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11/09/2008

Outeiro ganhará mercado municipal


Os moradores da ilha de Caratateua (Outeiro) ganharão em 2009 o primeiro mercado municipal do distrito. Na manhã de quinta-feira/06 técnicos da Secretaria Municipal de Economia (Secon), da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) e Administração Regional do Outeiro foram conhecer as futuras instalações do espaço de abastecimento municipal da ilha.
O prédio, recém adquirido pela Prefeitura de Belém, está localizado na Av. Beira Mar, esquina com a rua Santo Antônio, próximo a Praia Grande e da Princesa. De acordo com a PMB, o mercado atende a um antigo anseio dos moradores.
O peixeiro Waldemar do Nascimento, que trabalha na Feirinha da Mangueirinha, em frente às futuras instalações do mercado, acredita que o espaço vai melhorar a vida não só para os feirantes da ilha, mas também para a população. As atividades do Mercado Municipal do Outeiro serão divididas em setores.
Além da obra de ampliação e reforma do prédio, estão previstas ainda a construção de um trapiche para escoamento da produção de pescado na ilha.
Conheça o OUTEIRO

A ilha de Caratateua, mais conhecida como Outeiro tem 115 anos de fundação. A ilha é conhecida como um dos balneários mais próximos de Belém e de grande atração popular. Apesar de centenária, Caratateua ainda luta por políticas públicas que permitam aos seus mais de 80 mil habitantes a garantia de emprego, educação, transporte coletivo e infra-estrutura. A idéia também é melhorar o acesso ao local durante os finais de semana prolongados, feriados e temporadas de férias.
Outeiro iniciou sua história servindo de cemitério para os índios, antes da fundação de Belém, especialmente no bairro que hoje se chama Itaiteua. A Ilha era chamada por eles de 'Caratateua', que no dialeto Tupi-Guarani, quer dizer 'lugar das grandes batatas' (ou das muitas batatas). Os portugueses batizaram o local de Outeiro que para eles quer dizer: 'pequenos morros'.
De acordo com Antonino Alves da Nóbrega, autor do livreto 'História do Outeiro', lançado no início do ano, essa denominação foi dada pelo rei de Portugal, D João VI, "devido a ilha ser de terra alta, muito bonita e com muitas praias".
A colonização do lugar veio com o governador da Província do Grão Pará, capitão geral Alexandre de Souza Freire, que concedeu Outeiro à terceiros, através da carta das sesmarias, objetivando sua ocupação. A partir de 1893 vários retirantes nordestinos, italianos, espanhóis e portugueses, chegaram ao local, dando início oficialmente a ocupação da área.
Até meados de 1990 Outeiro era subordinado à Agência Distrital de Icoaraci. Em 17 de maio 1995, o prefeito de Belém, Hélio Gueiros, sancionou Lei Ordinária N.º 7753, que criou a Administração Regional do Outeiro (AROUT), órgão de gestão regional, diretamente subordinada à Prefeitura Municipal de Belém.
É importante frisar que o Outeiro é único distrito oficial,dos oito criados por Hélio Gueiros.
Outeiro é composto por 26 ilhas situadas no centro leste. As mais importantes e conhecidas do público são: Cotijuba, Combú, Maracujá, Murutucum, Paquetá-Açu e Jutuba. A ilha possui uma população de aproximamente 90 mil habitantes, com 14.266 domicílios, distribuídos em sete barros: Água Boa, o mais populoso, Brasília, São João do Outeiro, Água Cristalina, Fidelis, Itaiteua e Fama.
O Distrito possui uma área de 110.362 m2, e administra o espaço físico de 25 ilhas, de um total de 42, pertencentes ao município. Tais características se refletem na oscilação da população, nos finais de semana, entre 10 mil e 20 mil, e no período de alta estação, que é o mês de julho, a população local sobe para aproximandamente 120 mil pessoas.

Escola Bosque é referência em educação

Um dos símbolos modernos de Outeiro é a Escola Bosque, que valoriza a educação ambiental numa área preservada de floresta tropical secundária, com 120.000 m2 (12 hectares). Da área total, apenas 4.100 m2, cerca de 3,4%, são ocupados com as instalações físicas da Escola, mantendo coerência com a sua proposta pedagógico-ambiental.
A arquitetura dos prédios valoriza a adaptação às condições ambientais, de maneira a permitir uma coexistência harmônica entre o homem e o meio ambiente. A iniciativa para a criação da Escola Bosque partiu das aspirações e da mobilização da comunidade do Outeiro, na ilha de Caratateua.
A ilha de Caratateua/Outeiro tem uma população predominante de famílias de baixa renda, que se conscientizaram sobre a necessidade de preservar o meio ambiente, propiciando a seus filhos e a si próprios uma educação integrada à natureza da região.
Implantada na administração Hélio Gueiros, através da professora Terezinha Moares Gueirosa,- então Secretária Municipal de Educação -a Escola Bosque tem como objetivo principal contribuir para a formação de uma nova ética social e ambiental, aliando a preocupação com os problemas globais ligados ao processo de degradação do meio ambiente, aos problemas cotidianos, resultantes da ação predatória do homem, tendo como horizonte a afirmação da cidadania.

Comunidade se integra à luta
pela preservação do meio ambiente

Outeiro está integrado na luta pela preservação do meio ambiente das ilhas próximas de Belém administrado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente/Semma. Sob o comando do ex-administrador Elinaldo Ferreira e coordenado por Afonso Luz, do Setor de Meio Ambiente, a AROUT tem promovido ao longo do ano vários encontros em Cotijuba e ilhas adjacentes sobre a preservação da fauna, flora e recursos hídricos na tentativa de conscientizar os moradores para a importância do meio ambiente.
As discussões giraram em torno da criação de uma Escola de Pesca, que segundo a comunidade, seria o melhor presente para a região comemorar os seus 115 anos de fundação. A Escola foi entregue à população em maio, instalada num prédio moderno e funcional no bairro de Itaiteua. A obra deverá ajudar na formação educacional das crianças, que são filhas dos pescadores locais.
O Distrito do Outeiro atualmente é gerido pelo administrador Edriano João Ferreira.

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