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5/31/2008

QUESTÃO AMAZÔNICA
Cerco das potências estrangeiras à Amazônia começa a se fechar

Manaus, 31 de outubro de 2010. Manchete do jornal A Crítica: “Chefão das Farc está esconddo em Manaus”.
Washington, 1 de novembro de 2010. Sala presidencial na Casa Branca. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fala ao telefone:
- Vocês têm minha autorização!
Manaus, 4 de novembro de 2010. Manchete do jornal A Crítica: “Chefão das Farc assassinado em Manaus”.
Roraima, 4 de novembro de 2010. A Organização das Nações Unidas, com apoio dos Estados Unidos, declaram autonomia aos ianomâmis.
Dezembro de 2010. Levantamento das Forças Armadas do Brasil mostram que regiões estratégicas do subcontinente amazônico estão, de fato, em mãos estrangeiras, seja por meio de empresas multinacionais, de ONGs ou pela compra direta de terras. Empresas estrangeiras monopolizam o comércio de água, madeira, princípios ativos, minerais e pedras preciosas da Amazônia.
Brasília, dezembro de 2010. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito para um terceiro mandato, comenta, durante churrasco regado a Havana de Salinas, na Granja do Torto: “Vou criar o Ministério da Amazônia e dar para o Mangabeira Unger”.
São Paulo, janeiro de 2011. A revista Veja dá um furo: o Brasil já detém tecnologia para fabricar, em curto espaço de tempo, a bomba atômica, bem como tecnologia aeroespacial para despachá-la em mísseis intercontinentais.
Manaus, janeiro de 2011. O comandante Militar da Amazônia, fala ao telefone:
- Soltem os bugres!
Como se lê, pelas datas, o texto acima é pura ficção. Exceto por um detalhe. A Amazônia não será tomada pelas armas, pela simples razão de que isso não é necessário. Ela nem será tomada, porque está sendo entregue de bandeja. O governo brasileiro comporta-se como se a Hiléia fosse concessão divina. Dissimulação?
A revista IstoÉ, edição de 28 de maio, traz, em reportagem de capa, o seguinte título: “Como e por que o Brasil deve reagir de imediato à nova pressão da comunidade internacional que quer o controle do pulmão do planeta”.A Amazônia não é o pulmão do planeta. Em 1971, o biólogo alemão Harald Sioli, do Instituto Max Planck, foi entrevistado, na Amazônia, por um repórter de uma agência de notícias americana. Numa das respostas, o cientista afirmou que a floresta continha considerável porcentagem de dióxido de carbono (CO2). Por erro de datilografia, o jornalista suprimiu a letra C e escreveu O2, símbolo da molécula de oxigênio. A partir daí, difundiu-se mundialmente o mito da Amazônia pulmão do planeta, quando o verdadeiro pulmão do planeta é o mar, por meio das algas, que, elas sim, é que produzem oxigênio. De modo que o Clube dos Sete não quer saber de garantir oxigênio para a Humanidade, mas commodities, principalmente água – um quinto da água doce do planeta -, para seus rosados e gordos rebentos.
Em poucas palavras: a Amazônia é, de longe, a região mais rica do planeta, e, de certa forma, assemelha-se à Antarctica...
Na sua matéria, IstoÉ faz inquietante advertência. Diz que a soberania da Hiléia está em xeque. Com efeito, duas matérias recentes da mídia internacional são sintomáticas. No dia 15 de maio, o jornal inglês The Independente publicou: “Uma coisa está clara. Essa parte do Brasil (a Amazônia) é muito importante para ser deixada com os brasileiros”. Dia 18 de maio, o jornal americano The New York Times publicou matéria sob o título “De quem é a Amazônia, afinal?”
A propósito, o ex-vice-presidente americano, o incensado Al Gore, disse: “Ao contrário do que pensam os brasileiros, a Amazônia não é propriedade deles, pertence a todos nós”. O francês Pascal Lamy, ex-comissário de Comércio da União Européia, afirmou: “As florestas tropicais como um todo devem ser submetidas à gestão coletiva, ou seja, à gestão da comunidade internacional”. Frases como essas, ditas por líderes das potências mundiais, dão na canela.
Por que a Amazônia é a região do planeta com maior número de ONGs? O fato é que as potências estrangeiras já demarcaram, na Amazônia, principalmente províncias de nióbio e urânio; 96% das reservas mundiais de nióbio, metal utilizado especialmente na indústria aeroespacial, estão na Amazônia. Quanto ao urânio, dispensa comentário.
Além dessas questões, há o desmatamento, que poderá ser a justificação para uma invasão da Amazônia menos subtil. Nos seus 5 mil anos de história, a Humanidade concentrou-se em retirar do planeta sem repor, e agora faz isso com tecnologia devastadora. Dois terços das florestas do planeta foram varridos, e o terço restante, grande parte dele de florestas tropicais, está sumindo do mapa. No Brasil, a Mata Atlântica foi reduzida a 6%, se tanto, e encontra-se em processo de extinção completa. Na Amazônia, 16% da maior floresta tropical do mundo já foram torados. No ritmo atual, em duas décadas a Hiléia seria uma África.
Utilizei o verbo na forma condicional, pois as potências estrangeiras aproveitarão a oportuna devastação desavergonhada da Hiléia para uma intervenção mais direta. Então o diabo se soltará.
Explorar a floresta não é problema, como o Canadá nos ensina. O problema é que os governos brasileiros, que se sucedem, e agora se perpetuam, não têm competência para administrar o subcontinente amazônico, e esse é o maior estímulo para os colonizadores do mundo - principalmente Estados Unidos, Inglaterra e França.
O fato é que há mais funcionários do Ibama na ilha da fantasia, Brasília, do que na Amazônia; há mais contingente e equipamentos das Forças Armadas na Cidade Maravilhosa, Rio de Janeiro, do que nos 11 mil quilômetros de fronteiras da Amazônia; obter licença do Ibama para manejo florestal custa pelo menos dois partos e propina gorda; o Ibama leiloa madeira ilegal; São Paulo é um dos grandes consumidores de madeira ilegal da Amazônia; quem lucra com as hidrelétricas na Amazônia são revendedores de energia elétrica e multinacionais, além de empreiteiras; os lagos das hidrelétricas dizimam, de uma forma ou de outra, milhares de índios e caboclos – pessoas.
O desenvolvimento da Amazônia terá que começar com o primeiro passo: investimento maciço, sistemático, contínuo, e nunca desestimulado, em Educação e Pesquisa.Contudo, isso é utopia. É lamentável. A Amazônia é apenas um apêndice de um país corrupto; confuso, no mínimo. Se uma improvável revolução fosse deflagrada por instituições que vivificam o sentimento nativista e responsabilidade social, o paredão ficaria encharcado de sangue.

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