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5/08/2009

À MINHA MÃE




Minha vida iniciou com as batidas de meu coração. Eram tum, tum,tuns simultâneas aos teus. A partir daquele instante, nossa natureza se consolidou numa só. Ficamos juntos e integrados, durante nove meses, teu alimento natural fortalecia meus movimentos dioturnamente. Mais tarde, vim a saber que já te dava alguns trabalhos: enjôos, algum mal-estar, desejos um pouco diferentes. Mais quando me movia dentro de ti, a emoção era tanta que teu coração alterava as pulsações, pela alegria de sentir que nossas vidas eram uma só.
A cada semana sentias o crescimento de teu ventre, já não podias dormir naquela posição preferida. O peso aumentava dia-a-dia, entretanto, ao contrário de reclamares, ias para a frente do espelho, admirar-te, olhavas de frente, em lateral, na perspectiva. Trancavas a porta do quarto para que alguém não servisse de testemunha aquele ato que era só nosso. Teu e meu. Falavas bem baixinho que só eu escutava “Minha criança está crescendo rápido”,
Desde aquele momento, passei a identificar tua voz, a qual até hoje para mim, é a mais sonora, bela e agradável. Ainda não havia escutado o canto do sabiá, mais quando de minha infância, ao ouvi-lo, meu cérebro retornou ao passado e comparei aquele gorjeio com tua voz que escutava no exterior de teu ventre.
Depois do período normal de gravidez, nasci. Dissestes que muito embora a dor pungente, a alegria e a emoção, foram tão forte que a esquecestes. Estavas ávida em me conhecer, em saber quem era aquela criança que conversava, noites e dias, sussurrando segredos, fazendo mil projetos de vida, planos de sucesso, projeções de futuro, planos e mais planos.
Finalmente, teus braços como asas protetoras, me abraçaram. Não falastes, mais como nossos corações estavam tão próximos, pude te escutar, “Meu amor, minha criança, como te amo. És meu bebê. Te cuidarei com carinho e afeição por toda a vida que Deus me der”. Confesso que cumpriste integralmente com tua promessa. Fostes devotada, parceira, confidente, amiga e perdoadora. Algumas vezes me perguntava, será que vai me censurar, diante de alguns tropeços que cometi, que nada ! Aconchegavas-me em teu colo e me sentia de novo em teu ventre. Em seguida vinham os conselhos abrandadores. Sempre o perdão concluía nossas confidências.
Quando comecei a entender um pouquinho da vida através de meu olhar infantil, te achavas linda, linda, linda ! Se soubesse me expressar naquela altura, poderia te chamar de Santa. Mais hoje depois de tanto anos que nasci, tenho plena convicção que realmente és uma Santa que DEUS colocou em minha vida.
Por isso sou feliz por te chamar de MÃE.

PARABÉNS PELO DIAS DAS MÃES, te amo de coração.
“Minha mãe, minha heroína, minha mãe, minha flor divina”.
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Otoniel Pereira

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