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8/15/2007

Recordações da infância


(Especial para o Jornal do Feio)

F
ala, Aldemyr:
ocê sabe que eu não sou jornalista, e nunca fui um bom contador de história, mas vou falar alguma coisa referente a minha infância, dos 5 aos aos 20 anos, de 1956 a 1970, no bairro de Indianópolis (Sampa), hoje Planalto Paulista, na Alameda dos Guainumbis, quase esquina com a Ciro. Aliás, a maioria das ruas tinham nomes indigenas, Aratãs, Araes, Irerê, Jurucê etc. O bairro é bem próximo ao Aeroporto de Congonhas, mas na época não existiam prédios, sómente casas, e muita área verde. Os colégios públicos eram os melhores, além do primário era necessário fazer um curso de admissão, prestar um vestibulinho, para poder cursar o ginásio.
Não existia metrô, andávamos de onibus e até de bonde, não existiam shoppings, íamos passear no Parque Ibirapuera ou tomar um café no Aeroporto de Congonhas, a praia dos paulistanos.
Éramos felizes e não sabíamos.
Nada de telefones celulares, internet, quando muito tínhamos um radinho de pilha,e muita conversa, brincadeiras de rua, e alimentação saudável. Tínhamos a nossa turminha e nos reuníamos freqüentemente para atividades característica da época, tais como rachar um tijolo (Sorvete), jogavamos bola nos campinhos, colhiamos frutas das árvores, no pomar do Hospital da Cruz Vermelha, gentilmente cedidas pelas irmãs. Nos fins de semana ficávamos do lado de fora do clube Sírio, esperando sobrar uma bolinha de tenis, para jogarmos taco.
Domingo íamos na TV Record – que ficava perto - assistir ao Circo do Arrelia às 13:00 hs e depois aguardávamos até as 18:00 hs para assistir a Gincana Kibon. Até surgir a Jovem Guarda em 65, e logo após o imperdível Perdidos no Espaço.
Ufa!!!
Estudei com a Beta, irmã do Júlio Cruz, que se tornou um médico renomado, meu amigo, onde atuamos juntos no Tribunal Infantil, programa da Record comandado pelo Durval de Souza.
Com referência aos bailinhos, dancávamos Ray Conniff, músicas do Paul Anka, Neil Sedaka, Elvis, Johnny Rivers e a música mais esperada "Je T'Aime". Tomando muita Cuba, mascando chicletes, luz estroboscópica, e a luz negra realçando as nossas roupas brancas.
E os nossos vizinhos famosos?
Izaura Garcia, Jair Rodrigues, Carlos Gonzaga (Por onde andará seu filho Osvaldinho?) e o canhotinha de ouro Gerson.Falando no aeroporto, era a nossa praia. Tomávamos café, paquerávamos, e volta e meia entrávamos de bico nos bailes de formatura no salão de festas.Ficávamos eu, Marcelo e o Wilson ouvindo música na garagem da casa do Zé Botina,ou de bobeira na esquina da Ciro com a Guainumbis, jogando conversa fora.
As festas juninas eram inesquecíveis, principalmente as quermesses no Levy e Igreja Nossa Senhora de Lourdes. Além das fogueiras, fogos, e balões. Corri muito atrás de balões, juntamente com meus amigos Carlos Santoro (Gordo), Ernesto e Roberto (Nene).
É muita saudade!!! Bicho!
Segue uma foto: eu, Marcelo e Wilson, meus amigos de 1967... agora caras maduro...e a Fátima - minha muilher - no mês de julho de 2007.

Ricardo Uchoa Rodrigues, de São Paulo

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Ricardo é engenheiro metalurgico, são paulino doente e meu irmão.

2 comentários:

Crônicas Literárias - Gilberto Giba disse...

Brilhante meu "" AMIRMÄO"" Ricardo Uchöa. Na verdade nós éramos felizes e sabíamos!!!
Permita-me discordar: Você é sim um grande escritor. Mergulhei no seu texto e me emocionei, afinal vivemos tudo isso com muita intensidade!!!
Abraços. Sempre amigo Gilberto Giba da Silva.

Ricardo Uchoa disse...

Obrigado amigo Giba! Você é suspeito, pois nós somos amirmão desde a década de 50, só 60 anos ago. Grande abraço.