2 milhões para a campanha do PDT e de partidos coligados.
R$ 1 milhão, segundo Silva, foi depositado na conta-corrente 14.931-4 da Globo Distribuidora, Agência 4544-6 do Banco do Brasil, em Macapá. R$ 600 mil foram entregues, parceladamente, para Farias, entre o fim de setembro e o início de outubro de 2006. Segundo Silva, o mesmo esquema foi feito com o dono da JR Hospitalar, Aparício Couto Júnior, que teria fugido com cerca de R$ 1 milhão. Couto Júnior foi preso em Belém (PA).
Na campanha de 2002, quando Waldez Góes foi eleito pela primeira vez, Nivaldo Silva fizera um depósito de R$ 100 mil para a campanha do governador. Nivaldo Silva entregou o comprovante do depósito à Polícia Federal. Disse também que pagou R$ 100 mil, pessoalmente, ao ex-secretário de Planejamento e Orçamento, eleito deputado federal, Jurandil Juarez (PMDB). Já os pagamentos para Sebastião Rocha teriam ocorrido entre 2003 e 2004, quando Rocha era secretário de Saúde do Amapá.
Sebastião Rocha é citado em conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal, durante as investigações que culminaram na Operação Antídoto, deflagrada nos dias 22 e 27 de março, quando foram presas 25 pessoas, acusadas de participar de uma quadrilha que fraudava o fornecimento de medicamentos às secretarias da Saúde do Amapá, do Pará e do Ceará. Todos já estão de volta às ruas. O rombo foi de pelo menos R$ 20 milhões. Esse dinheiro será devolvido? Os pacientes assassinados serão ressuscitados?
Em nota, a Secretaria da Comunicação do Amapá diz: “O governador repele veementemente qualquer tentativa de envolvê-lo num assunto que ainda está com investigação em andamento". Dia 4, do plenário da Câmara, o deputado Evandro Milhomen (PCdoB-AP), defendeu Waldez Góes e pôs a culpa na imprensa: "Gostaria de registrar a insistência com que a imprensa tem envolvido o nome do governador Waldez Góez, ao tratar de assuntos do
Amapá, em especial os relacionados à Operação Antídoto e a uma história naturalmente ilegal e imoral... ficamos preocupados, porque sabemos que não há envolvimento direto do governador nesse crime; não há citação do Ministério Público sobre envolvimento do governador, mas a imprensa tem noticiado... Temos notado que há pessoas interessadas em mandar essas notícias para a imprensa, inclusive os adversários, os derrotados das urnas na eleição passada. Eles estão tentando colocar essa matéria nas mãos de jornalistas como se o governador tivesse algum envolvimento com esses criminosos".
E adverte, tratando os jornalistas (ou a Polícia Federal?) como retardados: "Aviso aos adversários que não vale a pena insistirem em incriminar o governador porque eles já perderam as eleições. Eles foram derrotados e têm de se conformar com a derrota. O governador está limpo. E queremos chamar a atenção da imprensa para que fique atenta a essas pessoas que plantam notícias".
E Macapá?
Enquanto o Amapá pega fogo, Macapá, a capital, mergulha no caos. O prefeito, João Henrique, não está nem aí para as greves que pipocam no município - professores, agentes de saúde, agentes de combate à dengue, caçambeiros, o diabo.
Na Operação Pororoca, da Polícia Federal, João Henrique foi algemado, indiciado pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, fraude
em licitação de obras públicas e desvio de verbas.

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Cortesia do site ABC Político

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