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2/18/2008

José Wilson Malheiros



UM GOLPE NO RACISMO

Quem não se lembra da epopéia dos negros nos Estados Unidos da América nos anos sessenta, enfrentando de peito aberto o preconceito racial.
Martin Luther King e outros líderes enfrentaram um sistema que praticava o “apartheid” explícito, principalmente no Sul, pela herança da diabólica Guerra de Secessão, que de romântica e glamurosa nada tem, como insistem nos mostrar certas produções hollywoodianas, entre as quais destaco “E o vento levou” que como arte cinematográfica tem muitos méritos, mas, como retrato da realidade muito deixa a desejar, principalmente quando tenta pasteurizar e edulcorar a personalidade e a estória da confederada Scarlet O Hara.
Os oprimidos foram para as ruas e praças exigir a justa igualdade de direitos, pois afinal de contas, todos somos filhos de Deus e nessa condição ninguém é melhor do que seu semelhante, nem por questões de raça, credos, pensamentos, nacionalidades etc.
O episódio da garotinha entrando na escola feita apenas para brancos, escoltada pela polícia, ficou eternizado pelas câmeras da imprensa é um ícone, um marco nessa luta que, bem lá no fundo é de todos nós.
A novela das oito em um de nossos canais televisivos está aí, mostrando e batendo na cara de quem ainda se julga com privilégios por causa da posição social e da cor da pele.
Mas eu falo agora de um homem. O Sr. Barak Obama. Negro, oriundo de um dos mais pobres estados da federação americana, o Hawai, conseguiu – e sabemos como é difícil subir os degraus dessa escada – projetar-se a nível nacional.
Alguém poderia, em sã consciência, em tempos nem tão remotos assim, acreditar que isso pudesse acontecer?
Um cidadão da raça negra disputando o cargo mais poderoso do mundo, a Casa Branca, com boas chances de se tornar vitorioso?
A leitura que faço destes fatos é que algo está mudando na grande nação do norte, construída, como a nossa, de imigrantes dos mais diversos matizes.
E no Brasil? Quando teremos um irmão negro disputando a Presidência da República?
Quando é que começaremos, em realidade, baixar o véu da hipocrisia velada que ainda contamina nossas elites?
E não me refiro somente aos negros. Outro dia, uma cantora famosa da Bahia, de família tradicional nas artes da música, deixou escapar uma frase horrorosa, em que condenava os Judeus “por terem matado Cristo”.
Quanta bobagem, quanta ignorância. No caso dos Judeus, sabe-se que a acusação de haverem matado o Messias foi uma grande jogada marqueteira do Império Romano para colocar o Cristianismo como religião oficial, diminuir a resistência judaica e consolidar-se no poder como podemos ver consultando a Bíblia e os bons livros de história.
Muitas nações ricas construíram sua opulência a custa do sacrifício dos mais pobres colonizados e espoliados por muitos séculos.
Sim, chegou o momento de parar de gastar tanto dinheiro em armamentos para ajudar, por exemplo, nossos irmãos da África.
O advento da Nova Era chama toda a humanidade para essa tarefa. Mãos a obra!

www.wilsonmalheiros.mus.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Sr. Redator, acompanho com vivo interesse o trabalho do Malheiros.
Mais uma vez Parabéns.