Em 24 de abril de 1912, inaugurava em Belém a sala de cinema Cine Olympia. Época do cinema mudo, o espaço atravessou vários momentos da história cinematográfica nacional e internacional. Noventa e seis anos depois de sua inauguração, o Cinema Olympia está em pleno funcionamento, sendo o mais antigo do Brasil que continua exibindo a sétima arte. E para comemorar quase um século da sala, a Prefeitura Municipal de Belém, via Fundação Cultural do Município de Belém (FUMBEL), realizou programação especial na quinta-feira/24.
Pela manhã, o projeto “A Escola Vai ao Cinema” levou mais de 200 crianças das unidades de educação infantil do município para assistir ao longa “Arthur e os Minimoys” e, ainda, a animação “Vida de Inseto”.
Segundo a professora Marizete Pantoja, a participação dos alunos no projeto é fundamental já que é a continuação do trabalho pedagógico que vem sendo desenvolvido na creche na qual leciona. “Todos os dias as crianças assistem DVD na escolinha, mas elas não conheciam a magia de uma tela do cinema”, comentou a professora.
Na parte da tarde, as pessoas que compareceram ao Olympia foram recebidas por trilhas sonoras de filmes como “A Pantera Cor-de-Rosa”, “Os Embalos de Sábado a Noite”, “Dançando na Chuva”, seleção feita por Élida Braz, artista de destaque no meio cultural da cidade. Houve ainda a abertura da exposição permanente “Olympia – Uma Viagem pelo Tempo” e, em seguida, a entrega do prêmio “Personalidade do Cinema Paraense” a seis mulheres que se dedicam e se destacam no circuito paraenses da sétima arte. Luzia Miranda, crítica de cinema; as diretoras cinematógráficas, Suelene Pavão e Marta Nassar, e as atrizes, Nilza Maria, Tacimar Cantuária e Mendara Mariane, foram as homenageadas.
Após a solenidade, a programação seguiu com a exibição dos curtas paraenses “Mulheres Choradeiras”, “Dias” e “Severa Romana”. O encerramento das comemorações dos 96 anos Cine Olympia foi com a exibição da produção japonesa “A Música de Guion”.
Lembranças - A história do Cine Olympia se confunde com a de muita gente que até hoje não esquece os tempos de glamour que a casa oferecia aos amantes da arte. Aos 85 anos, a dona-de-casa Guiomar da Silva Saul não esquece a primeira vez que entrou no espaço. “Eu tinha oito anos e estava acompanhada dos meus pais. Ainda lembro bem do dia em que assisti” A Sombra que Passa “, emocionou-se.
Outra apaixonada pelo Olympia, a diretora cinematográfica Suelene Pavão comenta a importância do espaço em sua vida. “O Olympia faz parte da memória de todos os paraenses sendo, também, de fundamental valor para o cinema brasileiro, pois é uma das salas de exibição mais antigas em funcionamento. Aqui podemos assistir o que o Pará está produzindo na área cinematográfica e o melhor disso tudo, é gratuito”, avaliou Suelene.
Para o casal Luzia Miranda e Pedro Veriano o Olympia foi o cenário de uma união da arte e de vidas há 47 anos. “Ainda adolescente fui assistir o filme “Sinfonia Carioca”, foi quando eu e Pedro começamos a namorar. E hoje recebo uma homenagem pela paixão que me dedico ao filmes, no local que me apaixonei por meu marido”, comentou a crítica de cinema.
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Vanda Amora
Um comentário:
PARABÉNS AO CINEMA OLIMPIA , PELOS SEUS 96 ANOS !
ESTIVE NOS FESTEJOS !
LUIZ LIMA - 27.04 - 2008
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