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5/31/2008

Coluna do FEIO


Antônio Tavernard – 100 anos


O jornalista, advogado, promotor, cartorário e grande amigo meu, de Icoaraci, Outeiro, Cotijuba e de Belém de onde foi prefeito – um dos mais votados diga-se de passagem -, Hélio Mota Gueiros, publicou na sua página no Diário do Pará, edição de 25 de maio último, a seguinte nota:

"Cada um dá o que tem!
Ah que verdade!
A vida deu-me a dor, eu dou-lhe versos,”
Uma amostra da inspiração do poeta paraense Antônio Tavernard, que este ano faria o seu centenário, mas foi-se embora muito cedo no verdor da vida. Na próxima terça-feira, dia 27, a Secretaria de Cultura promoverá mais um Sarau da Feira para lembrar Tavernard. Será no Teatro Gasômetro do Parque da Residência, a partir das 19 h, tendo como convidada especial a professora Maria Paula Nunes com intervenções artísticas de Iracy Vaz e do Grupo Cobra Coral. Nos mus tempos de adolescente, todo poeta morria cedo. “E tuberculoso”.

Tinha que ser o nosso inesquecível Papudinho, para lembrar do nosso Tony.

Sua Vida -Antônio de Nazareth Frazão Tavernard, nasceu aqui em Icoaraci, à época conhecido como Vila do Pinheiro em 1908. O “Nazareth” deve-se ao poeta ter nascido no mês do Círio de Nazaré. O pai, funcionário da Santa Casa de Misericórdia do Pará e redator do jornal “A Província do Pará”, recebeu a influência literária.
Ingressou em março de 1926 no curso de Direito. Cursou apenas o primeiro ano por ter sido acometido do Mal de Hansen, incurável até então.
Devido à estigmatizante doença, Tavernard, o Tony, como era conhecido, recolheu-se aos aposentos para ele construídos no quintal da casa de seus pais. Mas da dor e do infortúnio de sua juventude emergem a alegria e o vigor de sua poesia. Num misto de romantismo e simbolismo, indo do barroco ao modernismo, presentes em seus escritos, constata-se sua sublimação nos estudos, bem como sua habilidade com as palavras imersas no cenário amazônida que o cerca, fazendo do poeta um verdadeiro artista amazônico.
No dia 02 de maio de 1936, aos 28 anos de idade, o “exilado do Rancho Fundo”, teve um fulminante colapso cardíaco, do que veio a falecer.
Obras - Com ampla produção intelectual, Tavernard foi poeta, contista, cronista, romancista, jornalista e teatrólogo. De parceria com Fernando de Castro publicou a alta comédia “A menina dos 20.000”, escrevendo depois as comédias-revistas “A casa da viúva Costa”, “Seringadela”, “Que tarde!” e “Paratí”, todas encenadas em Belém, sendo a segunda e a quarta por acadêmicos de Direito. Teve seus versos mais regionais musicados pelo maestro Wlademar Henrique, sendo expoentes desta parceria “Foi Boto Sinhá”, “Matinta-perera” e muitas outras.
Deixou publicado o livro e contos “Femea” (1930), de profundo teor sociológico, e inéditos o romances como: “Sacrificados” (desaparecido até os dias atuais), os contos de “Vozes Tropicais” (que recebeu o nome de “Almas Tropicais” em seus manuscritos) e a coletânia de poesias “Místicos e Bárbaros”, publicado postumamente, em 1953, com organização de Georgenor Franco.
O Conselho Estadual de Cultura do Pará, em 1986, quando do cinqüentenário de morte do poeta, publicou o volume “Obras Reunidas de Antonio Tavernard”, com apresentação da professora Maria Annunciada Chaves (falecida).
É. E a Casa do Poeta Antônio Tavernard, que está caindo aos pedaços? Como fica? Vou continuar perturbando até que a Ana Julia e o Duciomar façam alguma coisa por ela.
As eleições estão à portas gente…

Italianos gamaram em Cotijuba
Dois dirigentes muicipais italianos, o prefeito de Pontassieve (da Região de Toscana) Marco Mairagui e o secretário de Cultura Alessandro Sarti, visitaram na quarta-feira/21 de maio, os sistemas de abastecimento de água e esgoto sanitário de Outeiro e Icoaraci, respectivamente, São João do Outeiro e Águas Negras (SAAEB), que ajudaram implantar, através de Consórcio Público de Água (Publiacqua) uma ONG ligada às cidades da região da Toscana.
A bordo do navio/motor “Lady Nara”, os dois atravessaram para Cotijuba, onde tiveram uma senhora recepção. Eles receberam dos diretores do SAAB um projeto que pretende melhorar o serviço de água da ilha atualmente atendidos por dois poços de 70 metros de profundidade. O documento entregue prevê um sistema definitivo que vai permitir construir uma rede de distribuição de água com 1.200 ligações, contemplando um total de seis mil pessoas.
Marco Mairagui e Alessandro Sarti visitaram as ruínas do antigo Educandário Nogueira de Faria, andaram de trenzinho; traçaram um filhote grelhado “no jeito” na Pousada Farol, do Osório, além de saborearem açaí com farinha de tapioca.
Dízendo no pé – No intervalo do almoço, o Conjunto Parafolclórico “Tucuxi”, do Outeiro, apresentou várias danças paraenses, inclusive o carimbo. Marco Mairagui e Alessandro Sarti não resistiram e mandaram ver. Com o apoio de duas graciosas bailarinas deram um show de apresentação, não errando um passo sequer.
Eles repetiram a dose na volta para Icoaraci, quando o “Tucuxi” resolveu animar a viagem tocando e cantando músicas regionais, samba e pagodes.Todo mundo dançou inclusive Raul Meireles e Elinaldo Ferreira, administrador regional do Outeiro.
Como prêmio por sua performance Marco Mairagui ganhou um remo, objeto que integra as apresentações do grupo. O prefeito de Pontassieve desceu no trapiche de Icoaraci felicíssimo com o remo na mão..
O Luca Filgueiras, do SAAEB, me disse no Seminário Preparatório do FSM Amazônia -
(29/05), que tanto Marco como Alessandro embarcaram de volta a Itália com um monte de lembranças de Belém, inclusive peças artesanais produzidas em Cotijuba.
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Transcrita do jornal O ESTADO

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